Presidente IEP na Gestão 1961 a 1963
IEP DEBATE A CURITIBA DO FUTURO
O engenheiro Ivo Arzua Pereira presidia o IEP (gestão 1961-1963), quando o governador Ney Braga convidou-o para ser candidato a prefeito de Curitiba. Vitorioso nas eleições de 7 de outubro de 1961 e empossado em 15 de novembro (a posse dos prefeitos era sempre nessa data), iniciou um período de avanços para a cidade. Instituiu o Plano Diretor de Urbanismo (Lei nº 2.828/66), que reorganizou o planejamento da capital e teve, no Instituto de Engenharia, um dos principais cenários de debates. Governou a cidade até março de 1967 e sua eficiente gestão lhe valeu o convite para ser ministro da Agricultura do presidente Arthur da Costa e Silva, entre 1967 e 1969.
Arzua nasceu em Palmeira (PR) em 1925 e diplomou-se em Engenharia na Universidade do Paraná, em 1948, e em Administração de Empresas. Foi professor na UFPR nas cadeiras de Estatística, Economia Política e Finanças, Geometria Analítica e Cálculo Numérico, Organização de Indústrias, Contabilidade Pública e Industrial, Estatística II e Economia e Engenharia de Sistemas. Foi também instrutor de Ensino Militar na Escola de Oficiais Especialistas e de Infantaria de Guarda. Antes de ser prefeito, dirigiu o Porto de Paranaguá e as obras do Centro Cívico, em Curitiba.
No IEP, Ivo Arzua foi 1º secretário entre março de 1959 e março de 1961, quando se elegeu presidente e comandou a entidade até fevereiro de 1963. Nem mesmo a campanha política o afastou da gestão do Instituto, a não ser bem no final, conforme atestam as atas da diretoria. Seus companheiros de diretoria foram Osmário Lopes dos Santos, vice-presidente; Honório Petersen Hungria, 1º secretário; Odebal Bond Carneiro, 2º secretário; Clóvis Dallegrave Silva, tesoureiro; Antonio Dionísio Arantes Amazonas, orador; e Isaac Sender, redator de publicações científicas; no Conselho Fiscal, Ivan Austregésilo Maida, Oswaldo Pilotto e Rubens Meister.
Nos seus dois anos de mandato, procedeu à reforma dos Estatutos, batalhou pela remuneração mais justa aos engenheiros do Estado e deu sequência às obras do edifício-sede. Executou parte da estrutura de concreto e a vedação em alvenaria dos três primeiros pavimentos, inclusive com revestimento das fachadas e colocação de vidros, além dos projetos de água e esgotos. Também iniciou o processo da primeira locação das lojas do térreo. A faixa de terreno que havia sido arrendada retornou aos domínios do Instituto e passou a ser estacionamento para associados.
Arzua conferiu ao IEP o papel de parceiro ativo na Comissão de Planejamento de Curitiba, instituída pela Prefeitura. E legou à instituição o novo Estatuto, que iria balizar a vida da entidade pelas próximas quatro décadas e meia. Ainda no âmbito classista, presidiu o Conselho Regional de Administração.
Na Prefeitura, criou o Ippuc, em 1965, renovou o centro urbano, implantou importantes avenidas, alargou outras, institui o Fundo Municipal de Telefones, construiu a Vila Nossa Senhora da Luz de casas populares, a primeira escola municipal que daria início à rede de ensino de primeiro grau, os primeiros postos de saúde e muitas outras obras de importância urbana e social.
No Ministério da Agricultura, legou ao país a Carta de Brasília, que balizou o planejamento da agricultura brasileira, criou o Instituto de Pesquisa Agropecuárias, construiu o Centro Regional de Telecomunicações Meteorológicas da América Latina e desenvolveu a aviação agrícola em convênio com o Ministério da Aeronáutica.
Foi, ainda, presidente da Telepar, do Instituto de Previdência do Estado, governador do Distrito 4730 do Rotary Internacional e provedor da Santa Casa de Misericórdia. Integrou a Academia Nacional de Engenharia e o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Tem vários livros publicados. Faleceu em Curitiba em 9 de setembro de 2012.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.