O Instituto de Engenharia do Paraná se reuniu no último dia 4 de março de 2020, na sede da entidade, com Instituições paranaenses da sociedade civil organizada, representantes da Fiep, Sistema Ocepar, , Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado do Paraná, Instituto Democracia e Liberdade e Movimento Pró-Paraná, para defender melhorias na proposta de concessão dos aeroportos paranaenses, em especial o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais.
O relatório do Grupo de Consultores em Aeroportos (GCA) – composto por seis empresas – e escolhido pelo Ministério da Infraestrutura no edital de chamamento público de estudos que vai subsidiar o edital de concessão, não contempla a obrigação de construção de uma terceira pista ou a ampliação da pista principal do aeroporto do Afonso Pena.
Dentre três alternativas apresentadas no estudo, duas continham a implantação de uma nova pista de pousos e decolagens (a terceira pista) e a ampliação da pista principal para 3 mil metros (hoje tem 2,2 mil). Contudo, a alternativa considerada “mais vantajosa” para o desenvolvimento do aeroporto até 2050 foi justamente a que não engloba nenhum dos dois investimentos.
Para o presidente em exercício do Instituto de Engenharia do Paraná, engenheiro José Alberto Pereira Ribeiro, o documento foi visto com preocupação. “Todas as entidades querem que esteja escrito no edital o que precisa, ele deve conter as necessidades para passageiros e cargas. Em Curitiba, nós precisamos necessariamente uma pista que tenha comprimento suficiente para decolar com grandes aeronaves completas diretamente para a Europa ou Estados Unidos, sem precisar fazer escala”. Explica o presidente.
A proposta só admite a construção de uma terceira pista “caso a movimentação de aeronaves extrapole a capacidade do atual sistema”, hoje de 14 milhões de passageiros por ano. “Considerando que as projeções de demanda apresentadas no estudo de mercado apontam para o final do período concessivo uma movimentação anual e horária de aeronaves ainda compatível com a capacidade atual do sistema de pistas e que o comprimento da PPD 15-33 [pista principal (2.218 m)] não implica em grandes restrições ao peso de decolagem das aeronaves mais críticas, conclui-se que é possível adiar a implantação da PPD 15R-33L [terceira pista]”, diz trecho.
O estudo ainda diz que as receitas do Aeroporto Internacional de Curitiba são compatíveis com os investimentos propostos nas alternativas que contemplam a terceira pista e a ampliação da pista principal, mas “o bloco concessionado apresenta outros aeroportos deficitários, de forma que a análise de viabilidade econômica deva ser feita pelo conjunto, e não individualmente”.
O bloco sul, do qual o Afonso Pena faz parte – e é o principal – é composto por mais oito aeroportos: Foz do Iguaçu, Londrina e Bacacheri, no Paraná; Navegantes e Joinville, em Santa Catarina; e Pelotas, Uruguaiana e Bagé, no Rio Grande do Sul. O bloco é um dos três que compõem a 6ª rodada de concessões de aeroportos que o governo federal esperar leiloar ainda neste ano.
Na segunda-feira (9), a Anac vai realizar em São José dos Pinhais uma audiência pública sobre o processo e as entidades vão levar a reivindicação. “Vamos elaborar um documento e todas vão se manisfestar. “Queremos que o edital deixe claro alguma solução [terceira pista ou ampliação] para que possamos operar um voo Curitiba-Estados Unidos, Curitiba-Europa sem restrições”, completa Pereira Ribeiro