No próximo dia 10 de março, o Instituto de Engenharia do Paraná fara a entrega do Troféu Enedina Alves, a engenheira Ivana Costa Nasser. O evento faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher. O objetivo da premiação é valorizar o trabalho e a dedicação daquelas que se destacam na engenharia paranaense.
O Evento contará com a palestra “Como a Felicidade pode Transformar as Pessoas e as Organizações?”, com Michelle Taminato e Participação especial do Grupo Wakaba Taiko.
A primeira engenheira negra do Brasil
Enedina era a única mulher de sua turma. Vivia em uma sociedade pós abolição, que não instituiu políticas públicas e nem ofertou oportunidades educacionais e profissionais com expectativas de ascensão social à população negra, escravizada durante séculos. Diante de tudo isso, também enfrentou o preconceito pela sua cor, vivendo numa região do país com população predominantemente branca de descendência europeia.
Enedina Alves Marques (1913-1981) foi a primeira mulher a se formar em engenharia no estado do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil. Filha de um casal de negros provenientes do êxodo rural após a abolição da escravatura em 1888, a família chegou em Curitiba em busca de melhores condições de vida.
Contudo, Enedina tinha um sonho: queria se tornar engenheira civil. com muitas dificuldades, se graduou no curso de Engenharia Civil na Universidade do Paraná, atual Universidade Federal do Paraná, no ano de 1945, aos 32 anos de idade. Disciplinada e inteligente, enfrentou todos os obstáculos que uma sociedade no início do século XX apresentava a uma mulher negra e pobre. Nessa época, era destinado às mulheres, principalmente, o papel de dona de casa. No mercado de trabalho, as opções costumavam se limitar a trabalhar como professora ou a empregos em fábricas, com salários abaixo dos salários masculinos.
Enedina era a única mulher de sua turma. Vivia em uma sociedade pós abolição, que não instituiu políticas públicas e nem ofertou oportunidades educacionais e profissionais com expectativas de ascensão social à população negra, escravizada durante séculos. Diante de tudo isso, também enfrentou o preconceito pela sua cor, vivendo numa região do país com população predominantemente branca de descendência europeia.
Tornou-se a auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas do Paraná. No ano seguinte foi deslocada para trabalhar no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica, após ser descoberta pelo então governador Moisés Lupion.
Como engenheira, participou de diversas obras importantes no Estado, como a Usina Capivari-Cachoeira (atual Usina Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, maior central hidrelétrica subterrânea do sul do país) e a construção do Colégio Estadual do Paraná.