Um novo Código de Obras para Curitiba que vede a concorrência ilegal de leigos na profissão de engenheiro, proposta do associado Durval de Araújo Ribeiro. Esta é a bandeira da nova diretoria do Instituto empossada dia 30 de março de 1930 e eleita uma semana antes. Adriano Gustavo Goulin, na presidência, tem como companheiros da gestão 1930-1931 Linneu Ferreira do Amaral (mais tarde prefeito de Curitiba), vice-presidente; Eduardo Carvalho Chaves, 1º secretário; Agnello Ribeiro Ribas, 2º secretário; Carlos Schulz, tesoureiro; Alexandre Gutierrez Beltrão (que também se tornaria prefeito da Capital), orador; e Hugo de Mattos Moura, redator de publicações científicas.
No mesmo dia da posse, porém, Carvalho Chaves renunciou ao cargo, sendo substituído por Raul de Azevedo Macedo, um dos fundadores do IEP, eleito pelos associados para tocar a 1a secretaria. Macedo seria o terceiro integrante desta diretoria a ser nomeado prefeito de Curitiba.
Meses depois, o tesoureiro Carlos Schulz também deixa a diretoria, pois fora designado prefeito de Cerro Azul, cidade situada na região Leste do Paraná, a 92 quilômetros de Curitiba.
O próprio presidente Adriano Goulin, funcionário de carreira da Prefeitura de Curitiba, onde foi diretor de Obras, chegou a responder pelo expediente como prefeito, durante as ausências do titular.
A par do Código de Obras, que é discutido praticamente em todas as reuniões, a gestão de Goulin reivindica ao Governo do Estado e à Prefeitura que os cargos técnicos na administração sejam ocupados somente por engenheiros diplomados. Um anteprojeto de lei regulamentando a profissão de engenheiro no Paraná está em tramitação no legislativo, sendo acompanhado de perto pela entidade, que, no ambiente interno, estuda a reforma dos estatutos. Plínio Tourinho sugere a criação da Revista do IEP, aprovada por unanimidade.
Ainda nesta gestão será proposto, como emblema do IEP, “a estilização da verdadeira Athena Parthenus de Fídias (Athena do Parthenon), conforme estatueta de ouro e marfim”. Fídias foi um célebre escultor da Grécia Antiga, encarregado da reedificação da Acrópole, destruída pelos persas em 480 a.C.
Adriano Gustavo Goulin, nascido em São Paulo, em 6 de fevereiro de 1885, filho de Henrique Goulin e de Maria Júlia Jourdain, formou-se engenheiro pela Escola Politécnica daquele Estado. Era também advogado. Foi professor de Hidráulica, Mecânica Aplicada, Resistência dos Materiais, Estradas, Pontes e Viadutos, Economia Política, Rios, Canais e Portos do Mar, e Organização e Tráfego das Indústrias e primeiro diretor da Faculdade de Engenharia do Paraná, quando esta se tornou autônoma, em 1918.
Iniciou suas atividades de engenheiro no Paraná na cidade de Paranaguá, onde instalou água e luz como funcionário de uma empresa privada. Em Curitiba, desenvolveu obras idênticas e foi diretor de Obras da Prefeitura, chegando a responder pelo expediente, em substituição ao prefeito municipal. Industrial e um dos fundadores da Universidade do Paraná, foi o segundo presidente do Crea-PR, em 1937. Morreu em Curitiba, dia 2 de fevereiro de 1938.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.