Presidente IEP na Gestão 1965 a 1967
O CRIADOR DO CONSÓRCIO DE AUTOMÓVEIS
O dia 15 de março de 1965 pode ser considerado um dos marcos históricos do IEP. É que a data registra os primeiros movimentos para a implantação do que seria um dos principais serviços prestados pelo Instituto aos seus associados por longos anos.
O engenheiro e professor Euro Brandão havia sido eleito presidente do IEP pouco mais de um mês antes e já oferecia boas notícias aos sócios, ao lado de seus companheiros de diretoria: Paulo Augusto Wendler, 1º vice-presidente; Pedro Mortensen Neto, 2º vice; Dante Bianco, 1º secretário; Saul Hey, 2º secretário; Celso Fabrício de Mello, 1º tesoureiro; e Guilhermino Baeta de Faria, 2º tesoureiro. A minuta do consórcio começou a ser discutida e aprimorada e o projeto final foi apresentado ao Conselho Deliberativo, que o aprovou, em maio.
O consórcio, chamado originalmente de Plano de Automóveis, foi administrado inicialmente por Eros Lepca e depois por João Enéas Ramos de Sá, que cumpriu 25 anos como tesoureiro do IEP, gerenciando-o por mais de duas décadas, até falecer, em outubro de 1998. Teria sido pensado embrionariamente na gestão anterior, fruto de uma conversa informal entre os associados Loury Ramalho e Levy Lustosa, conforme cita o Jornal do IEP, edição nº 603, de maio de 2006. Houve um período, em 1966, que o atraso na entrega dos carros pelas concessionárias quase comprometeu o empreendimento.
Na Semana de Engenharia, em dezembro de 1966, é realizada sessão solene de entrega de medalhas de honra ao mérito a três engenheiros paranaenses: Ralph Jorge Leitner, pela contribuição prestada ao desenvolvimento da técnica; Pedro Viriato Parigot de Souza, pelo desenvolvimento do Plano de Eletricidade do Paraná; e Ivo Arzua Pereira, pela remodelação de Curitiba e instituição do plano de casas populares.
Um dos expoentes da Engenharia paranaense e brasileira, o professor Euro Brandão foi, também, destacado homem público, tendo sido ministro da Educação e da Cultura em 1978-1979, depois de ocupar a Secretaria Geral do MEC por quatro anos, na gestão do ministro Ney Braga, e reitor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), de 1986 a 1997.
Diplomado em Engenharia (1945) e em Filosofia (1953) pela Universidade do Paraná, ingressou no IEP como associado em 1950, quando era chefe do Escritório Técnico do Departamento de Via Permanente da Rede de Viação Paraná – Santa Catarina (RVPSC) e auxiliar de ensino da cadeira de Pontes e Grandes Estruturas na Escola de Engenharia.
Euro Brandão foi diretor-superintendente da Rede Viação Paraná Santa Catarina (RVPSC, depois Rede Ferroviária Federal, hoje privatizada), em 1967, secretário estadual dos Transportes do Paraná, em 1973-1974, e presidente do Badep (Banco de Desenvolvimento do Paraná, hoje extinto, 1979-1983). Seu vasto currículo profissional registra atividades como coordenador do curso de Engenharia Civil e chefe do Departamento de Engenharia Civil da UFPR, introdutor do ensino de Estruturas de Aço, Estruturas de Concreto Protendido e Programação de Computadores Aplicada à Engenharia, fundador e primeiro diretor do Centro de Computação Eletrônica da Federal, Professor Emérito da UFPR, Doutor Honoris Causa pela Universidade de Ciências de Okayama/Japão e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro de importantes instituições internacionais ligadas à Engenharia.
Em 1958, Euro Brandão integrou o grupo de professores que criou a Faculdade Católica de Filosofia, Ciências e Letras, embrião da PUCPR. Especialista em pontes e grandes estruturas, integrou a Academia Paranaense de Letras, as Academias Brasileiras de Educação e de Ciências Políticas e foi renomado artista plástico. Morreu em 31 de outubro de 2000, aos 75 anos de idade.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.