Presidente IEP na Gestão 2019 a 2021
2019, Início da pandemia, uma crise mundial sanitária e econômica sem precedentes, para que o IEP continuasse na caminhada protagonista perante a sociedade paranaense, inova e implementa um programa de atividades virtuais, cujo sucesso foi reconhecido por diversas entidades estaduais e nacionais.
Em seu discurso de entrega de cargo, Horácio Guimarães faz um balanço da gestão.
Inicialmente quero agradecer ao meu Vice Presidente, José Alberto Pereira Ribeiro e ao meu Diretor Técnico, Ferrúcio Kochinski, a minha Diretora de Apoio Cultural, Maria Elisabete Yang, ao meu Diretor de Apoio e amigo Eugênio Stefanelo, aos membros do Conselho Deliberativo e Fiscal, do Colégio de Presidentes do IEP, em especial os Engenheiros Gilberto Piva, Luiz Claudio Mehl e José Rodolfo de Lacerda, meu querido professor, pelo apoio e pelo voto de confiança dado a minha gestão no período de 2019 a 2021, todos, alicerces estruturais nos meus momentos de importantes decisões.
Também quero agradecer a todos os nossos colaboradores, a Valdirene, ao José, a Lorena, a Josiane, a Thalizia, a Mariliz, a Bruna, a Cris, a Lucia, a Suzana, ao nosso sorridente Alan, ao nosso Técnico Molina, ao Mauro, ao Damião, ao Orlando, e em destaque, à minha gerente executiva, a Dirlene, pois sem vocês, meus queridos amigos, responsáveis pelo sucesso da minha Gestão Protagonista assim como, a todos os associados do IEP que acreditaram em nossas propostas de trabalho. Todo o esforço da nossa gestão foi para vocês meus amigos!
O IEP, Instituto de Engenharia do Paraná chega aos seus 95 anos de atividades, com uma admirável folha de serviços prestados ao desenvolvimento e a causa paranaense, consolidando a sua presença na sociedade, a cada ano que passa, principalmente na nossa Gestão que foi capaz de ousar, saindo das quatro paredes desta Instituição.
Nesses dois anos de gestão, a minha diretoria focou suas atividades em atender as propostas do Plano de Gestão apresentado quando da eleição, dar maior infraestrutura para a entidade, e ao mesmo tempo, resgatou a sua representatividade como uma instituição protagonista e inovadora pelas suas ações.
Logo no início da gestão fizemos a reestruturação inovadora das Câmaras Técnicas, passando de 25 para 15 Câmaras, as quais foram idealizadas por temas e de forma integrada, também voltadas a atender as demandas do cenário da engenharia e a integração dos seus 4016 associados efetivos, 835 remidos e 207 ausentes, totalizando 5056 associados.
Visando criar um conhecimento mais profundo, que representasse a real vivência da engenharia, possibilitando aos associados um estreitamento com empresas e governos, idealizamos um Programa Inovador de Visitas Técnicas coordenadas pela nossa diretoria técnica.
Com o início da pandemia, nos trazendo uma crise mundial sanitária e econômica sem precedentes, tivemos que nos reinventar, para que o IEP continuasse na caminhada protagonista perante a sociedade paranaense, novamente nossa diretoria técnica e seus colaboradores, inovaram e implementaram um programa de atividades virtuais, cujo sucesso foi reconhecido por diversas entidades estaduais e nacionais, fato que muito nos orgulha.
Para proteger nossos associados e principalmente nossos colaboradores, trabalhamos com base nos Decretos Sanitários Municipais e Estaduais, formalizando rodízios de nosso pessoal administrativo e também em home-office, mas sem nunca paralisar o IEP, nunca deixar nosso associados e locatários desassistidos, dando o devido atendimento a todos, sem exceção, associados, clientes, visitantes, fornecedores e principalmente aos que tinham dúvidas e necessidades de ajuda no seu plano de saúde e outras informações pertinentes.
Desde o início da gestão até o presente momento foram realizados mais de 600 eventos técnicos e sociocultural presenciais e virtuais, coordenados pela minha competente equipe.
No campo interno do Instituto, consegui com o apoio do Presidente do Movimento Pró Paraná, a aprovação do Convenio Previdenciário com a Fundação Copel. Criamos um espaço físico para o Banco de Ideias e Câmaras Técnicas, foi implementado o Café da Manhã com o Presidente para os colaboradores, os quais nos trouxerem excelentes sugestões. Executada a modernização administrativa do IEP, com a criação da Secretaria Geral, dando atendimento a todo associado, Conselheiros e Associações Conveniadas. Implantação do Sistema Operacional do IEP, visando à modernização digital, e a criação do novo Site. Execução de obras hidráulicas e elétricas do edifício sede, além de reformas nos diversos ambientes do IEP. Conseguimos o Certificado do Corpo de Bombeiros do Edifício Sede aprovado, a regularização junto a Prefeitura Municipal de Curitiba do Salão de Eventos e a instalação de módulos de Segurança do Edifício.
No sentido de tornar a Instituição protagonista, o IEP realizou diversas parcerias com instituições da área da engenharia, do governo e entidades não governamentais, assumiu junto ao Movimento Pró Paraná a Coordenação das discussões do Comitê de Infraestrutura do Paraná, das discussões do modal Ferroviário da região Oeste do Paraná, das discussões para o modal Ferroviário para melhoria da capacidade de transporte na Serra do Mar, Porto de Paranaguá e Serra da Esperança, sobre a Concessão dos aeroportos do Bloco Sul, a nova concessão dos Pedágios do Paraná, dos novos Terminais de Contêineres junto ao Porto de Paranaguá, das discussões da Faixa de Infraestrutura e da Mobilidade Urbana no Município de Pontal do Paraná, da Engorda da Praia de Matinhos e da Ponte de Guaratuba.
Como meta da minha Gestão, coordenamos a implementação da criação da APE – Academia Paranaense de Engenharia e seu Estatuto Social, com a participação do amigo Professor e Engenheiro Francisco Borsari Neto. A Academia compartilha com o IEP a postura de independência política e partidária e coloca-se como fonte independente de aconselhamento a disposição do governo, da sociedade e da indústria nas diferentes demandas da sociedade.
O Instituto de Engenharia do Paraná tem como objetivo zelar pela defesa da sociedade e do desenvolvimento sustentável do país, considerando os princípios éticos profissionais que envolvem a verificação e o aperfeiçoamento do exercício e das atividades das áreas profissionais de agronomia, engenharia, geologia, geografia e meteorologia. Além de suas modalidades e especialidades, em níveis superior, tecnológico e técnico.
As grandes obras e os grandes feitos da humanidade têm os engenheiros como os grandes responsáveis. A engenharia projetou e ergueu monumentos, criou máquinas e instrumentos responsáveis pelas revoluções industriais, tecnológicas e agrícolas. Além de ter aprimorado técnicas que mudaram a vida do ser humano.
A experiência que pudemos passar, frente a maior crise humana vivida pela nossa geração, foi única e sem precedentes, ninguém pode imaginar o que foi preciso ser pensado, idealizado, realizado, ajustado e reinventado. Foram dias de muito trabalho, de vitórias e de insucessos, experiências únicas vividas pela minha diretoria e equipe de colaboradores. Tenham certeza todos vocês, só nós fomos os privilegiados de passar, resistir e vencer esse momento, somente nós. Por isso, em pé, fortes como nunca estivemos, tenho orgulho de entregar um IEP inovado operacionalmente, adaptado aos novos tempos que vivemos e que virão, ao meu sucessor.
Agradeço a Deus, o Grande Arquiteto do Universo pela força, pela direção e serenidade deste momento.
Quanto às Eleições tenho a minha convicção juntamente com minha Diretoria que o tempo lembrará da máxima “DE QUE O FIM NÃO JUSTIFICA OS MEIOS”
Tenho orgulho da minha profissão e do que construí como fruto do meu esforço diário de engenheiro, currículo mais valioso e honrado do que os conquistados nas academias.
Deixo esta presidência com muito orgulho do meu dever cumprido. Sinto também um profundo agradecimento aos que permaneceram ao meu lado até o fim.
Agradeço de coração a minha família, meu alicerce e força no caminhar diário. A minha querida esposa Ritanara, meus filhos, Raphael e Carla, Andreza e Murilo, meus netos Gabriela e Felipe, Alice e Maria Vitória.
Quero nesse momento parabenizar a diretoria eleita para o período 2021/2023 e desejar uma gestão repleta de sucesso em prol do desenvolvimento do IEP e da Engenharia Paranaense Cidadã.
Meu muito obrigado a todos!
Presidente IEP na Gestão 2017 a 2019
A gestão do Engenheiro José Rodolfo Lacerda como Presidente do Instituto de Engenharia do Paraná, que teve ao seu lado para conduzir a gestão, o vice-presidente Hirotoshi Taminato, o diretor administrativo José Carlos Dias Lopes da Conceição, o diretor financeiro Alexandre Mattar Sobrinho e o diretor técnico Kelso Krieger Gomes, se destacou em consolidar cada vez mais a presença do IEP nas questões importantes para o desenvolvimento do estado e na presença mais assídua dos Associados na sede do IEP.
O início da gestão foi marcado pelo 1° Seminário Metropolitano de Acessibilidade, onde diversos profissionais com vasta experiência na área estiveram envolvidos.
Foram firmados diversos convênios com entidades de classes: Associação e Engenheiros e Arquitetos de Campo Largo; AREACM – Associação Regional de Engenheiros e Arquitetos de Campo Mourão e a AEANOPAR – Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Noroeste, da cidade de Umuarama; com o objetivo de desenvolver atividades de interesse mútuo, visando os interesses da engenharia, através do planejamento e desenvolvimento de iniciativas institucionais, promovendo a oferta de serviços e atividades para o bem-estar dos seus associados e a união de esforços nas atividades técnica e científica para o aperfeiçoamento e valorização profissional.
A realização do Evento de tecnologia que atraiu um grande público o “ExperienceFest”, foi um sucesso, que no mesmo ano aconteceu o “ExperienceFest II”, onde foi possível experimentar novas tecnologias.
Fez com que as Câmaras Técnicas continuassem ativas, sendo, elas, responsáveis em trazer cursos, fóruns, seminários e palestras técnicas de grande importância que levaram a debates construtivos sobre os mais diversos temas da engenharia.
As palestras, eventos técnicos, workshops, fóruns, visitas técnicas estiveram sempre gestão do Eng. Lacerda, trazendo assuntos e vivências de grande importância. Foram feitas mais de 20 Visitas técnicas ao longo de sua gestão, levando o profissional para vivenciar o dia a dia de várias fábricas e empresas.
As festividades como o Jantares dos Namorados, da Primavera e o Jantar de Encerramento da Semana da Engenharia foram um sucesso.
Foi na sua gestão que aconteceu no IEP o encontro com o Governador Ratinho Junior falando sobre as Eleições 2018 para o cargo de Governador do Estado, onde ele foi eleito.
Ressaltando ainda a Degustação de Vinhos que na sua gestão continuou com grande intensidade com especialistas de grande nome falando sobre diversos títulos e fazendo com que os associados participem e apreciem ainda mais está deliciosa e misteriosa bebida. No início de maio de 2018 a Engenheira Maria Elisabete Yang assumiu a diretoria cultural do IEP, deixando os eventos relacionados a cultura muito mais ricos.
Os Cafés da Manhã sempre em grande estilo com palestrantes convidados abordando temas que despertam o interesse de todos ao longo da sua gestão somaram mais de 15 Cafés da Manhã.
Os quadros: Conversa entre amigos e a Gestão com Pipoca permaneceram e associados dispostos a conversar, interagir e estar sempre participando do que o IEP oferece.
Em homenagem a primeira Engenheira negra do país, um grupo formado por Engenheiros de diversas áreas como civil, elétrica e mecânica, percorreram cerca de 25 km da cidade visitando locais ligados à história de Enedina Alves Marques (1913- 1981), a primeira mulher negra a obter o título de engenharia no Brasil em 1945 pela UFPR e que amava realizar caminhadas.
Engenheiro Lacerda lançou, em agosto de 2018 a 1ª Edição da Semana Acadêmica de Engenharia do Instituto de Engenharia do Paraná, um evento dedicado aos estudantes e futuros engenheiros para conhecerem mais sobre a Engenharia e sobre o IEP, este evento continua acontecendo todos os anos, neste ano será a 7ª Edição da SAE.
O Eng. Lacerda esteve presente em grandes eventos para representar o IEP, um deles foi o Aniversário de 84 anos da Associação Catarinense De Engenheiros – ACE em Florianópolis -SC.
O IEP recebeu a quinta edição da SECAEL, a Semana Acadêmica de Engenharia Automação, Controle e Engenharia Elétrica da UTFPR. Foram diversas palestras com temas de interesse como Máquinas Inteligentes para a Indústria 4.0 e Desafios e Oportunidades para a Inovação Tecnológica.
Em setembro de 2018, o IEP recebeu o evento “Momento atual do Brasil: Perspectivas e Soluções” com General Mourão, Antônio Hamilton Martins Mourão falou para uma plateia com mais de 500 pessoas.
Em seu percurso como Presidente do IEP, o Eng. José Rodolfo Lacerda, conduziu comemorações de aniversário do IEP de 92 e 93 anos, e de duas edições do Semana de Engenharia, a 23ª edição em 2017 e a 24ª edição em 2018.
Importantes investimentos na sua gestão foram, a troca das esquadrias de todo edifício e obras de reforma do 5º andar e do Espaço Gourmet no 15º andar.
*Pesquisa e texto: Ana Carolina Malczevski.
Presidente IEP nas Gestões 2015 a 2017 e 2021 a 2023
No âmbito interno, entre os itens principais, fazer dos eventos o carro-chefe da instituição, aproveitando a boa infraestrutura do edifício-sede, com o propósito de multiplicar as oportunidades de aprimoramento profissional; ampliar o número de associados e os serviços a eles ofertados; resgatar o Instituto como ponto de encontro dos sócios; reativar as Câmara Técnicas; criar a Diretoria da Mulher e incentivar a participação dos acadêmicos, através de diretoria própria; modernizar os Estatutos; implantar um planejamento estratégico para os próximos 10 anos; fortalecer o Banco de Ideias, grupo voltado à produção de projetos; viabilizar a obtenção de incentivos legais para as atividades culturais.
No externo, consolidar o IEP como a Casa da Engenharia; assegurar a imagem pública e de referência do Instituto no debate das grandes questões do segmento; defender intransigentemente posicionamento ético e a independência institucional do IEP; ampliar a presença junto aos órgãos governamentais e de representação classista; buscar a integração técnica e profissional com todas as entidades de engenharia do país em especial com as do Paraná.
O programa de trabalho do engenheiro eletricista Nelson Luiz Gomez na presidência do Instituto de Engenharia do Paraná, coerente com suas propostas quando ainda candidato, previa, no primeiro ano, voltar-se para dentro; definida uma série de posturas, partir para cumprir a extensa pauta de relacionamento externo a que tinha se proposto.
Pouco mais de um ano depois de assumir e ao revisar as metas anunciadas na campanha eleitoral e reafirmadas na posse, Nelson Luiz Gomez constatou que as duas vertentes caminharam juntas e que muita coisa pôde ser feita interna e externamente. Credita esse sucesso ao trabalho de equipe e à ampla vivência no Instituto de Engenharia, desde que, mais de 20 anos atrás, foi diretor de Cursos da entidade, na oitava gestão do professor Luiz Carlos Pereira Tourinho.
Um exemplo dessas conquistas foi ampliar de 9 para 13 o número de vagas para Conselheiros do IEP junto ao Crea-PR, inclusive agregando uma na Câmara Especializada de Agronomia, que o Instituto não possuía. Um avanço significativo.
Para chegar à presidência Nelson Luiz Gomez e seus companheiros da Chapa 2 “O IEP para todos, todos para o IEP”, que obteve 244 votos, enfrentou três concorrentes de peso nas eleições de 9 a 11 de março de 2015, os dois primeiros dias pela internet e o terceiro somente com o voto presencial: “Renascer do IEP”, Chapa 1, encabeçada por Mauro Fortes Carneiro, 146 votos; “Novos Rumos”, Chapa 3, por Luiz Hélio Friedrich, 97; e “Sou+IEP”, Chapa 4, por Cássio José Ribas Macedo, que tentava a reeleição, 197 votos, todos engenheiros civis. Foram 694 os votantes, 498 pela internet, 196 presenciais.
Na diretoria vitoriosa, além do presidente, estão: José Rodolfo de Lacerda, vice-presidente; Jhony Möller, vice-presidente administrativo; Flávio Hermógenes Gaspar, vice-presidente administrativo adjunto; José Orlando Pereira, vice-presidente financeiro; Ubiraitá Antônio Dresch, vice-presidente financeiro adjunto; Itacy do Amoedo Canto, vice-presidente técnico; e Marinice Skalski Costa, vice-presidente técnico adjunto.
Colocando mãos à obra, a nova diretoria registrou em pouco mais de um ano várias conquistas, superando, inclusive, algumas metas: foram admitidos 500 novos sócios e a proposta é atrair igual número até o final da gestão; foram realizados mais de 300 eventos diversos, entre eles algumas inovações, como a Gestão com Pipoca, com apresentação e discussão de filmes inspiradores, com ensinamentos que podem ser aplicados à vida profissional. Alguns exemplos: “Mãos talentosas”, de Thomas Carter; “Apenas uma chance”, de David Frankel; “Poder além da vida”, de Victor Salva; “Desafiando gigantes”, de Allen Kendrick; “Nunca sem minha filha”, de Brian Gilbert; “O segredo do meu sucesso”, de Herbert Ross; “Um sonho possível”, de John Lee Hancock; “3096 dias de cativeiro”, de Sherry Hormann; “A chave de Sarah”, de Gilles Paquet-Brenner”; “O Náufrago”, de Robert Lee Zemeckis.
Na mesma linha, foi introduzido o projeto “Conversa entre amigos”, de incentivo à leitura, com a análise de um livro por mês, no início com a participação do engenheiro Marcelo Almeida e depois com a moderação a cargo do engenheiro Paulo Sérgio da Silva. Entre os títulos: “O vendedor de sonhos”, de Augusto Cury, “Os meninos da Rua Paulo”, de Ferenc Molnar; “Eu, Malika Oufhir, prisioneira do Rei”, de Malika Oukfir e Michelle Fitoussi; “O beijo de Schiller”, de Cezar Tridapalli; “O filho eterno”, de Cristóvão Tezza, que deu origem ao filme homônimo, lançado em dezembro de 2016, dirigido por Paulo Machline; “Dois Irmãos”, obra de Milton Hatoum, que virou minissérie da Globo, com roteiro de Maria Camargo e direção de Luiz Fernando Carvalho, exibida a partir de janeiro de 2017.
Em parceria com o Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), o Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da Construção Civil) e CRA (Conselho Regional de Administração), o IEP realiza periodicamente cafés da manhã com a abordagem de temas importantes, como combate à corrupção, com o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo; a gestão da cidade, com o prefeito de Curitiba Gustavo Fruet; palestras: Inteligência empresarial familiar, com o advogado e professor Manoel Knopfholz; Estratégias para liderar e gerir pessoas nas organizações, com a administradora Lorena Gramms; Turbinando sua carreira, com o engenheiro Sílvio Wille; Desvendando os segredos da concorrência, com o engenheiro Sady Ivo Pezzi Junior; Indicadores de gerenciamento de projetos, a cargo do especialista Armando Terribili Filho; Um novo olhar para a vida, com o engenheiro Gabriel Metzler; Vida de engenheiro, com o ex-governador Mário Pereira; A Física da mente, com o engenheiro Paulo Roberto Dantas, especialista em Estudos da Consciência; e também com o engenheiro Marino Garofani, fundador e diretor presidente da Brafer Construções Metálicas, e o presidente da Associação Comercial do Paraná, Antônio Miguel Spolador..
Outras inovações: os cursos de degustação de vinhos, ministrado por especialistas na área, aliando novos conhecimentos com momentos de lazer e descontração dos associados. Em 31 de outubro de 2015, o IEP foi palco do encerramento da campanha Outubro Rosa, de prevenção do câncer de mama, com concurso de fantasias, sorteios e dança de salão, como parte de sua atuação no âmbito da responsabilidade social.
Também foi instituído o Dardo Solidário, um torneio de lançamento de dardos com renda destinada ao Asilo São Vicente de Paulo. O IEP participou ativamente na captação de apoios para o projeto de lei contra a corrupção, e se fez presente na entrega dos mais de dois milhões de assinaturas na Câmara Federal. Um aplicativo para smartphones foi criado para facilitar a interação com os associados.
Foram firmados convênios com a PUCPR e as universidades Positivo e Tuiuti para cursos de pós-graduação, com condições especiais aos associados do Instituto e extensivo aos seus familiares; e com o Instituto IDD e com o Inbec (Instituto Brasileiro de Educação Continuada), também na área de pós-graduação. Os jantares-dançantes, que tanto sucesso fizeram no passado, foram retomados.
As palestras e eventos técnicos se multiplicaram já ao longo do primeiro ano da gestão comandada por Nelson Luiz Gomez, alguns em parceria com outras entidades: sobre a ponte Rio-Niterói; cursos de Excel básico e avançado para engenheiros; oficina da Norma de Desempenho – módulos Aspectos Jurídicos e Adequação ao Sistema de Gestão, questionamentos jurídicos sobre a ABNT NBR 15575/2013, considerada a maior autorregulamentação do setor da construção; Apresentações vibrantes para engenheiros; e Conhecendo a ferramenta Matlab, com a Universidade Positivo; 3º Encontro de Tecnologia de Produção e Comunicação CAD/BIM, em parceria com a AsBEA (Associação dos Escritórios de Arquitetura); Curso de Pré-fabricados de Concreto; Ciclo de palestras do Setor Elétrico Brasileiro, abordando Novos Desafios e Renovação de Concessão da Copel Distribuição, em parceria com a Associação dos Profissionais da Copel; Importações da China, possibilidades e obstáculos; workshop Proteção como solução; também com o Instituto IDD, palestras Certificação Aqua, uma experiência prática; BIM para Infraestrutura – Planejamento de rodovias e ferrovias; Reúso da água como instrumento de gestão dos Recursos Hídricos; e cursos como Gestão de negócios na Engenharia e Negociação para engenheiros, entre outros.
Ainda no rol de palestras: Energia solar e o potencial fotovoltaico do Estado do Paraná, com estudo do caso “Desempenho do sistema fotovoltaico conectado à rede de Escritório Verde da UTFPR”; Capacitação técnica em Robótica Industrial para a Indústria 4.0; Manual de Fiscalização do TCE, Engenharia de Vendas, Pontes protendidas e estaiadas; Utilização do Machine Control em projetos de infraestrutura e sua aplicação na automação de equipamentos pesados; Vants e drones na coleta de dados para planejamento, execução, controle e manutenção de obras nos vários ramos da engenharia; Smart Cities, a presença da engenharia na concepção de cidades inteligentes, com ‘cases’ das cidades mais inovadoras das Américas, Europa e Asia; Cartografia e Sistemas de Informação Geográfica; Tecnologias Disruptivas aplicadas à Engenharia e à Arquitetura.
Palestras com personalidades internacionais também foram destaque no IEP: em 22 de julho de 2015, em evento em parceria com o Instituto IDD, a Ph.D Michelle Brodeschi, pós-doutoranda pelo Technion/Instituto Israelita de Tecnologia, abordou o NextGEN BIM e os benefícios da ferramenta para o desenvolvimento de projetos de engenharia e arquitetura através de um estudo de caso de Israel. 21 de setembro, o tema foi Novas Tecnologias no Canadá, pelo engenheiro Paulo Montes Luz, e pelo engenheiro mecânico canadense Ayo Giwa, CEO da Enerpex Inc do Canadá. Foram apresentadas soluções na área de geração e conservação de energia para empresas de manufatura, mineração, lazer e para a indústria de transportes com gerador híbrido sem utilização de combustível conhecido como Joule Box, gerador híbrido com célula de combustível e programa de gerenciamento de baterias
No correr de 2016, novos eventos internacionais: dia 19 de janeiro, o IEP sediou a palestra “BIM, uma metodologia/tecnologia para aumentar a produtividade das empresas do setor da construção “, ministrada por Antonio Meireles, de Portugal. Fundador e diretor da ndBIM Virtual Building, Meireles é consultor com atuação internacional e distribuidor autorizado Trimble. Já colaborou com empresas como a Método Engenharia, Edalco Engenharia, Odebrecht, Barbara Engenharia, Construção, entre outras. O evento foi promovido pelo Instituto IDD, Trimble e Governo do Paraná com o apoio do IEP e da Rede BIM Gov Sul.
Em 15 de julho, o professor Karst Geurs, da University of Twente, da Holanda, apresentou, em inglês, as pesquisas que desenvolve na área de Mobilidade Urbana e discorreu sobre diferentes soluções para mobilidade adotadas em importantes cidades pelo mundo e os grandes desafios a serem superados nessa área.
Dia 27 de outubro, foi realizado o workshop Internet das coisas – IoT, com a presença de palestrantes de todas as Universidades com sede em Curitiba, do Lactec e do exterior e de fornecedores de equipamentos. A palestra magna de abertura foi proferida pelo professor Giuliano Manara, da Universidade de Pisa. Manara também ministrou um curso de curta duração durante o evento, com o tema Enabling Technologies for the Internet of Things (IoT).
Ainda em outubro, dia 20, o IEP recebeu uma delegação do Colégio de Engenheiros Civis do Estado de Jalisco, México. Os profissionais vieram ao Brasil para formalizar o convite para o Congresso Iberoamericano de Engenharia Civil, que será realizado no México em maio de 2017. O Instituto vai indicar um associado, com expertise em saneamento e espanhol fluente, para proferir palestra no evento. O presidente Nelson Luiz Gomez também foi convidado, com despesas pagas.
Um destaque foi o Fórum “Infraestrutura, uma saída para a crise”, em parceria com a Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), que lotou o Espaço de Eventos para palestras de três especialistas: o consultor e PHD Raul Velloso, o professor da PUC-SP Gabriel Galípolo; e o advogado e professor Egon Moreira, do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná. Evento de alta importância na área de projeto foi a realização, em 2015 e 2016, dos workshops Protensão como Solução, nos quais, além das tradicionais palestras sobre o tema foram realizados minicursos sobre os principais softwares de projeto de estruturas protendidas e visitas técnicas onde os participantes visualizaram a montagem de protensão em lajes.
Durante 2016, o IEP participou ativamente da elaboração do Plano Estadual de Infraestrutura e Transportes do Paraná – Pelt 2035 com associados em Curitiba e nas principais cidades do Estado. Também promoveu, dia 31 de março, debate sobre os tremores de terras ocorridos em Londrina em dezembro de 2015 e janeiro de 2016. Esta foi a primeira palestra realizada pelo IEP transmitida integralmente pela internet, com mais de 600 espectadores não presenciais nas cidades de Londrina e São Paulo.
Também em março, o evento Drone Show reuniu, nas dependências do IEP, mais de 1.200 participantes em torno de exposição de produtos e palestras que demonstraram a aplicação desses modernos dispositivos voadores na engenharia.
O Banco de Ideias do IEP, que revigorou suas atividades, promoveu em novembro de 2016 apresentação sobre “Planejamento Metropolitano para o Tratamento de Resíduos Sólidos com Recuperação Energética”.
Ainda em novembro, foi realizado o 1º Portas abertas, que visa a divulgação de trabalhos científicos de inovação tecnológica, com a palestra “Inovação Tecnológica e Eficiência Energética – A Evolução em Sistemas Hidráulicos”. As visitas técnicas prosseguiram: Docol Metais Sanitários; Tubos e Conexões Tigre; Fundição Tupy, as três em Joinville; Centro de Estudos do Mar da UFPR, em Pontal do Paraná; Brafer Construções Metálicas, em Araucária; Positivo Informática, em Curitiba; Caminhão do IAR (Instituto Avançado de Robótica), para treinamento de áreas de projetos e manutenção mecânica e elétrica; Estação de Tratamento de Esgoto Belém da Sanepar; complexo de viadutos e túneis da duplicação de trecho da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), no trecho conhecido como serra do Cafezal. O Projeto Puma, da Klabin, em Telêmaco Borba, mereceu duas visitas: a primeira em março de 2016, quando do início de atividades, e a segunda, em fevereiro de 2017, já com a fábrica em pleno funcionamento. A nova unidade tem capacidade de produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose ao ano; os investimentos foram de R$ 8,5 bilhões
A pauta de atividades e preocupações também se refletiu em melhorias no edifício-sede pois, apesar de intervenções de manutenção realizadas em gestões anteriores, foram constatados vários problemas. Um detalhado laudo técnico orientou obras de revitalização de fachadas, recuperação estrutural, tratamento de corrosões, impermeabilização de janelas, construção de juntas de dilatação horizontais, aplicação de pintura e hidrofugante, além de mudanças internas como substituição de corrimão e guarda-corpo do primeiro e segundo andares, de modo a proporcionar maior segurança aos frequentadores da sede, e restauração do piso dos escritórios do segundo andar.
21a Semana de Engenharia de 2015 abriu com a palestra-magna Inovação em Educação, ministrada por Alexandre Campos Silva, da equipe do Google for Education e responsável pela área de Educação do Google para a América Latina. E seguiu com temas não menos importantes como Desempenho acústico das edificações, Usina Hidrelétrica de Chagllia, no Peru, Segurança de barragens, Obras marítimas e portuárias, Limite de crédito habitacional e Marketing para profissionais da engenharia.
O Troféu Paraná de Engenharia de 2015 foi conferido ao engenheiro civil Raul Ozorio de Almeida, um especialista em pontes metálicas e de alvenaria; o Troféu Enedina Alves Marques (uma inovação) foi entregue à engenheira Corradine Taggesell, a primeira engenheira de Santa Catarina, que atuou durante muitos anos na Rede Ferroviária Federal; e a homenagem In Memorian lembrou o arquiteto Lineu Borges de Macedo que, em 60 anos de atividades profissionais, chegou à marca de quase oito milhões de metros quadrados de área construída, com o timbre da ousadia e da competência. A honraria foi entregue a seu filho Luiz Alberto Borges de Macedo.
Já a 22a Semana da Engenharia, realizada de 5 a 10 de dezembro de 2016, abriu com a apresentação do coral da OAB-PR (Ordem dos Advogados do Brasil) e a palestra magna do prefeito eleito de Curitiba, engenheiro Rafael Valdomiro Greca de Macedo. Além de um amplo calendário de palestras e workshops de alta importância, o evento contou com visitas técnicas ao Centro de Controle da Rumo Logística, em Curitiba, onde são controlados todos os trens operados pela companhia, do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul; e à Terra Rica Mineração, em Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba. O engenheiro civil Shido Ogura, referência na área de estruturas, recebeu o Troféu Paraná de Engenharia como Engenheiro do Ano de 2016; professor da UFPR por 33 anos, é autor de inúmeras publicações acadêmicas e de importantes projetos para a cidade de Curitiba.
O troféu Enedina Marques foi conferido à engenheira civil Neusa Teixeira Pinto Stahlschmidt, primeira mulher a lecionar no curso de Engenharia da Universidade Federal do Paraná. E a honraria “In Memorian” foi concedida ao engenheiro Nicolau Imthon Klüppel, que deixou um grande legado na área de saneamento de Curitiba e do Paraná.
Os 90 anos de história do IEP – transcorridos em 6 de fevereiro de 2016 – foram saudados na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e na Câmara Municipal de Curitiba; na Alep, dia 22 de fevereiro, por iniciativa do deputado Rasca Rodrigues, que convidou o presidente Nelson Luiz Gomez a falar da tribuna. Gomez fez um breve relato da trajetória da entidade, uma das quatro pioneiras na representação da categoria no País. Lembrou que sua criação se deu graças ao empenho de 46 profissionais e cinco acadêmicos, sob a liderança do professor Plínio Alves Monteiro Tourinho. Desde então – ressaltou – o IEP vem se dedicando à promoção da engenharia para o bem comum, valorizando-a, assim como a seus associados e a tecnologia, na busca da construção de uma sociedade mais justa. Com a missão de fomentar o desenvolvimento do setor através da integração e valorização de seus profissionais, oferecendo oportunidades de capacitação e atuando como permanente fórum de discussão dos temas de interesse da comunidade, o IEP tem tido participação ativa em vários momentos significativos da história do Estado.
Nelson Luiz Gomez destacou ainda a importância da proteção ao multiprofissionalismo e aos valores que estão na base da democracia, como o direito à vida, à liberdade e à propriedade privada, do incremento da educação, do intercâmbio de ideias e do conhecimento, até como instrumentos efetivos na luta contra eventuais impulsos ditatoriais de líderes populistas, e no combate à corrupção.
Ao final da homenagem, o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano, fez entrega de diploma de Menção Honrosa do Legislativo relativa ao 90º aniversário da entidade. A Câmara Municipal de Curitiba lembrou as nove décadas do IEP mediante a outorga, dia 19 de março, de um diploma de honra à data, cujo portador foi o vereador Luiz Felipe Braga Côrtes, em nome de seus pares que o aprovaram por unanimidade. Também o Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) e a Febrae (Federação Brasileira de Associações da Engenharia) registraram a data.
Homenagens também foram prestadas pelo IEP: a dois de seus associados que completaram 100 anos de idade, com festa no Espaço de Eventos – os engenheiros Paulo Aguiar, em 2015, e Venevérito da Cunha, ex-presidente, em 2016. O Instituto também sediou, em setembro de 2016, a homenagem aos 40 anos de artes plásticas do artista curitibano Ângelo Hasse.
UM ESTATUTO MAIS MODERNO
A gestão 2015-2017 do IEP decidiu conferir à entidade um Estatuto mais condizente com as exigências com os tempos atuais. Seria a quarta grande modificação do documento que baliza a vida do Instituto, cuja última atualização havia ocorrido em 2006, que por sua vez atualizou o concebido em 1962.
As mudanças propostas começam pelas categorias de associados, que passam a ser oito: Titular, Honorário, Benemérito, Universitário (antigo acadêmico), Empresarial (antigo institucional), Conveniado, Especial e Correspondente, estas três como novidades: Conveniado é o profissional filiado a entidades de engenharia que mantêm convênio com o IEP; Especial, os filhos até 35 anos e o cônjuge ou companheiro (a) com união estável, quando o titular falecer na condição de associado, garantindo-lhes, por exemplo, o acesso a serviços como plano de saúde; Correspondente, o residente fora do estado ao qual são conferidas atribuições de representar o IEP no país ou região em que reside
A criação da categoria de sócio Conveniado vai fortalecer a parceria entre o IEP e as entidades de classe da engenharia, com benefícios para as duas partes. Um exemplo: o associado de uma entidade conveniada vai pagar 50% da anuidade ao Instituto; os outros 50% serão abatidos do que ele já pagou na entidade de origem. E poderá usufruir dos serviços como planos de saúde e consórcio de automóveis.
A separação de poderes é outra mudança significativa. O capítulo IV, da Administração, prevê que são órgãos da administração do IEP: Assembleia Geral, Conselho Superior, Colégio de Presidentes, Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Diretoria. Notam-se, aqui, duas novidades: a criação do Conselho Superior e a transformação do Conselho Consultivo em Colégio de Presidentes, formado pelos associados que exercerem a presidência do IEP por mais de 12 meses e pelo presidente em exercício. O Conselho Superior é composto pelos integrantes do Colégio de Presidentes, Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Diretoria no exercício de suas funções. No Conselho Superior somente terão voz e voto os Associados vitoriosos em eleições no IEP, isto é, só profissionais eleitos em Assembleia Geral. Entre suas funções está a de eleger membros para mandato vacante, homologar indicações da Diretoria para representantes do IEP junto a outras instituições; decidir sobre a exclusão de associados; propor à Assembleia Geral a alteração do Estatuto; analisar casos extremos.
As reuniões do Conselho Deliberativo não mais serão presididas pelo presidente do IEP, mas por um coordenador, eleito entre os membros, assim como o vice-coordenador e o conselheiro-secretário. O presidente do Instituto pode participar das reuniões, com direito a voz, mas não a voto. O Conselho Deliberativo foi ampliado para 16 membros titulares e quatro suplentes, com mandato de quatro anos. Entre suas atribuições estão a de homologar a nomeação de diretores de apoio propostos pela Diretoria e de aprovar convênios com entidades de engenharia. O Conselho Fiscal, também com mandato ampliado para quatro anos, passa a ser composto por quatro titulares e respectivos suplentes, sendo eleito um conselheiro anualmente.
A composição da Diretoria teve mudanças substanciais, com a redução de oito para cinco integrantes: Presidente, Vice-Presidente, Diretor Administrativo, Diretor Financeiro e Diretor Técnico. O novo formato vai vigorar a partir da gestão 2017-2019, cuja eleição será na primeira quinzena de abril e a posse na segunda quinzena do mesmo mês. Podem agora ser criadas até 10 Diretorias de Apoio, outorgadas a associados titulares com no mínimo dois anos de vida associativa, por nomeação da Diretoria, submetida ao Conselho Deliberativo. Também podem ser instituídas Câmaras Técnicas, como órgão auxiliar da Diretoria, para estudar e debater temas especializados relativos às finalidades do IEP.
A Ética ganha um capítulo exclusivo no novo Estatuto, que lista as infrações passíveis de punição, os tipos de sanções, a condução do processo e o direito de defesa, inclusive com recurso ao Conselho Superior. Nas Disposições Transitórias, uma solução para a questão dos remidos: como a remissão, anteriormente à aprovação do Estatuto de 2006, exigia pagamento de anuidade durante 30 anos – a mudança de então fixou em 40 anos -, foi criada uma fórmula de maneira a preservar direitos de associados.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
A atuação da diretoria 2015-2017 baseia-se nos princípios do Planejamento Estratégico elaborado para o período, depois de levantamento dos pontos fortes e fracos do IEP, as oportunidades de ação e entraves decorrentes de fatores externos. A Visão da entidade foi definida como “Ser referência da Engenharia para a Sociedade” e a Missão, a de “Promover a Engenharia por meio da integração profissional, agregando conhecimento, difundindo novas ideias e tecnologias para melhoria da qualidade de vida”.
Para concretizar esses pontos, foram estabelecidos entre os objetivos: difundir o IEP no meio acadêmico; buscar a continuidade do quadro associativo do IEP, formando grupos nas universidades com o intuito do fortalecimento de profissionais no ambiente da Engenharia e Arquitetura; fortalecer a credibilidade do IEP através de posicionamento constante em todos os temas em evidência na sociedade que envolvam a Engenharia; estabelecer uma estrutura de comunicação social; incentivar a associação dos novos engenheiros e sócios acadêmicos; designar diretorias regionais visando a interiorização do IEP; aumentar em 1000 os sócios efetivos no estado; valorizar a marca “IEP” através do desenvolvimento dos profissionais criando incubadoras, cursos e atividades afim.
No capítulo Projetos e Indicadores, criar Câmaras Técnicas multidisciplinares (Energias, Logística, Smart Cities, Gestão Urbana), aproximação com Universidades; criar Departamentos técnicos por especialidade; implantar representações regionais do IEP; reativar o Banco de Ideias; implantar uma biblioteca virtual; firmar parcerias para alavancagem técnica e financeira; envolver o IEP na Sociedade mediante participação em eventos, criação de eventos, um no dia do engenheiro, e de grupos sociais; maior envolvimento nas decisões governamentais, com apresentação de projetos principalmente na área de infraestrutura – rodovias, ferrovias, portos (armazenagem), energia; participar da assistência jurídica aos associados; criar banco de empregos; incrementar as atividades que visem a aproximar cada vez mais o associado do Instituto.
Ao caminhar para o final de sua gestão, a gestão do presidente Nelson Gomez contabilizou outras conquistas importantes, mais especificamente no campo jurídico: em ações em que o IEP foi autor, como contra o INSS, referente a cobranças indevidas da Unimed; ação de arresto de veículo do consórcio; de despejo contra inquilino inadimplente; e contra um associado por difamação da Diretoria.
E em ações em que o IEP foi réu: exclusão do Instituto como réu no processo Casa Fácil de Colombo e ganho de causa de associado IEP contra a Unimed. Também foram registrados avanços tecnológicos: a partir da instalação de uma rede de fibra óptica será possível, em breve, transmitir pela internet as palestras em tempo real; hoje, os eventos já estão disponíveis no YouTube, outra iniciativa desta diretoria.
Engenheiro eletricista pela UFPR, diplomado em 1973, Analista de Sistemas e Mestre em Administração pela mesma Universidade e Advogado pela UniCuritiba, turma de 2010, Nelson Luiz Gomez cumpriu boa parte de sua vida profissional na Copel (Companhia Paranaense de Energia), onde ingressou como estagiário em 1972. Na empresa, onde se aposentou, desenvolveu atividades na Divisão de Sistemas de Engenharia, no Departamento de Sistemas Técnico-científicos e na Superintendência de Informática. Desenvolveu e implantou programas e sistemas de simulação na área de Engenharia Elétrica (cálculo de flechas e tensões em linhas de transmissão e distribuição, fluxo de potência, transitórios eletromagnéticos, curto-circuito, estabilidade Transitória, entre outros).
Entre 1977 e 1992 foi professor do Departamento de Informática da UFPR; como engenheiro eletricista desenvolveu projetos em instalações industriais e residenciais no Paraná; na qualidade de advogado, é defensor dativo com ações mais de 300 ações nos três graus de jurisdição, em cinco anos. Em seus tempos de estudante foi considerado o melhor aluno do curso de Engenharia Elétrica da UFPR (1973) e o terceiro melhor aluno do curso de Direito da UniCuritiba (2010); autor do Melhor Trabalho Acadêmico – “A satisfação do usuário de informação na Internet, nos 50 anos da Fundação Getúlio Vargas-SP (2004); entre 1978 e 1993, foi professor homenageado e paraninfo de diversas turmas de formandos de bacharelado em Informática da UFPR. Autor de capítulo do livro Tecnologia de Informação organizado por Alberto Luiz Albertin e Rosa Maria de Moura Albertin, da Editora Atlas.
No IEP, chegou à presidência em 2015, depois de ampla participação em setores da entidade: diretor de cursos na gestão do professor Luiz Carlos Pereira Tourinho (1993-1995), vice-presidente Financeiro na gestão do engenheiro Luiz Cláudio Mehl (2005-2007), vice-presidente Administrativo, na gestão do engenheiro Jaime Sunye Neto (2011-2013); membro do Conselho Deliberativo (2014-2015)
Como conselheiro-representante do IEP junto ao Crea-PR por três mandatos, Nelson Luiz Gomez foi, naquele Conselho de Engenharia e Agronomia, diretor e coordenador de Câmara Especializada de Engenharia Elétrica e de Comissões. De 2003 a 2010, foi diretor de Esportes, de Marketing e de Informática do Clube Curitibano.
Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch
GESTÃO 2021 – 2023
A Diretoria da Gestão 2021-2023, tomou posse no dia 23 de abril de 2021, composta pelos engenheiros, presidente Nelson Luiz Gomez, vice-presidente Paulo Sérgio Peterlini, diretor administrativo Keiro Yamawaki, diretor financeiro Alexandre Mattar Sobrinho e diretor técnico Rodrigo Paulo Strano Pasqual.
Eu seu discurso de entrega de cargo: O papel do IEP está praticamente definido no artigo 1º de seu Estatuto – resumidamente “Ser a Casa da Engenharia”. O papel do IEP não está circunscrito aos seus associados. Seu papel extrapola os seus limites físicos e estatutários, tendo um olhar projetado sobre o horizonte da inovação antecipando as situações futuras. Mirando o futuro entendemos ser a melhor forma de celebrar e reverenciar o passado.
O IEP está de portas abertas para a participação ativa dos profissionais da engenharia, da arquitetura, da agronomia e geociências, na busca de soluções para os desafios que o País enfrenta, a nível Federal, Estadual e Municipal.
REALIZAÇÕES DA DIRETORIA GESTÃO 2021-2023
GESTÃO:
• 94 REUNIÕES SEMANAIS A MAIORIA HÍBRIDA;
• MAIS DE 600 DIAS COM PRESENÇA DE UM DIRETOR NO IEP;
• ESTIVEMOS PRESENTES E ATENDENDO OS ASSOCIADOS NOS 9 PRIMEIROS MESES DE GESTÃO DURANTE A PANDEMIA ONDE OBSERVAMOS AS RESTRIÇÕES SANITÁRIAS;
• ELABORADO PROPOSTA DE ALTERAÇÃO ESTATUTÁRIA COM PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS CONSELHOS E DIRETORIA;
• EM FASE FINAL NOVO SISTEMA DE GESTÃO DOS ASSOCIADOS INTEGRADO COM A BASE DDE DADOS DA UNIMED;
• CONCENTRAÇÃO DOS RECURSOS NO BANCO DO BRASIL MELHORAMOS A ESTRATÉGIA DA APLICAÇÃO FINANCEIRA;
• EXCLUÍMOS ASSOCIADOS INADIMPLENTES QUE SOMENTE GERAVAM DESPESAS;
• REALIZAMOS PESQUISA DE OPINIÃO ENTRE OS ASSOCIADOS.
MANUTENÇÃO DO PATRIMÔNIO:
• 4.000 ASSOCIADOS;
• 6.278 ASSISTIDOS UNIMED;
• 927 DENTALUNI.
REALIZAMOS OBRAS:
• NOVAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS COM AUMENTO DO RAMAL DE ENTRADA DE 400 PARA 800A;
• NOVO HALL DE ENTRADA DO EDIFÍCIO;
• TROCA DO PISO DO 1º ANDAR;
• INSTALAÇÃO DE SISTEMA DE RENOVAÇÃO DO AR DO CENTRO DE EVENTOS.
CONVÊNIOS COM ENTIDADES
CELEBRAMOS:
• 07 NOVOS CONVÊNIOS COM ENTIDADES COIRMÃS;
• MANTIVEMOS CONVÊNIOS E PROJETOS COM O CREA-PR;
• PARCERIA COM O CREA-PR PARA ACESSO A NORMAS TÉCNICAS ABNT E INTERNACIONAIS;
• ALGUNS CONVÊNIOS EM ANÁLISE NO CONSELHO DELIBERATIVO.
PARA O ASSOCIADO OU DEPENDENTE:
584 NOVOS ASSOCIADOS
SERVIÇOS:
• CONVÊNIOS COM PRESTADORES ALIMENTAÇÃO (5); AUTOMOTIVO (5); EDUCAÇÃO (13); LOJAS (7); • SAÚDE (10);
• TURISMO (8);
• CERTIFICADO DIGITAL;
• CARTEIRA DIGITAL COM QR CODE;
• 2 DIAS INTERNACIONAL DA MULHER;
• ENCERRAMENTO DO CONSÓRCIO ABRIL DE 2022;
• REAJUSTE DA UNIMED PEDIDO 14,61% ACORDADO 7% e PEDIDO 18,31% ACORDADO 13,31%;
• 12 BOLSAS PARA MESTRADO PROFISSIONAL NO LACTEC;
• 18ª TURMA DE MESTRADO.
LAZER:
• JANTAR DANÇANTE;
• 8 DEGUSTAÇÃO DE VINHO;
• 22 VIAJANDO PELA CULTURA;
• REATIVAMOS O BAR DA AMIZADE, A RODA DE SAMBA E O GESTÃO COM PIPOCA;
• CURSO DE XADREZ PARA INICIANTES.
PARA O PROFISSIONAL:
• CAFÉ DA MANHÃ LIDERES;
• BANCO DE OPORTUNIDADES;
• MENTORIA;
• BIBLIOTECA VIRTUAL;
• 14 PALESTRAS INTERNACIONAIS;
• 64 PALESTRAS NACIONAIS;
• 20 VISITAS TÉCNICAS;
• 2 SEMANAS DE ENGENHARIA;
• FORÚM MITOS E VERDADES: ELETROMOBILIDADE e ENERGIAS SUSTENTÁVEIS;
• FÓRUM RESÍDUOS SÓLIDOS NO PARANÁ;
• • FÓRUM METROPOLITANO DE GESTORES DE MEIO AMBIENTE;
• 6 LANÇAMENTOS DE LIVROS;
• 17 CÂMARAS TÉCNICAS;
• 4º ENCONTRO DE ENGENHARIA QUÍMICA DO PARANÁ;
• APROVADA NO CREA-PR RABELA DE HONORÁRIOS.
PARA O ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO:
• 2 SEMANAS ACADÊMICAS COM QUASE 2.000 INSCRITOS;
• PALESTRAS NAS SEMANAS DE ENGENHARIAS DAS UNIVERSIDADES;
• CELEBRAÇÃO DOS 100 ANOS DO DAEP;
• HACKATON COM COPEL;
• ENTREGA DA CARTEIRA DO CREA PARA OS PROFISSIONAIS;
PARA A COMUNIDADE
YOUTUBE COM PALESTRAS:
• 391 PALESTRAS;
• QUASE 4.000 INSCRITOS;
• DESTAQUE PALESTRA COM MAIS DE 20.000;
• MONETIZADO PELO YOUTUBE;
• PARTICIPAMOS ATIVAMENTE NA DISCUSSÃO DO NOVO PEDÁGIO NO PARANÁ, NOVA PONTE BRASIL PARAGUAI; NOVA PONTE MARINHOS GUARATUBA; CONTORNO DA BAIA DE GUARATUBA;
• ATUAMOS COMO “AMICUS CURIE” NA RETIRADA DAS PEDRAS DA PALANGANA PARA AUMENTO DO CALADO NO PORTO DE PARANAGUÁ e NA ENGORDA DE MATINHOS;
• O IEP ESTEVE REPRESENTANDO EM MAIS DE 200 EVENTOS;
RESPONSABILIDADE SOCIAL:
• CAMPANHAO DOE CALOR, DOE VIDA;
• TROCAMOS LIXO RECICLÁVEL DO IEP POR ARROZ e FEIJÃO e ENTREGAMOS NO BAIRRO CAXIMBA;
• COLETAMOS BRINQUEDOS E CHOCOLATE e ENTREGAMOS NO BAIRRO PANTAROLA PARA MAIS DE 80 CRIANÇAS;
• RECEBEMOS MAIS DE 2.000 PEÇAS DE ROUPAS e ENTREGAMOS A DIVERSAS ENTIDADES SOCIAIS;
• NA PÁSCOA DE 2023 ENTREGAMOS 561 CAIXAS DE BOMBONS A DIVERSAS COMUNIDADES;
• ENTREGAMOS JUNTO COM A ONG MISSION MAIS DE 100 CESTAS BÁSICAS À CARRINHEIROS
TORNEIO PARANAENSE DE XADREZ E XADREZ PELA UCRÂNIA;
• REPRESENTAMOS O IEP EM MAIS DE 250 EVENTOS E SOLENIDADES; E INTEGRAÇÃO COM OUTRAS ENTIDADES NA PROMOÇÃO DE EVENTOS.
REPRESENTAÇÕES:
• PARTICIPANTE DA COMISSÃO DE RECUPERAÇÃO DE BENS AMBIENTAIS LESADOS POR INDICAÇÃO DO GOVERNADOR RATINHO JUNIOR;
• CONSELHO MUNICIPAL DE URBANISMO;
• CONSELHO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS;
• CONSELHO DA URBS;
• CREA-PR COM 11 CONSELHEIROS.
Presidente IEP da Gestão 2013 a 2015
POLÍTICAS PÚBLICAS EM PAUTA
Neto de fundador da entidade e filho de presidente, que também foi destacado líder classista e Secretario de Estado, o engenheiro Cássio José Ribas Macedo, 32º presidente do Instituto de Engenharia, pautou sua gestão por intervenções no edifício-sede Plínio Alves Monteiro Tourinho: entre elas, a modernização dos dois elevadores que estavam em operação desde a inauguração do prédio, há 40 anos, renovação de ambientes e a conclusão do Espaço de Eventos.
Cássio José Ribas Macedo foi empossado na presidência em 28 de março de 2013, tendo na diretoria os seguintes nomes: Luiz Hélio Friedrich, vice-presidente; Suely Teresinha Vivan Taniguchi, vice-presidente administrativo; Hirotoshi Taminato, vice-presidente administrativo adjunto; Luiz Eduardo Veiga Lopes, vice-presidente financeiro; José Orlando Pereira, vice-presidente financeiro adjunto; Sérgio Luiz Sottomaior Pereira, vice-presidente técnico; Nelson do Canto Oliveira Saks, vice-presidente técnico adjunto.
Em seu discurso de posse, que foi presidida pelo coordenador do Conselho Consultivo, o ex-presidente Gilberto Piva, Cássio discorreu sobre a necessidade de adequar o IEP aos mais modernos padrões de gestão e também estimular a participação dos associados. “Vamos oferecer mais oportunidades de envolvimento, seja sob a motivação técnica e profissional ou pela atração oferecida através dos serviços e eventos de lazer, como o Bar da Amizade, que voltará já no início de abril”. Vice-presidente na gestão de Jaime Sunye Neto, mas tendo se lançado candidato à presidência em chapa independente – a “Sou + IEP, Tradição, Ousadia e Transparência” -, Cássio José venceu as eleições com 317 votos contra 234 dados à adversária, “O IEP ainda melhor”, encabeçada pelo engenheiro eletricista Nelson Luiz Gomez.
Durante a campanha eleitoral e em seu plano de trabalho, Cássio destacou a construção de “uma imagem de respeito e dignidade (do IEP), que merece e deve ser preservada através de esforços contínuos”. Reconhecidas e fortalecidas devem ser as conquistas obtidas até hoje pelo IEP, que se mostram de grande aceitação pelo associado, como, por exemplo, o plano de saúde, consórcio e todas as demais, uma vez que é bem sabido que a realização profissional só é amplamente atingida quando as necessidades básicas do profissional estão solidamente asseguradas”.
“Por outro lado – ressaltou -, a situação atual exige uma presença mais efetiva de nossa entidade junto à sociedade, especialmente na formulação de políticas públicas e sua condução. Além disso, os profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia têm sistematicamente perdido espaço político e profissional. Empresas tradicionais desapareceram, muitos profissionais são mal remunerados ou desviados de suas funções. Tanto a formação profissional e as entidades de classe estão cada vez mais fragmentadas, enfraquecendo de forma vil este segmento”.
“Este contexto demanda que o IEP esteja mais orientado para as expectativas dos sócios e para os desafios contemporâneos através de inovação contínua, especialmente as de cunho social, econômico e ambiental. Cássio propunha uma atuação mais presente, mais efetiva, e principalmente mais integradora e transparente, propiciando um quadro associativo ainda maior, mais jovem e mais representativo, capaz de influenciar de forma indelével e positiva os destinos de nosso querido Estado do Paraná. Por isso, o nosso IEP, com esmero ético, deve fortalecer sua representação associativa, modernizar sua gestão, contribuir com a valorização profissional, propiciar oportunidades de networking e marcar presença nas grandes questões de interesse da sociedade”.
Um dos primeiros passos da nova gestão foi materializar a meta de participar ativamente da formulação das políticas públicas, mediante a realização de encontro para discutir a infraestrutura e a logística do Paraná. O IEP colocou na ocasião sua preocupação com a falta de propostas para melhorias no porto de Paranaguá, bem como dos acessos para escoamento das safras de grãos. O principal objetivo do encontro foi identificar prioridades e estabelecer um plano de trabalho para que o Instituto, em conjunto com outras entidades, desenvolvesse ações em parceria com os Poderes Públicos para alcançar bons resultados. Sem os investimentos necessários, na opinião do IEP, e sem a execução de obras em tempo hábil e de forma técnica e responsável, o desenvolvimento do Paraná poderá ser seriamente prejudicado.
Na sequência, outro grande tema em debate: o metrô de Curitiba, em junho de 2013, com a presença de representantes da Prefeitura. O encontro serviu para coletar subsídios para que o Instituto pudesse acompanhar as discussões técnicas sobre o assunto. Os prós e contras de cada método construtivo e o modelo de Parceria Público Privada foram alguns dos pontos que mais geraram debates. O metrô teria novas discussões, em parceria com o Crea-PR e o Sindicato de Engenheiros, e voltaria à pauta já em janeiro de 2014, para debate sobre a minuta do edital de licitação da obra. Cássio destacou na ocasião que “não é mais o momento de sugerir alterações no projeto, mas de cuidar para que a obra seja conduzida da melhor forma possível para a cidade.
Outro tema de alto interesse – os contratos de concessões públicas – também motivou as atenções do IEP, que em agosto de 2013 promoveu palestra em parceria com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar). O foco do evento foram os aspectos econômicos e jurídicos dos contratos de concessão para subsidiar a formação de um grupo de estudos sobre o assunto.
Em outubro, o IEP reuniu especialistas em seminário para discutir perspectivas técnicas e soluções para melhorar a acessibilidade, inclusão e autonomia de pessoas com necessidades especiais. O encontro também avaliou a situação nacional de Pesquisa e Desenvolvimento no setor bem como a produção e a comercialização de soluções em Tecnologia da Automação. Os resultados do evento foram levados ao prefeito Gustavo Fruet e ao Ippuc. Na ocasião, Cássio José reivindicou da Prefeitura maior atenção com relação às calçadas de Curitiba, “que constituem verdadeiros obstáculos para a mobilidade de pessoas com necessidades especiais, limitando seu direito de livre acesso e comprometendo a segurança”.
Na mesma linha, em 2013, agosto, o IEP realizou, em parceria com a ABRAPCH, o 1º Encontro Nacional sobre o Futuro das PCHs, com palestras de especialistas e a presença de mais de 200 profissionais. Cássio destacou que “o incentivo à produção de energia limpa e sustentável é de extrema importância para o futuro do país”; o presidente da ABRAPCH, a associação brasileira do segmento, Ivo Pugnaloni, falou sobre o enorme potencial das Pequenas Centrais Hidrelétricas, “que não pode ser deixado para trás”. Cursos sobre Barragens de Concreto e sobre Mecânica das Rochas, ambos em parceria com o Comitê Brasileiro de Barragens, palestra sobre o método construtivo Hi-Tech, tecnologia que usa placas de isopor para preenchimento de paredes, pisos e lajes, garantindo conforto térmico e acústico, deram sequência aos eventos técnicos, que teriam novo realce durante a 19a Semana de Engenharia, em dezembro, com mesa redonda sobre os limites do mar territorial paranaense, tema que ganhou corpo após a descoberta do pré-sal. Na ocasião, foram apresentados os resultados dos estudos que indicam a definição dos limites através de paralelos e meridianos como a mais adequada, com base em critérios internacionais. Hoje, a lei estabelece que a divisão, no mar, “corresponde a linhas imaginárias que partem da costa, em ângulo reto, até o fim do mar brasileiro. Um desenho que prejudica o Paraná e o Piauí. Nesses estados as linhas imaginárias se fecham a uma distância bem próxima da costa e, nos demais estados, elas se expandem, aumentando seu potencial para exploração de recursos naturais”.
Entre outros itens técnicos da pauta, a Semana contou também com a realização do 19º Congresso Brasileiro de Engenheiros Civis, com palestras de alta relevância para os profissionais.
Em 2013, o IEP deu nova modelagem às homenagens da Semana, outorgando apenas três troféus: o Troféu Paraná de Engenharia ao engenheiro Adelino Alves da Silva, quase centenário, pelo conjunto de sua obra profissional; o de Engenheiro Destaque, a Hélio Rotemberg, presidente do Grupo Positivo; e o In Memorian, conferido ao engenheiro Roberto Saraiva Ozorio, que foi recebido pelo seu filho Raul Ozorio de Almeida.
2014 começou sob a égide da Copa do Mundo da Fifa e o atraso de várias obras, algumas não concretizadas, foi motivo de preocupação do IEP, manifestada ao prefeito da cidade. Representantes do Instituto participaram de visitas de inspeção técnica à Arena da Baixada, que foi palco de quatro partidas. E não faltou torcida pela seleção brasileira nos dias de jogos, quando um telão foi instalado no 1º andar, reunindo muitos associados.
Depois da reunião sobre o metrô, em janeiro, o presidente Cássio José Macedo participou, em fevereiro, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, de uma audiência pública proposta pelo deputado Elton Welter para discutir projeto de lei para proteção de mananciais de abastecimento público de água no Paraná. Entre os presentes, representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Emater. Logo a seguir, o IEP promoveu, em parceria com o Instituto IDD, o 1º Seminário Paranaense de Obras Civis, que abordou quatro temas: Gerenciamento, Tecnologia, Estrutura e Infraestrutura. Em março, o Espaço de Eventos foi o cenário da 83a Reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Transporte Urbano e Trânsito, promoção da Associação Brasileira de Transportes Públicos, com apoio do IEP e da Urbs. Ainda com o IDD, foi realizado um workshop internacional de Engenharia Civil.
Na pauta de palestras técnicas: Cabeamento subterrâneo, com Fiep, Copel, Associação Comercial do Paraná e sindicatos do setor produtivo, Novas tecnologias em concreto armado, com o Inbec, Concreto protendido, Construções verdes, Estruturas metálicas, Hidrelétrica de Belo Monte, Turbinas hidráulicas, Construções sustentáveis, Andaimes inteligentes, curso de Excel para engenheiros, mesa redondas sobre a contribuição da engenharia para a redução do custo do seguro de acidentes em obras, seminário sobre como desenvolver parques eólicos, convênio para a oitava turma do mestrado profissional em Desenvolvimento de Tecnologia, convênio com os Institutos Lactec, qualificados com um dos maiores centros de excelência do país. Para Cássio, “aqui, a inovação está presente em cada projeto, em cada serviço que prestamos. Isso é ser inovador”.
As visitas técnicas foram incrementadas ao longo da gestão: Votorantim Cimentos, em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), maior da América Latina e a maior do mundo em número de fornos; PCH Novo Horizonte, pequena central hidrelétrica às margens do rio Capivari, em Campina Grande do Sul (RMC), com barragem de 22 metros de altura e capacidade instalada de 23 MW; Ponte estaiada Anita Garibaldi, de Laguna, Santa Catarina, com quase três quilômetros de extensão, a primeira no gênero em curva no país; Obras de alargamento do viaduto da avenida Marechal Floriano Peixoto sobre a linha férrea, no Boqueirão, em Curitiba, integrante do PAC da Copa; Porto de Paranaguá; ampliação do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais; Centro de controle operacional da Urbs, que administra as câmeras instaladas na cidade; Petrofisa, linha de produção de postes e tubos de fibra de vidro em
Mandirituba, uma das líderes do mercado mundial; Lactec, um dos mais respeitados centros de pesquisas técnicas do país; Viaduto estaiado da avenida Comendador Franco/das Torres, em Curitiba; Hidrelétricas de Salto Caxias e do Baixo Iguaçu, em Capitão Leônidas Marques; Laboratórios da Fugro In Situ Geotecnia, em Pinhais (RMC), empresa de origem holandesa de investigação geotécnica e controle de qualidade de fundações, pavimentos e obras em terra e em águas rasas e profundas.
Com o objetivo de aproximar os associados de autoridades e personalidades da vida paranaense, de maneira informal, e proporcionar um diálogo aberto entre as partes, Cássio criou o “Papo sem pauta”. Os encontros foram realizados preferencialmente aos sábados, no Bar da Amizade, ao longo de vários meses. Um dos convidados foi o engenheiro e deputado federal Eduardo Francisco Sciarra, que discorreu sobre sua atuação parlamentar, principalmente como integrante da Frente Parlamentar em Defesa da Infraestrutura Nacional e da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara Federal. Com Joel Krüger, presidente do Crea-PR, foram abordados temas como infraestrutura, mobilidade urbana, fiscalização e preparativos de Curitiba para a Copa do Mundo. Questões sobre rodovias e portos foram tratadas no “Papo sem pauta” que reuniu o secretário estadual de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, e o superintendente do Porto de Paranaguá, Luiz Henrique Tessutti Dividino. Sempre com expressiva participação de associados, outro encontro foi com o engenheiro civil Marco Antônio Marino, professor titular do Departamento de Construção Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Marino, que é mestre e doutor em estruturas, abordou aspectos de sua vida profissional, não somente na área acadêmica, mas também no desenvolvimento de estudos comparativos entre programas computacionais para projetos de estruturas de edifícios e flambagem de pilares de concreto armado.
A Engenharia Geotécnica no Pré-Sal foi a palestra magna de abertura da Semana de Engenharia de 2014, ministrada pelo presidente do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, Francis Bogossian. Seguiram-se temas como Empreendedorismo de alto impacto, Startups e você!, Manufatura Aditiva/Impressão em 3D, Amarras do Setor Elétrico, Contribuição da Engenharia para o Moderno Agronegócio, Perícia e Engenharia Diagnóstica, mesa redonda sobre Energia limpa e eficiente.
O Troféu Paraná de Engenharia foi outorgado a José Alberto Pereira Ribeiro, paranaense que preside a Aneor (Associação Nacional de Obras Rodoviárias); o de Destaque, ao engenheiro aeronáutico Odilon Antônio Camargo do Amarante, principal autor do Atlas de Potencial Eólico Brasileiro; e a homenagem In Memorian foi prestada ao engenheiro e arquiteto Elgson Ribeiro Gomes, representado por sua irmã Elthy Ribeiro Gomes.
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CONCLUSÃO DO CENTRO DE EVENTOS
Cássio incluiu no rol de realizações de sua gestão obras e serviços importantes como a modernização dos elevadores, que receberam novos motores, renovação das cabines e do visual externo; climatização das salas do 11º andar e do salão nobre; reforma do salão do primeiro pavimento; transformou o quarto piso, destinado a salas de aula, em ambiente moderno, seguro e confortável, inclusive com instalações sanitárias para pessoas com deficiências, o que também aconteceu no lobby do salão nobre, que recebeu climatização; legalizou a situação do edifício-sede junto ao Corpo de Bombeiros e à Prefeitura; criou a newsletter do IEP, para maior interação com os associados, cujo número ampliou significativamente.
De fundamental importância foi a conclusão do Centro de Eventos, com capacidade para até 500 pessoas conforme a configuração do evento, cuja primeira etapa foi implantada em 2006. O ambiente de 750 m² de construção, com projeto da arquiteta Cassiana Salvatti, recebeu iluminação a LED, revestimentos de paredes e teto com proteção acústica, banheiros adequados e copa, com ambiente climatizado e também um camarim com entrada pela garagem, para o ingresso de autoridades e artistas.
Para as obras, obteve o patrocínio da Itaipu Binacional (que contribuiu com 60% dos custos do primeiro andar, sendo o restante de recursos próprios do IEP), cujo presidente, Jorge Miguel Samek, esteve presente à inauguração, sendo homenageado com diploma de benemérito. O primeiro evento do espaço já modernizado – e o último da gestão Cássio – foi uma palestra com o juiz Sérgio Moro, com a presença de 550 pessoas.
Cássio José Ribas Macedo é engenheiro civil pela UFPR, turma de 1975. No início da vida profissional, foi engenheiro de produção de um dos trechos da PR-170 (Guarapuava-Usina Foz do Areia). A partir de 1978, como um dos sócios fundadores da Engenho Construções, foi responsável técnico por dezenas de instalações de agências para os bancos Itaú, Unibanco, Banespa, Habitasul, Auxiliar e BCN, no Paraná e em Santa Catarina. Construiu obras para a Texaco, Petrobrás, Esso, Casas Pernambucanas e Hermes Macedo e diversas residências particulares. Também executou várias obras públicas.
Em 1982, de volta à Construção Pesada, foi engenheiro responsável técnico pela restauração do trecho Ortigueira-Rio Preto da BR-376 e de outras obras no Paraná e em Santa Catarina. Em 1988, foi co-responsável técnico pelo consórcio DM-Cesbe-Sinoda na execução das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Segredo, a segunda maior da Copel.
No Crea-PR, como representante do IEP, foi conselheiro em várias gestões; no IEP, foi vice-presidente e presidente do Departamento Universitário, em 1974-1975; vice-presidente adjunto de 2007 a 2009 e vice-presidente de 2011 a 2013, quando se elegeu para a presidência.
Como o avô, Raul Azevedo Macedo, que foi sócio fundador do Rotary Clube em Paranaguá, e o pai, Cássio Bittencourt Macedo, que participou da criação do Rotary Clube Curitiba Leste, Cássio também tem ativa participação na vida rotária: foi fundador e presidente do Rotary Clube Curitiba Cinquentenário.
E no 90º aniversário do IEP, em fevereiro de 2016, quando seu retrato foi inaugurado na galeria de presidentes do Instituto, Cássio fez as contas: o fato ocorria exatos 45 anos depois da posse de seu pai na presidência do IEP; assim como 45 anos antes daquele 1971, seu avô fora um dos fundadores da entidade.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.
Presidente das Gestões de 2009 a 2013
NOVOS AVANÇOS INSTITUCIONAIS
Quando os ponteiros do relógio marcaram 18 horas do dia 30 de janeiro de 2009, prazo limite de registro das chapas que disputariam o comando da gestão 2009-2011, consolidou-se uma certeza: aquele seria o pleito mais disputado na história do Instituto de Engenharia do Paraná. Quatro chapas haviam sido registradas – “IEP, a Nossa Casa”, “O IEP de Todos”, “IEP Independente” e “Inovação e Tradição”, respectivamente encabeçadas pelos engenheiros Antônio Cezar Carvalho Benoliel, Isis Ribas Busse, Jaime Sunye Neto e Roberto Gregório da Silva Junior.
Fato parecido só em duas ocasiões anteriores: em março de 1947, quando Venevérito da Cunha derrotou dois adversários, Oswaldo Pilotto, que concorria à reeleição, e Paulo Aguiar e, em janeiro de 1971, quando a vitória de Cássio Bittencourt Macedo impediu um segundo mandato consecutivo de Paulo Augusto Wendler e um novo do ex-presidente Eliasib Gonçalves Ennes. Naquela eleição de 1947, a disputa entre quatro nomes foi a para 1a e 2a secretarias, num tempo em que cada cargo era submetido em separado aos eleitores. Em 1928, na sucessão de João Moreira Garcez, quando da escolha do segundo presidente, José Niepce da Silva, a 1a secretária também foi disputada por quatro candidatos e a segunda, por cinco.
Na abertura das urnas, ao final do processo de votação, em 12 de março, Jaime Sunye Neto, da chapa “IEP Independente”, foi eleito presidente com 256 votos, superando, pela ordem, Roberto Gregório da Silva Junior, 199 votos; Antônio Cezar Carvalho Benoliel, 64 votos; e Isis Ribas Busse, 44 votos. Também foram eleitos quatro membros titulares e um suplente do Conselho Deliberativo.
Sunye assumiu na noite de 30 de março, na companhia de Nivaldo Almeida Neto, vice-presidente; Celso Pasqual, vice-presidente administrativo; José Rodolfo de Lacerda, vice-presidente administrativo adjunto; Alexandre Mattar Sobrinho, vice-presidente financeiro; Celso Fabrício de Melo Junior, vice-presidente financeiro adjunto; Raul Ozorio de Almeida, vice-presidente técnico; e Shido Ogura, vice-presidente técnico adjunto.
No discurso de posse, Sunye destacou a “herança duplamente bendita” recebida de seus dois antecessores imediatos – Gilberto Piva e Luiz Cláudio Mehl. Para ele, Piva, “através de um Planejamento Estratégico, soube direcionar o IEP para uma trajetória de renovação e crescimento”. Sobre Mehl, afirmou: “Nos seus dois mandatos desenvolveu o IEP de forma sem paralelo, nos levando a novo patamar como entidade de Engenharia”.
Mais tarde, ao avaliar para este livro o trabalho desenvolvido, disse que “Piva continuou ajudando durante minha gestão e foi o principal responsável pela negociação com o diretor geral da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, do apoio para terminarmos o Centro de Eventos. Como presidente em exercício do Crea-PR, trouxe o CredCrea, instituição financeira para atender profissionais, estudantes e empresas da área tecnológica, para se instalar no IEP”. E Mehl “também seguiu colaborando na construção do Conepe (Congregação Nacional das Entidades Pioneiras da Engenharia) – citada mais adiante neste capítulo – e foi o grande responsável pelo Projeto País, um marco de trabalho coletivo das entidades de Engenharia”.
Ainda no discurso de posse, Sunye enfatizou que o IEP “continuará independente de grupos ou partidos, proativo em seu objetivo de influenciar o desenvolvimento do Paraná, parceiro das entidades estaduais e nacionais e nas áreas governamentais e privadas, pois acreditamos que é a colaboração entre o governo, a iniciativa privada e organizações não governamentais que mais contribui para o desenvolvimento das sociedades. Será sempre a casa dos associados, antigos e novos, dos profissionais da área tecnológica, mas, sobretudo, se manterá como a Casa da Engenharia do Paraná”.
Depois da parte formal da cerimônia, no auditório do IEP, autoridades e convidados presentes foram recepcionados no Espaço da Tecnologia, onde também foi inaugurado um painel de autoria do conselheiro e artista plástico Marcelo Araújo Brandão, com 18 quadros de diferentes dimensões e formatos, todos em tinta acrílica sobre tela e areia, com imagens de importantes obras dos diversos segmentos da Engenharia paranaense.
Dois anos depois, ao apresentar o relatório de atividades da gestão, a nova diretoria contabilizava uma série de conquistas, como a retomada das visitas técnicas – ao Porto de Itapoá (SC), para navios de grande porte e exclusivo para movimentação de contêineres; à Hidrelétrica de Mauá, no rio Tibagi, entre Telêmaco Borba e Ortigueira, obra conjunta da Copel e da Eletrosul; à fábrica de cimentos Itambé, em Balsa Nova, com sua produção de 1,5 milhão de toneladas/ano; à Gerdau Aços Finos, unidade Guaíra, em Araucária, o que permitiu acompanhar todas as fases de fabricação do aço; e às obras do edifício Universe Life Square, o mais alto de Curitiba, com 44 andares -, e a consolidação do Banco de Ideias como uma verdadeira fábrica de projetos e indutor de debates importantes.
A pauta de debates da gestão foi aberta com uma discussão conjunta com a Ferroeste sobre a ampliação da ferrovia entre Guarapuava e Cascavel e prosseguiu abordando os Portos do Paraná, em duas sessões, uma no IEP e outra em Paranaguá, quando foi apresentado, pelo Banco de Ideias, a proposta de extensão do Porto de Paranaguá pela ilha Rasa da Cotinga, que poderia resultar, a médio prazo, na criação de um Hub Porto. Em reunião em Brasília, o IEP ofereceu à direção geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) seus estudos na área de Logística de Transportes. Em audiência pública sobre transporte metropolitano, na Assembleia Legislativa, Sunye apresentou estudo de viabilidade do chamado Expresso Metropolitano, que utilizaria a malha ferroviária existente e a linha de transmissão de energia da Copel.
Projetos para o futuro do Paraná – como restauração da baía de Guaratuba, hidrovia do rio Ivaí, porto de Paranaguá e nova pista do aeroporto Afonso Pena – foram levados como contribuição do Instituto ao governador Orlando Pessutti, que recebeu em audiência o presidente Jaime Sunye Neto, o ex-governador Emílio Gomes, um dos coordenadores do Banco de Ideias, e o ex-presidente e membro do Conselho Consultivo Gilberto Piva. “As propostas do Banco de Ideias, liderado pelo incansável governador Emílio Gomes, sensibilizaram os governos federal, estadual e muitos municipais. Entre elas, o projeto para melhoria da Ferroeste”, relembra Sunye.
Baseadas nessas propostas, e em conjunto com o Crea-PR, Sindicato de Engenheiros, Sindicato da Construção Pesada e Fiep, o IEP desenvolveu o Plano Estadual de Logística e Transportes (Pelt), um diagnóstico dos quatro modais de transporte – rodoviário, ferroviário, aeroviário e hidroviário, com a indicação de quais obras seriam necessárias em casa caso. “Um primeiro passo de um planejamento organizado da Logística de Transporte para o nosso Estado”.
O metrô de Curitiba, prós e contras, e o porto de Paranaguá na visão dos candidatos ao governo do Paraná também mereceram destaque, assim como o transporte ferroviário no Paraná e a questão da Mobilidade Urbana, amplamente discutida entre órgãos municipais e o Banco de Ideias.
No final de 2009, foi criado, por proposição do IEP, o Fórum de Entidades de Engenharia e Arquitetura do Paraná, com o objetivo de discutir os grandes temas de interesse estadual e de projetos a serem somados ao planejamento das cidades. Entre eles, a questão da mobilidade urbana diante da realização, em Curitiba, de jogos da Copa do Mundo de Futebol em 2014. Nesse mesmo ano, o Instituto participou em Brasília do seminário sobre a Hidrovia Paraná-Tietê; ofereceu um projeto piloto de assentamento às famílias vítimas do terremoto no Haiti; e realizou em sua sede o seminário de apresentação do Istec (Ibero American Science and Technology Education Consortium), organização educacional internacional composta por mais de 100 instituições de educação, pesquisa e organismos multilaterais. Outra iniciativa, através do Banco de Ideias, foi o Projeto Açungui de abastecimento de água para Curitiba nos próximos 50 anos.
CONEPE E PROJETO PAÍS
Em meados do primeiro ano da gestão Sunye, dois importantes projetos nacionais começaram a ser gestados com a participação efetiva do IEP, que já havia sido convidado a integrar
o Cden (Colégio de Entidades Nacionais) do Confea. Um deles, o fortalecimento das entidades profissionais, cujos primeiros passos foram um workshop, em Brasília, das entidades precursoras do Sistema Confea-Creas – pela ordem de fundação, Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, Instituto de Engenharia, de São Paulo, Clube de Engenharia de Pernambuco, Instituto de Engenharia do Paraná, Sociedade Mineira de Engenheiros e Sociedade de Engenheiros do Rio Grande do Sul.
Depois de rodadas de discussões, foi criada, em fevereiro de 2010, a Conepe (Congregação Nacional das Entidades Pioneiras da Engenharia). O ato foi realizado em Brasília, durante o Encontro das Lideranças da Engenharia promovido pelo Confea.
A Conepe teria papel importante na montagem do segundo projeto. Denominado de “Projeto País – Governança e Gestão do Sistema Brasileiro de Obras Infraestruturais” e desenvolvido em conjunto com o Sistema Confea-Creas e a Febrae (Federação Brasileira das Associações de Engenheiros), visava a formatar um pacote de ações de políticas públicas para ser oferecido como subsídio aos candidatos à Presidência da República. A proposta inicial do evento havia sido formulada pelo ex-presidente do IEP, Luiz Cláudio Mehl, na qualidade de membro do Conselho Superior da Febrae.
Em junho de 2010, as principais lideranças da Engenharia brasileira, reunidas no IEP, aprovaram um documento contendo um conjunto de ideias distribuídas em 10 itens – Educação, Gestão de Obras, Inclusão Digital, Área Jurídica, Agências Reguladoras, Valorização do Planejamento, Papel da Sociedade Organizada, Mudanças Institucionais, Reforma Política e Reforma Tributária”.
“Projeto País” teve uma série de palestras, como a do presidente do Confea, Marcos Túlio de Melo; do presidente do Instituto de Engenharia, de São Paulo e coordenador da Conepe, Aluízio de Barros Fagundes; do ex-secretário do Planejamento do Paraná e doutor em Administração Pública Belmiro Valverde Jobim Castor; do ex-ministro de Minas e Energia Francisco Gomide; e do empresário Rodrigo Rocha Loures, presidente da Fiep.
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PRIMEIRA ELEIÇÃO PELA INTERNET
Destaca Sunye na análise de suas gestões: “Começamos imediatamente a trabalhar a atualização do Planejamento Estratégico, com a ajuda do Irídio Johansen de Moura, já que as fortes mudanças ocorridas nas duas gestões anteriores alteraram nossa realidade. Isso deu um novo direcionamento ao IEP, priorizando e abrindo novas áreas de atuação. Como consequência, propusemos imediatamente a eleição pela internet, como forma de aumentar a participação dos associados e, com a ajuda do vice-presidente administrativo, o engenheiro/advogado Nelson Luiz Gomez, iniciamos os estudos para um novo modelo de estatuto que descentralizava a gestão excessivamente presidencialista, integrava o trabalho dos poderes do IEP e facilitava a cooperação com outras entidades do Estado. Para marcar a entidade de engenharia mais antiga do Paraná, recuperamos a celebração do aniversário do IEP com festividades significativas”.
“Uma área que incrementamos foi a da Responsabilidade Sócio Ambiental. Quem assumiu o encargo foi a Luciana Choma. Além da parceria do curso pré-vestibular Creação, lançamos o Banco Socioambiental de Materiais, o prêmio Engenheira do Ano, incrementamos a parceria com as escolas, organizando eventos de xadrez escolar, firmamos uma forte parceria com o Conselho de Responsabilidade Social da Fiep (Federação das Indústrias), este com a fundamental ajuda do engenheiro Mario De Mari”.
A renovação do terço do Conselho Deliberativo e do total do Conselho Fiscal, em 2010, marcou a primeira eleição pela internet no âmbito do IEP. Inicialmente agendada para 15 de março, com a votação eletrônica iniciando três dias antes da presencial, foi realizada somente em 10 de maio, em razão de querelas jurídicas motivadas por ação cautelar impetrada por alguns candidatos. A partir de então, o voto on-line passou a ser rotineiro para todos os demais pleitos no IEP.
Outra novidade foi a criação do Conselho Político, com a finalidade de propor e orientar as ações estratégicas do IEP no tocante a questões de Engenharia e o interesse público”. Instalado dia 31 de maio de 2010, sua coordenação foi entregue ao engenheiro Roberto Gregório da Silva Junior. Um dos primeiros temas tratados nos debates do Conselho foi a anunciada criação, pelo governo do estado, da Agência Reguladora do Paraná, com emissão de um documento oficial depois encaminhado ao governador.
Em agosto de 2010, o IEP aprovou seu Código de Ética, cujas discussões haviam iniciado no primeiro semestre, num trabalho dos engenheiros Aristides Athayde Cordeiro, Mauro Fortes Carneiro e Niromar Rezende. Também foi procedida a adequação do Regimento Interno do Instituto. Nas atividades sociais, culturais e esportivas, o IEP introduziu as festas juninas, sempre muito animadas no Centro de Eventos, com sorteio de prêmios, e realizou um Super Mercado de Pulgas para vender, trocar ou expor itens usados, colecionáveis, artesanais e raros, afora as tradicionais exposições de quadros no saguão de entrada e da roda de samba.
O xadrez também foi bastante movimentado, com Campeonato Aberto por Equipes, campeonato paranaense por equipes e etapas do circuito Escolar de Xadrez, todos com vários desdobramentos, modalidades e categorias, além da seletiva de Curitiba para o Campeonato Paranaense de Menores, em Foz do Iguaçu. Destaque para o ITT IEP 2009 (Internation Title Tournament), evento raro em Curitiba, com a participação de mestres internacionais e candidatos a mestre, e o Torneio de Xadrez Guilherme Braga Sobrinho, que homenageou o destacado homem público paranaense, que como presidente da Fundepar (Fundação Educacional do Paraná) incentivou a prática do xadrez nas escolas.
No desenvolvimento de ações voltadas aos associados, a gestão 2009-2011 criou um seguro de responsabilidade civil profissional; ampliou os serviços da Uniodonto (hoje Dental Uni), que passaram para o Plano Superior Mais; garantiu medicamentos a preço de custo para associados com plano de saúde; firmou contrato com a Plus Santé Emergências Médicas e agregou o Plano Unimed Flex ao já existente, além de permitir o acesso de associados ao Sinam (Sistema Nacional de Atendimento Médico), gerido pela Associação Médica do Paraná e que possibilita descontos em consultas e exames. Foi também criado um banco de talentos para associados, com o objetivo de recolocar no mercado profissionais que estavam afastados da profissão. Nas duas Semanas de Engenharia, além da tradicional série de palestras técnicas, foram realizados concursos de reportagens e de fotografias.
Na Semana da Engenharia, destaca Sunye, a premiação do Engenheiro do Ano voltou a celebrar os grandes técnicos. O Engenheiro do Ano de 2009 foi Venevérito da Cunha, ex-presidente do IEP em 1947-1948, e aos 93 anos um dos mais respeitados e qualificados profissionais do cálculo estrutural. Nos salões do Estação Convention Center, o presidente Sunye qualificou a noite de 12 de dezembro como “momento rico e especial para a Engenharia paranaense e brasileira”. Na premiação dos Destaques, foram contemplados: Brasil Pinheiro Machado, Energia; Paulo Müller de Aguiar, Transportes; Fernando Xavier Ferreira, Telecomunicações; Francisco Borsari Neto, Responsabilidade Social; Tácito Miguel Fieker, Tecnologia e Inovação; Pedro Lagos Marques Filho, Ensino; Judas Tadeu Grassi Mendes, Agronomia; e Antonio Fonseca dos Santos, Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Em 2010, ainda no Estação, na noite de 11 de dezembro, o Troféu de Engenheiro do Ano foi para Paulo Procopiak de Aguiar, ex-presidente da Copel e ex-secretário nacional adjunto de Energia. Nos Destaques: Mauro Fortes Carneiro, Transportes; Demétrios Lambros, Energia; Ronald Martin Dauscha, Tecnologia e Inovação; Nicolau Kluppel, Meio Ambiente; Gilberto Geraldo Garbi, Telecomunicações; Florindo Dalberto, Agronomia; Rubens Oswaldo Sezesniak, Responsabilidade Social; Moacir Hissayassu Inouê, Estruturas; e um prêmio “in memorian”, a Armando Martins Pereira, professor e pesquisador na área de pavimentação, falecido em agosto de 2010.
UMA REELEIÇÃO TRANQUILA
No processo para eleição do Conselho Diretor, gestão 2011-2013, apenas uma chapa foi inscrita: a “União pelo IEP”, liderada pelo presidente Jaime Sunye Neto que, então, partia para a reeleição. O pleito foi dia 14 de janeiro, data em que também foi eleito o novo terço do Conselho Deliberativo. Com Sunye formaram na diretoria empossada dia 28 de março: Cássio José Ribas Macedo, vice-presidente; Nelson Luiz Gomez, vice-presidente administrativo; Celso Pasqual, vice-presidente administrativo adjunto; Alexandre Mattar Sobrinho, vice-presidente financeiro; Celso Fabrício de Melo Junior, vice-presidente financeiro adjunto; Raul Munhoz Neto, vice-presidente técnico; e Henrique Alberto Mehl, vice-presidente técnico adjunto.
Como novidade, a criação de diretorias de apoio: Esportes e Relacionamento Universitário, vinculadas à vice-presidência administrativa; Banco de Ideias, Revista Técnica e Cursos a distância, à vice-presidência técnica; e Área Comercial, Novos Negócios e Responsabilidade Social, à vice-presidência financeira.
Pouco mais de um mês antes, na noite 7 de fevereiro, uma segunda-feira na qual eram comemorados os 85 anos de fundação do Instituto, foi relançada a Revista Técnica do IEP, criada décadas atrás pelo Diretório Acadêmico de Engenharia do Paraná, que a transferiu para o Instituto quando da Reforma Universitária que o extinguiu. Reeditada a partir de 1973, na gestão do professor Luiz Carlos Pereira Tourinho, teve 39 edições nessa fase e estava desativada havia 19 anos.
Na avaliação de Sunye, “a volta da Revista Técnica representou um imenso esforço humano e também financeiro e uma grande equipe liderada pelo professor doutor Alexandre Guetter foi responsável pelos ótimos resultados”. Além de nova série de visitas técnicas de grupos de associados – fábrica de motores do grupo Fiat, em Campo Largo; à implantação da fábrica de retroescavadeiras da Caterpilar, também em Campo Largo; à Usipar – Usina de Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil, em Almirante Tamandaré; às instalações da Indústria Mecânica Hubner, que produz em Araucária componentes metálicos para os mais diversos ramos de atividades; à Tetrapack e Fundição Hubner, em Ponta Grossa; à Refinaria Presidente Vargas, em Araucária; à Positivo Informática, em Curitiba; à Panatlantica Catarinense, em Joinville; à Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba; à Usina Governador Parigot de Souza, em Antonina -, o IEP prosseguiu na discussão de temas importantes, como metrô de Curitiba, obras de infraestrutura para o estado, manejo de resíduos sólidos urbanos e participou, junto com o Crea-PR, de um programa de apoio ao governo do estado na fiscalização e vistoria de 2.200 escolas, identificando os problemas existentes.
Os principais processos de melhoria dos acessos ao aeroporto internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, foram discutidos em seminário realizado pelo IEP, com uma série de entidades e órgãos públicos, tendo em vista a Copa da Fifa 2014. Com a parceria da UFPR e da Fiep, o IEP levou ao ministro dos Transportes, Paulo Passos, a proposta de criação de um Banco de Projetos para viabilizar obras de infraestrutura. Através do Banco de Ideias, foram elaborados estudos para a recuperação da praia de Matinhos, no litoral do Paraná. Também foi criada a Quinta-Debate, com objetivo de informar e orientar os profissionais paranaenses em assuntos para valorização da carreira, mediante palestras de especialistas.
O Mestrado Profissional em Desenvolvimento de Tecnologia abriu sua quarta turma e foi firmado novo convênio com o Lactec para a quinta. Na Semana de Engenharia de 2011, cuja pauta versou sobre construção civil, transportes, telecomunicações, meio ambiente e energia, a abertura tratou de um tema bastante polêmico e atual – “A fraude do aquecimento global: hora de trazer a ciência de volta”, apresentado pelo geólogo Geraldo Luís Lino, autor de livro sobre o assunto.
Em convênio com o Instituto IDD, instalado no edifício-sede, o IEP inaugurou ali, em outubro de 2011, sua biblioteca, de uso comum de seus associados e de alunos do IDD. O IEP abrigou, em agosto, o Circuito Pré-Olímpico Feminino de Xadrez e, em setembro, a prova de xadrez dos Jogos Universitários Paranaenses.
Foi também firmado acordo de cooperação com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná para o lançamento da Web Escola de Formação Continuada em Engenharia IEP/Sesi. Outro destaque foi o papel do IEP como gerenciador do X SenGeF – Seminário de Atualização em Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas Aplicados à Engenharia Florestal, realizado em Curitiba entre 15 e 18 de outubro de 2012, em parceria com a UFPR/Departamento de Ciências Florestais, com grande sucesso e participação de especialistas.
Sunye lembra ainda o papel da Engenova – Agência de Inovação e Engenharia do Paraná, inicialmente sob o comando de Nivaldo Almeida Neto e depois com Ramiro Wahrhaftig, primeiro na parceria do Mestrado Tecnológico com o Lactec e depois abrindo novas perspectivas e atividades.
No âmbito interno, foi dado prosseguimento às obras de melhorias do edifício-sede: “Sob a responsabilidade do Pasqual (Celso Pasqual, vice-presidente administrativo adjunto), investimos R$ 1 milhão nos quatro anos. Com projeto da Maria Isabel Bittencourt, doado pela Jaguaré, regularizamos o edifício junto aos bombeiros, liberamos o alvará, renovamos e locamos vários andares, mudamos o modelo de ocupação buscando uma sinergia maior entre os ocupantes”, recorda Sunye.
Foram propostas à apreciação e discussão dos conselhos Deliberativo e Consultivo alterações nos Estatutos do IEP. Entre as mudanças a serem votadas, está a ampliação da diretoria para até 15 membros, criação de novas categorias de sócios e a introdução de medidas para o aprimoramento do processo de gestão do Instituto.
Na premiação de 2011 do Troféu Paraná de Engenharia, o Engenheiro do Ano eleito foi Brasil Pinheiro Machado, com 50 anos de atuação em projeto, execução e gerenciamento de empreendimentos hidráulicos e hidrelétricos. Os Destaques foram: Carlos Henrique Mariano, Ensino; Gustavo Ribas Curcio, Meio Ambiente; José Renato Taborda Ribas, Tecnologia e Inovação; Manoel Coelho, Arquitetura; Luiz Antonio Corrêa Lucchesi, Agricultura; Newton Sady Busetti, Energia; Ramon Andres Doria, Responsabilidade Social; Ricardo Luiz Araújo, Telecomunicações; Roberto Gregório da Silva Junior, Transportes; Wilson Picheth Gheur, Estruturas; e Rubens Meister, “In Memorian”.
Em abril de 2012, foi instituído o Troféu IEP Mulher, destinado a valorizar a atuação feminina e servir de estímulo às profissionais que optam pela carreira nas ciências exatas. A primeira homenageada foi a engenheira química Adriana Carneiro, por sua contribuição socioambiental e pelo espírito empreendedor. Ela é especialista em gerenciamento ambiental na indústria e mestre em engenharia de recursos hídricos e ambientais.
No segundo semestre de 2012, o IEP dá sequência à elaboração do seu Planejamento Estratégico que vai balizar as ações até o final da década. A fase inicial dos trabalhos, em 2010, contou com a participação de membros dos quatro Conselhos do IEP, ex-diretores e funcionários e a contribuição, mediante preenchimento de questionários, de conselheiros do Crea-PR e de representantes de diversas entidades ligadas à Engenharia. A Missão definida é a de “Promover a Engenharia e integrar, capacitar e valorizar os profissionais”. Os valores, Ética, Independência, Inovação, Profissionalismo e Sustentabilidade.
O Comitê de Planejamento Estratégico é formado pelos engenheiros Euclésio Manoel Finatti e Luiz Maurício F. M. de Albuquerque e Raul Munhoz Neto, responsáveis pela definição dos Planos de Ação e pelos cinco estágios das Estratégias: Promoção da capacitação técnica; União, no IEP, das entidades do setor; Implementação de novas modalidades de prestação de serviços aos associados; Ampliação diversificada do quadro associativo; e Implementação de política de cobrança de anuidades.
Em 2012, o Engenheiro Mário De Mari foi eleito como Engenheiro do Ano, recebendo o Troféu Paranaense de Engenharia ao lado dos seguintes profissionais destaque: Tecnologia e Inovação, Julio Felix; Estruturas, Shido Ogura; Energia, Lindolfo Zimmer; Ensino, José Marques Filho; Arquitetura, Jaime Lerner; Responsabilidade Social, Rafael Érico Kalluf Pussoli; Agronomia, Anibal de Moraes; Meio Ambiente, Eduardo Felga Gobbi; Recursos Hídricos, Marta Regina von Borstel Sugai; Transportes, Paulinho Dalmaz; In Memorian, Pedro Viriato Parigot de Souza. A entrega da homenagem foi durante o encerramento da Semana da Engenharia, no Círculo Militar do Paraná.
“A principal razão do sucesso da gestão – enfatiza Sunye – foi a colaboração da diretoria, uma das mais participativas e ativas da história do IEP, e do trabalho conjunto com os Conselhos. Na segunda posse, agradeci e enfatizei a importância do engenheiro Nivaldo Almeida que, mais do que um vice, foi um copresidente e poderia dizer o mesmo dos engenheiros Raul Ozório de
Almeida e Raul Munhoz Neto, que lideraram nossa recuperação na área técnica, uma prioridade absoluta em nossa gestão. Também fiz um agradecimento similar ao Nelson Luiz Gomez. Tudo foi possível, também, pelo trabalho incansável e transparente do Alexandre Mattar e do Celso Melo, que criaram uma estrutura financeira que garantiu o financiamento necessário e permitiu que o IEP mantivesse superávit nas gestões seguintes”. E arremata: “Mantivemos o boletim informativo (Jornal do IEP), integramos os bancos de dados, melhoramos a comunicação pela internet, fundamental na estratégia de facilitar a participação dos associados. Seguimos o processo de profissionalização dos colaboradores iniciado pelo Luiz Cláudio Mehl, com seleção feita por empresa externa, melhorias nas condições de trabalho, especialmente oferecendo a Unimed para todos os funcionários”.
Jaime Sunye Neto, paranaense de Curitiba, onde nasceu em 2 de maio de 1957, é engenheiro civil pela UFPR, turma de 1979. Foi professor da Universidade do Contestado, é vice-presidente da Associação Comercial do Paraná e foi superintendente da Sude (Superintendência de Desenvolvimento Educacional do Paraná), antiga Fundepar.
Como enxadrista, foi medalha de ouro na Olimpíada de Xadrez em Manila 92 (única medalha conseguida pelo Brasil em uma Olimpíada de Xadrez); obteve o título de Grande Mestre Internacional em 1986 e previamente o de Mestre Internacional em 1979. É o enxadrista, juntamente com o Grande Mestre Giovanni Portilho Vescovi, que mais vezes foi campeão brasileiro, conquistando sete vezes o título; venceu mais de 30 torneios internacionais.
Como dirigente, foi presidente da Confederação Brasileira de Xadrez (1988 a 1992), presidente do Conselho de Jogadores da Federação Internacional de Xadrez/Fide (1988 a 1994), presidente continental para as Américas e vice-presidente da Fide (1994 a 1998), presidente da Comissão de Desenvolvimento da Fide, no mesmo período, e superintendente do Centro de Excelência de Xadrez.
Sunye é o maior incentivador brasileiro do xadrez escolar, tendo organizado o primeiro Seminário Internacional de Xadrez nas Escolas em Curitiba, em 1993. Organizou, ainda, 14 campeonatos mundiais de xadrez, um congresso da Fide (Curitiba, 1993) e mais de uma centena de torneios Pan Americanos, Latino Americanos e Sul Americanos.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.
Assista ao depoimento do Eng. Jaime Sunye Neto no vídeo comemorativo aos 85 anos do IEP:
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Presidente das Gestões de 2005 a 2009
CENTRO DE EVENTOS E CENÁRIO BRASIL
A empreitada de agregar um centro de eventos ao corpo do edifício-sede do IEP parecia fazer reviver aqueles tempos difíceis dos meados do século 20, quando um grupo de ousados pioneiros liderados pelo presidente Carlos Luís Lück cravou as primeiras estacas e começou a erguer o que é hoje o edifício Plínio Alves Monteiro Tourinho, com seus 16 pavimentos, no centro de Curitiba. Da mesma forma, a exemplo dos bônus e ações de então, na noite dos 80 anos do Instituto e de 30 da inauguração de sua sede, em 6 de fevereiro de 2006, foi lançado um plano de subscrição de cotas, no valor de R$ 500 cada uma, destinadas a bancar parte da obra. O presidente Luiz Cláudio Mehl abriu a lista de participação.
Mehl havia assumido a presidência exatamente um ano antes, ao lado de José Alfredo Brenner, 1º vice-presidente; Roberto Gregório da Silva Junior, 2º vice; Cleber Humphreys, 1º secretário; Isis Ribas Busse, 2º secretário; Nelson Luiz Gomez, 1º tesoureiro; e Jaime Sunye Neto, 2º tesoureiro. O grupo formou na chapa “Independente”, cujo candidato à presidência foi escolhido após um processo de prévias, que incluiu outros postulantes, para enfrentar a chapa “IEP 80 Anos”, liderada por Carlos Roberto Fabro, 1º vice da gestão Piva, mas não considerada como da situação em razão de algumas divergências internas.
A posse, dia 21 de fevereiro, foi talvez a mais concorrida na história do IEP, com mais de 600 convidados lotando um dos auditórios e o átrio do Cietep (Centro Integrado de Empresários e Trabalhadores das Indústrias do Estado do Paraná, do Sistema Fiep), no bairro Jardim Botânico. Entre os presentes, o vice-governador e secretário da Agricultura Orlando Pessutti e o prefeito Beto Richa. Um dos pontos de trabalho da nova gestão seria preparar, em grande estilo, a festa dos 80 anos, com uma série de realizações. Uma delas foi o Centro de Eventos, chamado Espaço da Tecnologia.
O projeto do Centro de Eventos, de autoria do arquiteto Paulo Ritter de Oliveira, devidamente abençoado pelo autor do projeto original do edifício-sede, Rubens Meister, foi apresentado na noite do 80º aniversário do Instituto. Previa o prolongamento do primeiro pavimento até os fundos do terreno, sobre o estacionamento, área que, em tempos idos, locado pelo IEP, havia abrigado uma empresa agro-industrial. Seria um espaço multiuso de 720m², que se somariam aos 300 m² do salão nobre já existente, construção em lajes pré-moldadas e estrutura metálica. Em maio de 2006, o secretário municipal de Urbanismo de Curitiba, Luiz Fernando Jamur, fez a entrega à diretoria do alvará de licença da obra, que foi iniciada dia 1º de novembro.
A festa da cumeeira – geralmente realizada quando a estrutura para a cobertura é concluída e, segundo a crença, tem o dom de proporcionar boa sorte para o futuro – foi dia 13 de setembro de 2008, com homenagem aos trabalhadores. A inauguração aconteceu ao final da segunda gestão de Mehl, dia 5 de março, com entrega de diplomas a todos os profissionais e empresas que colaboraram ao longo da obra (a relação está no anexo deste livro) e a surpresa ficou por conta de uma apresentação de grupo de teatro de sombras, simulando operários na construção, e do descerramento de um painel retratando, na forma de recortes de imagens em metal, a evolução da engenharia paranaense e as oito décadas do IEP, de autoria da artista plástica Maria Luiza Almeida Scheleder. Na fachada do prédio, um painel em granito, projeto do arquiteto Manoel Coelho, com a marca-símbolo do IEP. O antigo salão nobre, revitalizado e agregado ao Centro de Eventos, passou a abrigar o Museu da Engenharia e a galeria de ex-presidentes.
“O Espaço da Tecnologia é uma realização de todos nós”, resumiu, na solenidade, Luiz Cláudio Mehl. “Ponto de encontro da juventude, do profissional e daqueles da melhor idade. É a morada do conhecimento (…) É também uma fonte de renda adicional para nos garantir independência financeira”.
No início da primeira gestão (2005-2007), foram criados sete núcleos concentradores de atividades e projetos, em substituição às diretorias de apoio – Político-Estratégico, Relações Institucionais, Técnico, Patrimônio e Eventos, Comunicação, Secretaria e Financeiro -, coordenados pelos membros da diretoria. No organograma de cada núcleo, uma série de comitês. Ao mesmo tempo, foi criado um grupo de assessoramento superior, formado pelo ex-governador Emílio Hoffmann Gomes, o ex-ministro Francisco Luiz Sibut Gomide, o ex-vice-governador Ary Veloso Queiroz, o ex-secretário estadual da Previdência Renato Follador Junior e o empresário José Alberto Pereira Ribeiro, presidente da Aneor (Associação Nacional de Empresas de Obras Rodoviárias).
A queda de uma ponte sobre a represa Capivari-Cachoeira, na BR-116, a 70 quilômetros de Curitiba, na noite de 25 de janeiro de 2005, mobilizou os diversos segmentos da sociedade organizada paranaense, tendo o IEP promovido, logo depois, um debate público sobre o sistema rodoviário brasileiro, junto com o Crea-PR, Sindicato de Engenheiros, Setor de Tecnologia da UFPR e Ministério dos Transportes. “A Engenharia não pode se omitir diante dos graves problemas do setor de infraestrutura e é a Engenharia que está mais habilitada a dar uma resposta”, disse Luiz Cláudio Mehl no evento, que seria o primeiro de uma longa série, que culminaria com uma ampla abordagem sob a marca de Cenário Brasil.
Várias parcerias foram logo implantadas: com a Universidade Tuiuti do Paraná e o Instituto Tuiuti de Desenvolvimento, com apoio da Abenc-PR, para a criação do Fórum Permanente Multidisciplinar das Cidades, que levou o debate sobre Plano Diretor e Gestão Municipal a vários municípios, começando por Ponta Grossa. Com a PUCPR e a FAE Business School, para capacitação de profissionais; com o Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), beneficiando associados interessados em maiores conhecimentos em gestão; com o Isae/FGV foi iniciado um programa nas áreas de pesquisa, consultoria e ensino.
Mehl lançou também o programa IEP Internacional, abrindo a possibilidade de cursos e viagens técnicas de associados ao exterior, através de convênio com empresa especializada; firmou termo de cooperação com o Instituto de Engenheiros Civis da Inglaterra (foi recebido em Londres pelo diretor geral, Tom Foulks), que conferia acesso aos associados a todas atividades da entidade britânica, inclusive à ampla e histórica biblioteca; e com a Ordem dos Engenheiros de Portugal, cujo presidente, Fernando Ferreira Santo, veio a Curitiba. Outra conquista foi a de que os sócios do IEP poderiam usufruir os serviços da Mútua/Caixa de Assistência aos Profissionais do Sistema Confea-Creas na qualidade de sócios institucionais.
Ainda no âmbito interno, firmou convênio com a Ecco-Salva, de emergências médicas, com a Uniodonto, para assistência odontológica, e com um cartão de descontos em hotéis, restaurantes, cursos e vários outros segmentos. O Mensageiro do IEP, a partir do nº 610, de janeiro de 2006, foi transformado em Jornal do IEP. Nos editoriais, sempre a preocupação com a valorização do engenheiro e da Engenharia brasileira.
Um dos eventos dessa gestão foi o I Seminário Nacional de Engenharia de Cemitérios, focado na questão ambiental, com 16 palestras e mesas de debates, no câmpus do Jardim Botânico da UFPR.
80 anos do IEP começaram a ser comemorados na noite do aniversário – 6 de fevereiro de 2006 – e prosseguiram pelos meses seguintes. Naquela solenidade, o presidente Luiz Cláudio Mehl, trigésimo engenheiro a ocupar o cargo nas oito décadas, seus pares de diretoria e conselheiros prestaram homenagem aos ex-presidentes, entregando-lhes medalha comemorativa. Sete deles estiveram presentes: Venevérito da Cunha, Eliasib Gonçalves Ennes, Mário De Mari, Cássio Bittencourt Macedo, Ney Fernando Perracini de Azevedo, Ivo Mendes Lima e Volmir Selig; quatro não puderam comparecer por motivos diversos, que justificaram: Ivo Arzua Pereira, Rubens Meister, Véspero Mendes e Gilberto Piva. Dezoito já falecidos foram representados por familiares.
Em junho, por proposição do deputado estadual Rafael Valdomiro Greca de Macedo, a Assembleia Legislativa realizou sessão especial para reverenciar a vitoriosa trajetória do IEP. O presidente da Casa, deputado Hermas Brandão, entregou a Mehl uma placa alusiva à data. Greca lembrou a história paralela entre a Universidade do Paraná e o IEP, falou dos tempos pioneiros, das grandes obras de engenharia realizadas por paranaenses e fez uma projeção do futuro: “O Brasil da terra extensa, do sol intenso, do povo trabalhador, pode se tornar a mais escolhida das nações da terra, gerando prosperidade, se compreender que as bioenergias, o biodiesel, o bicarbonato verde, o etanol verde, o biogás são o caminho do futuro. Precisamos de bioengenheiros. Que busquem a nova engenharia, da cogeração de energia renovável, a engenharia do desenvolvimento sustentável, capaz de evitar o aquecimento global, e até a destruição da vida na Terra”.
Já o presidente Luiz Cláudio Mehl, depois de abordar os cenários históricos das oito décadas, disse que “a Engenharia e a Arquitetura serão elementos para promover paz, justiça social, harmonizar soluções tecnológicas com preservação ambiental para produzir desenvolvimento econômico. E o IEP será o instrumento, porque sobreviveu a esses tempos. Nós fizemos parte da história”. E teceu críticas ao excesso de diagnósticos e pouca ação prática por parte dos governos. “Temos exercitado a política da emergência. Não há a prática da Engenharia pelos nossos administradores. A grande maioria deles é despreparada, foram recrutados por interesses político-partidários e o aprendizado demora e custa muito. Há lentidão no processo e concentração de atividades nos períodos eleitorais, o que eleva os custos e preços dos serviços”.
A Câmara Municipal de Curitiba também outorgou diploma de louvor pelos 80 anos do IEP, proposição do vereador Luiz Felipe Braga Côrtes, e o Setor de Tecnologia da UFPR realizou, no final do ano, sessão especial comemorativa, na qual o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior entregou ao presidente Luiz Cláudio Mehl o Prêmio Plínio Alves Monteiro Tourinho, a mais alta comenda conferida por aquele Setor da Universidade, na época dirigido pelo professor Mauro Lacerda Santos Filho.
Outra grande marca da passagem dos 80 anos foi a elaboração pelo IEP do documento “Cenários Paraná – Brasil”, fruto do trabalho de vários meses de uma equipe de destacados associados coordenada pelo engenheiro e 1º tesoureiro Nelson Luiz Gomez. Entregue a autoridades, parlamentares e aos candidatos às eleições de governador em 2006 – Osmar Dias, Rubens Bueno, Flávio Arns e Roberto Requião – e também ao prefeito Beto Richa, “Cenários” foi definido pelo presidente Mehl não como um plano de governo, “mas um conjunto de sugestões e diretrizes como contribuição da Engenharia paranaense ao desenvolvimento de um programa de trabalho para o Paraná dos próximos anos”. “Cenários” abordou 14 áreas: Educação, Geopolítica, Indústria, Informática, informação e conhecimento, Meio Ambiente, Mobilização Social, Saúde, Telecomunicações, Transportes, Turismo, lazer, cultura e esporte, Agronegócio, Energia, Administração Pública e Habitação.
O bom ano de comemorações chegaria ao final com dois grandes fatos: a apresentação, pelo Banco de Ideias do IEP do estudo para a implantação de um trem de alta velocidade entre Curitiba e São Paulo. O Banco de Ideias, instituído na gestão Piva, é formado por um grupo de veteranos engenheiros associados do IEP, que se reúnem todas as quartas-feiras e trabalham de forma voluntária. O estudo do trem, que prevê uma linha dupla de 360 quilômetros – 120 no Paraná e 240 em São Paulo -, que seriam cumpridos em cerca de duas horas de viagem, foi coordenado pelo engenheiro Jurimar Cavichiolo. Mais tarde, o assunto foi levado ao Instituto de Engenharia, de São Paulo, para debates, e apresentado ao secretário executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos, que pouco mais de três anos depois assumiria como ministro, com boa receptividade.
O segundo, foi a criação, no aniversário do IEP, 6 de fevereiro de 2007, da Engenova (Agência de Inovação e Engenharia do Paraná), com o objetivo principal de promover o desenvolvimento econômico e tecnológico no âmbito da Engenharia, mediante uma agenda de cursos, seminários, estudos, pesquisas, serviços científicos e tecnológicos. “A Engenova potencializará e dará maior sinergia estratégica às operações institucionais do IEP e de outras entidades da Engenharia nas áreas de educação continuada, incubadora de empreendimentos, promoção da inovação e de negócios tecnológicos”, destacou, na ocasião, o 2º vice-presidente do Instituto e coordenador do Núcleo de Programas, Roberto Gregório da Silva Junior.
Ao final do primeiro ano da primeira gestão de Luiz Cláudio Mehl, o Troféu Paraná de Engenharia foi destinado ao engenheiro civil Nelson Luiz de Sousa Pinto e os Destaques foram: o arquiteto Paulo Ritter de Oliveira, em Projeto, e os engenheiros José Alberto Pereira Ribeiro, em Construção; Paulo Roberto Chamecki, em Ensino; Marcelo Almeida, em Política; o Destaque Acadêmico foi para Flávio de Andrade Neto. A festa de encerramento da Semana de Engenharia foi no Capri Eventos.
Já no encerramento de 2006, o ex-presidente Gilberto Piva foi eleito Engenheiro do Ano e os Destaques foram Jeferson Luiz Andrade, Projeto; Ludzer Auke van der Meer, Construção; Marcos José Tozzi, Ensino; Jefferson Roberto Gomes, Inovação Tecnológica, que substituiu o de Política; e Ticiano Augusto Callai Bragatto, Acadêmico. O cenário dessa noite festiva foi o Estação Convention Center.
NOVO ESTATUTO E GRANDES TEMAS EM DEBATE
A segunda gestão Mehl começou sob a égide do novo Estatuto, aprovado em setembro de 2006, que substituiu o que vigorava desde 31 de julho de 1962, aprovado no decorrer da presidência de Ivo Arzua Pereira. O primeiro Estatuto do IEP foi concebido oito meses e meio depois da fundação, entrando em funcionamento em 20 de outubro de 1926. Em 1934, sofreu a primeira grande modificação, foi substancialmente atualizado em 1962 e recebeu, anos mais tarde, alguns ajustes em artigos isolados.
Quando a gestão Piva decidiu modernizá-los em função dos novos tempos e também em obediência ao novo Código Civil, enfrentou obstáculos na questão de quórum (o exigido era metade mais um dos associados) e o assunto foi postergado. Em fevereiro de 2005, já sob nova direção, o IEP retomou os trabalhos, agora sob a coordenação do engenheiro Lindolfo Zimmer, que propôs alguns ajustes na proposição. A solução encontrada para contornar a questão do quórum foi convocar, em janeiro de 2006, uma Assembleia Geral Extraordinária com quatro convocações: a primeira, dia 27, com quórum mínimo de metade mais um dos associados; a segunda, dia 6 de fevereiro, com um terço de presenças; a terceira, dia 14 de fevereiro, com um quarto; e a quarta, em 22 de fevereiro, com um décimo dos associados, etapa que ficou aberta até 28 de março. Nessa data, uma Nota Extraordinária da Presidência do IEP estendeu o prazo da quarta convocação “pelo período necessário para que se obtenha o quórum mínimo previsto no atual Estatuto”.
Enquanto coletavam-se novas assinaturas, o Conselho Consultivo do IEP, formado pelos ex-presidentes, aprovou, excepcionalmente, a antecipação das eleições e a posse da nova diretoria de acordo com os preceitos estabelecidos no documento em votação. Ao se atingir o quórum mínimo, a assembleia foi encerrada.
Entre as novidades do novo Estatuto está a criação do Conselho Fiscal (na verdade uma re- criação, pois, durante 12 anos, entre 1951 e 1963, existiu um Conselho Fiscal, fruto de uma adaptação estatutária na gestão Carlos Luiz Lück), composto de três membros titulares e três suplentes, com mandato de três anos, e a transformação da Diretoria em Conselho Diretor, com oito membros: presidente, vice-presidente, vice-presidentes administrativo, financeiro, técnico e seus respectivos adjuntos. Ao contrário do anterior, quando não havia limite de mandatos, o presidente só poderia, a partir de então, concorrer a apenas uma reeleição. Assim, quatro conselhos compõem a administração do IEP: Consultivo, Deliberativo, Fiscal e Diretor; nenhum dos membros é remunerado.
Dentro das novas regras, no dia 6 de fevereiro de 2007 foram empossados os membros do novo Conselho Diretor, do recém-criado Conselho Fiscal e do novo terço do Deliberativo. No Conselho Diretor 2007-2009, com a nova nomenclatura: Luiz Cláudio Mehl, presidente; Jaime Sunye Neto, vice-presidente; Isis Ribas Busse, vice-presidente administrativo; Cássio José Ribas de Macedo, vice-presidente administrativo adjunto; Cândido Raimundo Mendes Pinto, vice-presidente financeiro; José Carlos Wescher, vice-presidente financeiro adjunto; Marcelo Araújo Brandão, vice-presidente técnico; Elenice Camargo Roginski Mendes Santos, vice-presidente técnico-adjunto.
No Conselho Fiscal, Cleber Humphreys, Elma Nery de Lima Romanó e Walfrido Victorino Ávila (titulares), Miguel Augusto Queiroz Schunemann, Antonio Raul Macedo Loyola e José Rodolfo de Lacerda (suplentes).
Na mesma cerimônia, foi também empossado o Conselho Diretor da Engenova: Roberto Gregório da Silva Junior, presidente, José Alfredo Brenner e Ney Fernando Perracini de Azevedo, vice-presidentes.
Mehl anunciou, no discurso de posse, a promoção de parcerias com o poder público e a iniciativa privada para dar suporte ao trabalho da Engenova, a conclusão do Centro de Eventos, um programa de responsabilidade social e um amplo painel de debates sobre a infraestrutura necessária ao Brasil. O primeiro passo foi dado logo a seguir: um protocolo de cooperação institucional com a Academia Nacional de Engenharia (ANE), que inclui ação conjunta em visitas técnicas, pesquisas e estudos, participação em eventos, troca de informações e conhecimentos por meio digital, capacitação em recursos humanos, entre outros.
Em abril, o IEP deu a largada ao seu anunciado painel de debates, que recebeu o nome de “Cem pioneiro a caminho do centenário Brasil”, que contou com a parceria do Crea-PR, UFPR, da Universidade Positivo e do jornal Gazeta do Povo. A comissão organizadora foi formada por Jaime Sunye Neto, Marcelo Araujo Brandão, Cássio José Ribas Macedo e a gerente de operações Valdirene Plantes Maoski. Começou com o tema Brasil, o Peso dos Transportes – Um debate sobre as rodovias brasileiras; seguiu com Portos e Hidrovias, em maio; Aeroportos e Ferrovias, em junho; Energia, em agosto; Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, também em agosto; e Educação, Ciência e Tecnologia, em setembro. Ao todo, 42 palestras, cujos pontos principais foram consolidados no livro “Cenário Brasil – Considerações e recomendações sobre temas estratégicos da realidade brasileira”, lançado na Semana da Engenharia, em dezembro, e encaminhado a lideranças políticas e empresariais paranaenses.
Em setembro, último mês dos debates, Curitiba transformou-se numa espécie de capital mundial da Engenharia, ao receber dirigentes e representantes das mais importantes entidades globais do segmento em torno do seminário sobre “Tendências Mundiais da Engenharia”, promovido pela Abenc (Associação Brasileira de Engenheiros Civis) e o IEP.
Em maio de 2008, o IEP decidiu realizar, em Foz do Iguaçu, um evento paralelo ao Fórum Global de Energias Renováveis (Gref 2008), uma promoção da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), com organização da Eletrobrás e da Itaipu Binacional. Chamou-o de “Renergia – da Terra, do Ar, do Sol e da Água”, com um temário que incluiu etanol, biocombustíveis, energia solar, energia eólica, estoques de biomassa de florestas naturais, comercialização de energia, carro elétrico, hidrogênio como combustível, edifícios sustentáveis, crédito de carbono, Pequenas Centrais Hidrelétricas, entre vários outros.
Para o evento, foram parceiros do IEP a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), local das atividades, Sistema Confea-Creas, Sistema Fiep, Itaipu e Unioeste. Ao final, IEP e FPTI firmaram convênio de cooperação mútua e o IEP e a ANE lançaram a “Conclamação de Itaipu”, externando a preocupação com a dimensão do problema da fome e da miséria em determinadas regiões do planeta. “Renergia” transformou-se em novo capítulo do livro “Cenário Brasil”, que ganhou reedição em português e em inglês.
Trens de alta velocidade, metrôs e PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) foram temas de um novo seminário do IEP, “Trilhas do Futuro”, em agosto, com a participação do secretário nacional de Políticas de Transporte do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato; dos presidentes da ANE, Paulo Boncovski; da Aneor, José Alberto Pereira Ribeiro; do Ippuc, Clever Almeida; de dirigentes de Câmaras de Comércio, empresários chineses e cônsules.
Em setembro, foi a vez do seminário “Edificar com Atitudes Sustentáveis”, em parceria com a Ubifrance (Agência Francesa para o Desenvolvimento Internacional de Empresas), Embaixada da França, Câmara de Comércio Brasil-França, UFPR, PUCPR, Sinduscon e Sistema Confea-Creas.
E o programa da administração foi sendo concretizado: a Incubadora, que criou a figura da empresa associada, aquela que mesmo não atuando fisicamente no espaço da IE²P poderia usufruir de todos os serviços administrativos e do apoio tecnológico, ampliou o número de empresas e participou de projetos inovadores; o Mestrado IEP-Lactec recebeu conceito 4 (o maior é 5) da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), do Ministério da Educação. O Banco de Ideias ofereceu projeto para a construção do porto Atlântico Sul no Paraná e o IEP também participou do Comitê Cidadania e Voto Consciente, criado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), assim como firmou com o Sistema Fiep parceria para estimular a política ética.
No âmbito esportivo, o xadrez mereceu amplo destaque, inclusive com a realização do Campeonato Mundial de Xadrez da Engenharia, em Curitiba, aproveitando a presença, no país, de engenheiros enxadristas participantes do Congresso Mundial de Engenheiros, em Brasília. Foi promovido, também, um Festival de Xadrez, com uma série de desdobramentos. No social, foi criado o Movimento IEP Mulher, com atividades de lazer e de valorização das associadas e de esposas de associados, e instituída a IEP Hour, um encontro descontraído, com boa música ao vivo, todas às quartas-feiras, a partir das 19h no espaço renovado do 13º andar.
As duas versões do Troféu Paraná de Engenharia desta gestão, nas semanas de Engenharia de 2007 e 2008, sofreram algumas modificações. Em 2007, o Engenheiro do Ano foi Álvaro José Cabrini Junior, presidente do Crea-PR; pela primeira vez, os Destaques, com novas premiações, não foram exclusivos de profissionais; o de Projetos ficou com o Expo Unimed Curitiba, da Universidade Positivo, recebido pelo diretor comercial do empreendimento, Leonardo Vieri; de Transportes, com o Estudo do trem de alta velocidade Curitiba – São Paulo, entregue ao coordenador Jurimar Cavichiolo; de Comunicação, à Gazeta do Povo/RPC – Rede Paranaense de Comunicação, representado pelo chefe de redação Oscar Rocker Neto; de Urbanismo, à Linha Verde, entregue ao presidente do Ippuc, Augusto Canto Neto; de Energia, Borys Wictor Dagostim Horbatiuk; Tecnologia e Inovação, Bernardo Gayas; Responsabilidade Social, Mário De Mari; Responsabilidade Ambiental, Cícero Bley Junior; Acadêmico, Alan Belleti. O evento teve lugar no Clube Concórdia.
Em 2008, com a solenidade de premiação no Estação Convention Center, o Engenheiro do Ano foi o ex-governador Emílio Hoffmann Gomes e os Destaques: Energia, Raul Munhoz Neto; Tecnologia, Mauro Lacerda Santos Filho; Meio Ambiente, Carlos Vellozo Roderjan; Transportes, David José de Castro Gouvêa; Sustentabilidade, Domingos Bongestabs; e Acadêmico, Habib Georges Jarrouge Neto.
Luiz Cláudio Mehl é engenheiro civil e pós-graduado em Gestão e Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná. Empresário da construção civil e presidente da Filhos de Henrique Mehl S/A Indústria e Comércio, empresa com presença no Estado do Paraná há mais de 100 anos. Exerceu cargos na área de Urbanismo da Prefeitura de Curitiba (como o de diretor geral, hoje equivalente a secretário municipal) e aperfeiçoou seus conhecimentos de Administração Pública nas prefeituras de Nova Iorque, São Francisco, Los Angeles e Charlotte (Carolina do Norte), nos Estados Unidos. Foi diretor de diversas associações representativas de classe, como Ademi-PR, Sinduscon-PR, fundador da Apeop-PR, Universidade Livre da Construção e CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). É associado do IEP desde 1971.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.
Assista ao depoimento do Eng. Luiz Cláudio Mehl no vídeo comemorativo aos 85 anos do IEP.
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Presidente do IEP nas Gestões de 2001 a 2003 e 2003 a 2005
POLÍTICAS PÚBLICAS E GERAÇÃO DE EMPREGOS
Primeiro presidente do IEP eleito no século 21, em 10 de janeiro de 2001, liderando chapa única denominada de “III Milênio”, é empossado na semana de comemoração dos 75 anos da entidade, em 13 de fevereiro, o engenheiro Gilberto Piva já dava, em seu discurso de posse, o tom de sua gestão para o biênio 2001-2003. “Nas discussões dos projetos de privatização, na elaboração de projetos, nas implantações de obras e serviços, na preservação do meio ambiente, sempre haverá um canal permanentemente aberto para o aprofundamento dos estudos e emissão de opiniões isentas, restritas à melhor técnica e normas vigentes”.
“Nosso foco de atenção também se manterá na Educação Continuada. Os cursos desenvolvidos por nosso Instituto, que nos anos anteriores movimentaram formidável contingente de engenheiros, serão promovidos buscando ofertar reciclagem, atualização e desenvolvimento profissional”. E anunciou entre as novidades, os cursos de Educação a Distância, cuja largada foi dada com o de Fundamentos e Aplicação do Geoprocessamento, realizado simultaneamente em quatro cidades – Curitiba, Rio Negro, Londrina e Toledo.
A posse de Gilberto Piva e de sua diretoria foi bastante prestigiada: entre as presenças, o prefeito Cássio Taniguchi, o ex-prefeito e ex-ministro Ivo Arzua Pereira, que falou em nome da Academia Nacional de Engenharia, o ex-vice-governador Ary Queiroz e os secretários estaduais Alcione Saliba (Educação) e Eduardo Sciarra (Industria, Comércio e Turismo). Na ocasião, foram outorgados diplomas de mérito “in memoriam” ao mentor da fundação do IEP, Plínio Alves Monteiro Tourinho, e ao professor Luiz Carlos Pereira Tourinho, que cumpriu oito gestões, falecido em 31 de maio de 1998, aos 84 anos de idade e 60 de profissão.
Uma das primeiras providências da gestão Piva – com Carlos Roberto Fabro, 1º vice-presidente; José Eduardo Lima Conter, 2º vice; Luz Mitsuaki Sato, 1º secretário; Carlos Afonso Infante da Câmara Teixeira, 2º secretário; Cleber Humphreys, 1º tesoureiro; e Nelson Leal Junior, 2º tesoureiro – foi a elaboração de um Planejamento Estratégico para nortear as ações do IEP ao longo de 10 anos. O projeto, entregue a empresa especializada, foi iniciado pela avaliação das atividades do IEP até convergir para um pacote de propostas, onde constaram as políticas setoriais, projetos e rumos a serem seguidos.
Depois de uma série de pesquisas, reuniões e oficinas de trabalho, o processo foi finalizado em julho de 2002. Na essência, preconizou tornar o IEP “uma instituição de vanguarda, atualizada com a dinâmica do setor, um agente de transformações, um banco de ideias e ações concretas para a categoria dos engenheiros, uma entidade de desenvolvimento de oportunidades, engajada na cooperação entre associados e entre associados e a comunidade”. A Missão do IEP foi definida: “Integrar e valorizar o exercício da Engenharia, servir aos associados e promover o bem comum”; a Visão: “Ser a referência em estudos e planejamento de iniciativas para o desenvolvimento”; os Valores: “Ética, Integração, Credibilidade, Estímulo ao crescimento, Responsabilidade social e Autossustentabilidade”; Áreas temáticas para traçar objetivos: Corpo de associados e representatividade, Educação e apoio técnico, Prática da Engenharia, Políticas Públicas de Responsabilidade Social e Gestão e imagem.
Em paralelo a uma série de palestras de importância, abriu-se a pauta dos grandes debates com um tema que agitava o Paraná em meados de 2001: o transporte da supersafra, que ocasionava imensas filas de caminhões por semanas inteiras na BR-277, a caminho do Porto de Paranaguá. Foi produzido um documento encaminhado às autoridades sobre a importância de se investir em urgentes melhorias no Porto. Outro assunto palpitante era a anunciada privatização da Copel, que mereceu quatro sessões de debates no Instituto com nomes de peso da vida pública paranaense. No relatório final, o IEP julgou que “o momento vivenciado pelo país e pelo Estado do Paraná, em particular, nos parece inadequado para concluir este processo de privatização”.
A Estrada do Colono, cujo fechamento era reivindicado pelos ambientalistas também movimentou o auditório do IEP, assim como o recém aprovado Estatuto dos Cidades pelo Congresso Federal, uma nova rodada de debates sobre a água no futuro, a segurança do trânsito, habitação popular, novo modelo de comercialização de energia, a segurança nas instalações de aquecedores a gás e a reivindicação, ao Governo Federal, em conjunto com o Crea-PR e o Sindicato de Engenheiros, para Curitiba sediar unidades das recém-criadas agências nacionais de Transporte Terrestre (ANTT), de Transportes Aquaviários (Antaq) e do Departamento Nacional de Infra- estrutura de Transportes (Dnit).
O rol de debates prosseguiu pelas duas gestões: o desvio do ramal ferroviário de Curitiba e seu impacto em relação ao meio ambiente, Parcerias Público-Privadas, previdência privada, acessibilidade aos equipamentos urbanos, planos para a Curitiba do futuro, plano diretor de transportes intermodal do Paraná, o custo social das obras inacabadas, radares e multas de trânsito, o problema do lixo, aos quais se somaram vários debates sobre a Agenda 21 da Engenharia, em parceria com o Crea-PR e o Senge; a Agenda 21 foi o principal compromisso assumido pelos 179 países participantes da II Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a Rio 92, que defendeu a prática de um novo padrão de desenvolvimento sustentável.
A obra até então inacabada e abandonada do Fórum de Curitiba, no Centro Cívico (hoje transformado em Palácio da Araucárias, primeiro como sede provisória do governo estadual e depois destinado a secretarias), também mereceu a preocupação do IEP, que encampou projeto de reforma sugerido pelo arquiteto e associado Elgson Ribeiro Gomes. Já o 1º Seminário Paranaense de Calçadas, em conjunto com o Detran e Crea-PR, movimentou diversos setores da sociedade organizada e concluiu que Curitiba tinha “as piores calçadas do Brasil”.
Em suas gestões, Piva propôs à Câmara Municipal a criação de um Conselho Técnico para assessoramento gratuito dos vereadores na elaboração de projetos, que seria composto pelo IEP, Crea, Senge, Sindicato de Arquitetos e Instituto de Arquitetos do Brasil. Sugeriu à Urbs que ao pagar a infração do Estar (estacionamento regulamentado de Curitiba), por ausência de cartão, o motorista recebesse um bloco do Estar relativo ao valor pago. A medida foi adotada anos mais tarde. O IEP foi, também, um dos criadores do Cifal de Curitiba, ao lado de vários órgãos públicos e privados. Cifal é o Centro Internacional de Treinamento para Autoridades Locais, que atua na urbanização sustentável e tem âmbito para a América Latina e o Caribe.
Outra providência de impacto foi o envio ao Bird (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), ou Banco Mundial, de um conjunto de propostas como a inclusão do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) para nortear os apoios do Banco, priorizar as construções de interesse social, promover a fixação local das pessoas, entre outras. Em 2003, em parceria com a Abenc, o IEP promoveu a 1a Semana de Engenharia Civil de Curitiba e o 1º Encontro Paranaense de Engenharia Civil. Nesse mesmo ano, o Instituto realizou manifestação em prol da Engenharia, com a distribuição de texto, na Boca Maldita, em Curitiba, sobre o papel do engenheiro civil na construção da sociedade brasileira. E para estreitar as relações com órgãos de governo e instituições, foi desenvolvido o programa “Encontro dos Sábados no IEP”, que reuniu para conversas informais sobre temas da atualidade, seguidas de feijoada, representantes de secretarias e órgãos municipais e estaduais, da UFPR e da PUCPR, em várias ocasiões.
O IEP participou de campanhas contra a dengue e em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Profissional Avançado, propôs a criação da Residência Técnica para permitir a engenheiros e arquitetos ampliarem sua bagagem de conhecimento. Também idealizou e colocou em prática ciclo de palestras sobre Engenharia, Arquitetura e Agronomia para alunos das segunda e terceira séries do ensino médio, mediante acordo firmado com a Secretaria de Educação e o Distrito 4730 do Rotary Club. Em outra ação nessa área, promoveu a arrecadação e doação de pastas escolares para estudantes carentes.
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INCUBADORA TECNOLÓGICA PIONEIRA NO PAÍS
Ao caminhar para o final da primeira gestão da diretoria de Gilberto Piva (2011-2003), o IEP concluiu um documento histórico, que vinha sendo gestado há meses em 44 reuniões, 10 oficinas de trabalho e com a participação de cerca de 300 profissionais – o Plano de Desenvolvimento de Políticas Públicas, que seria oferecido a todos os partidos, aos candidatos ao governo do estado, à Assembleia Legislativa, à Câmara Federal e ao Senado. O Plano contemplou 10 macro temas: Agronegócios, Educação, Energia, Esporte, turismo, cultura e lazer, Habitação, Informação e conhecimento, Logística de transportes, Meio Ambiente, Segurança, Telecomunicações, Trabalho e Saúde. Na primeira etapa, a coordenação geral dos trabalhos foi do engenheiro Hirotoshi Taminato, passando depois para a responsabilidade de Flávio Hermógenes Gaspar, ambos contando com o apoio dos coordenadores setoriais. Os candidatos a governador que receberam o Plano foram: Roberto Requião, Álvaro Dias, Padre Roque, Beto Richa, Giovani Gionédis, Rubens Bueno, Cirus Itiberê e Severino Araújo.
Em 7 de janeiro de 2003, também em chapa de consenso, Gilberto Piva foi reeleito e tomou posse dia 17 de fevereiro, com uma diretoria que manteve Carlos Roberto Fabro na 1º vice-presidência, Cleber Humpheys na 1a tesouraria e passou Nelson Leal Junior da 2a tesouraria para a 1a secretária. Os novos integrantes foram Roberto Gregório da Silva Junior, 2º vice-presidente; Jaime Sunye Neto, 2º secretário; e Flávio Hermógenes Gaspar, 2º tesoureiro. Na sessão solene, presenças do vice-governador Orlando Pessutti e do prefeito Cássio Taniguchi, entre autoridades e líderes empresariais e classistas. A tônica do discurso de Piva foi de crítica aos altos índices de desemprego e essa preocupação balizaria, quase de imediato, um programa de geração de empregos para a área tecnológica – o TER+Brasil.
TER+Brasil, que foi coordenado pelo 2º vice-presidente e autor do projeto Roberto Gregório da Silva Junior, teve sua concepção básica na equação Tecnologia = Emprego + Renda. Previa a realização de fóruns de novos negócios, proposições legislativas e sugestões de políticas governamentais, entre várias outras ações, que incluíam o incentivo à capacidade acadêmica, profissional e empresarial orientada para a criação e consolidação de iniciativas geradoras de emprego e renda.
Do TER+Brasil nasceu a Incubadora de Empreendimentos de Engenharia do Paraná (IE²P), a primeira no gênero do país, implantada em parceria com o IEL (Instituto Euvaldo Lodi), integrante do Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), que conferiu ao empreendimento o necessário suporte, inaugurada em 22 de setembro de 2003. O IEP reservou todo o 10º andar do edifício-sede – cujas fachadas externas estavam sendo restauradas – para abrigar a Incubadora, com capacidade para nove empresas, das quais três de alunos de engenharia e profissionais ainda não estabelecidos. Até o final de 2004, eram cinco as empresas incubadas, com a IE²P tendo vários projetos aprovados pela Finep, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, pela Fundação Araucária e pelo Sebrae.
Além das várias dezenas de cursos de Educação Continuada e de Especialização, o IEP ousou com a implantação, em parceria com o Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento) do qual é um dos cinco associados, de um Mestrado Profissionalizante em Desenvolvimento de Tecnologia, com área de atuação em Tecnologias Energéticas e linhas de pesquisas em energia convencionais, energias alternativas e meio ambiente. O curso, coordenado pelo professor Ney Perracini de Azevedo, iniciou a primeira turma com as 42 vagas preenchidas e foi um sucesso.
No quesito valorização dos associados, a gestão Piva firmou convênio com a Aliança Francesa para uma série de procedimentos com descontos e com a Câmara de Mediação e Arbitragem da Associação Comercial do Paraná para a solução rápida de conflitos entre duas ou mais partes; estabeleceu protocolo de cooperação técnica e científica com a Associação dos Engenheiros do Uruguai, transformou a home page do Instituto em um canal interativo com a comunidade profissional; e introduziu no Mensageiro do IEP uma seção de perfis profissionais, que revelava as várias facetas dos ali retratados.
No âmbito social, prosseguiu com os tradicionais jantares dançantes, inclusive com sorteio de prêmios, promoveu muitos encontros de congraçamento e esportivos. Em sua gestão, o IEP foi campeão paranaense de xadrez, num evento que também teve uma atração especial: uma partida simultânea de xadrez entre o hepta campeão brasileiro e grande mestre internacional Jaime Sunye Neto (que presidiria o IEP no final da década) e 19 sócios ou filhos de sócios. Sunye venceu todos menos um – Ernani Francisco Choma, com o qual empatou.
Piva criou a Roda de Samba, formada por associados com dotes musicais, que se reúnem até hoje toda sexta-feira, das 19h às 22h, no Bar da Amizade; lançou campanha para conquistar mais 1.000 sócios, promoveu curso de bridge, uma feira de decoração e criou a figura do vice–presidente executivo com a missão de coordenar as atividades setoriais, além das diretorias de apoio em vários setores e do Conselho Político do Instituto.
Atualizando o consórcio de automóveis mantido com sucesso pelo Instituto há décadas, foi baixada a taxa do Fundo de Reserva de 5% para 2%. Outra iniciativa foi a formatação do Banco de Ideias, em acordo com os preceitos do Planejamento Estratégico, que passou a reunir, semanalmente, veteranos engenheiros empenhados em produzir, em caráter voluntário, projetos de interesse para a sociedade brasileira, cujos frutos começaram a ser sentidos na gestão seguinte e se incorporaram às atividades rotineiras de um Instituto presente nas discussões dos temas relevantes para o Paraná e para o Brasil.
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PLANO DE SAÚDE, UMA NOVA CONQUISTA
Uma das mais importantes conquistas dos associados do Instituto foi a implantação do Plano de Saúde em convênio com a Unimed, em julho de 2003, com custos reduzidos. Ao final da gestão, participavam do plano cerca de 1.600 pessoas, entre associados e dependentes. Um detalhe importante é que o Plano de Saúde é acompanhado por uma comissão de autogestão.
Durante quase três anos, uma comissão especial trabalhou na modernização do Estatuto do IEP, de maneira a inseri-lo nos preceitos do novo código Civil. A comissão, presidida inicialmente pelo engenheiro Aristides Athayde Cordeiro e depois pelo engenheiro Roberto Gregório da Silva Junior, debruçou-se sobre os 15 capítulos e 105 artigos do Estatuto em vigor então há 42 anos, produzindo uma Carta mais enxuta, de seis capítulos e 42 artigos. A falta de quórum nas assembleias, porém, impediu sua aprovação, que foi postergada para a gestão seguinte.
As quatro Semanas da Engenharia da gestão Piva, sempre recheadas de palestras sobre temas da atualidade e de interesse, registraram algumas mudanças na concessão do Troféu Paraná de Engenharia aos Destaques, que passaram a ter quatro categorias – em Projeto, na Construção, no Ensino de Engenharia e na Política. Em 2001, com solenidade na Sociedade Rio Branco, dia 7 de dezembro, o Engenheiro do Ano foi Eliel Lopes Ferreira Junior, que estava encerrando mandato na presidência do Sinduscon (Sindicato da Construção Civil de Curitiba). Os Destaques foram: em Projeto, arquiteto Manoel Izidro Coelho; Construção, engenheiro civil Marino Garofani; Ensino, engenheiro florestal Sebastião do Amaral Machado; Política, engenheiro civil Marcos Domakoski.
Em 2002, a eleição para Engenheiro do Ano contemplou com o Troféu o ex-ministro de Minas e Energia do governo Fernando Henrique Cardoso, ex-diretor geral da Itaipu Binacional e ex-presidente da Copel Francisco Luiz Sibut Gomide. O arquiteto Elgson Ribeiro Gomes foi Destaque em Projeto; os engenheiros civis Marcos Antonio Stavis, em Construção, Ramiro Wahrhaftig, no Ensino de Engenharia, e Afonso Camargo Neto, deputado federal, em Política. Nesta edição, realizada nos salões do Paraná Clube, uma novidade, a criação do Destaque Acadêmico, sendo escolhido Arthur Medeiros, do último ano de Engenharia da UFPR.
Um ex-presidente do IEP e duas vezes secretário de Estado, Cássio Bittencourt Macedo, que na gestão anterior foi Destaque em Obras Públicas, mereceu dos associados do Instituto o Troféu como Engenheiro do Ano de 2003. Como companheiros de premiação na noite de 21 de novembro, no encerramento da Semana da Engenharia, figuraram como Destaques os engenheiros civis Odenir Müller, Projeto; Ramon Andres Dória, Construção; Hamilton Costa Junior, Ensino; e Eduardo Francisco Sciarra, deputado federal, Política. O Destaque Acadêmico foi Danusa Haick Tavares, do quinto ano da UFPR.
No final de 2004, dia 26 de novembro, também no Paraná Clube, às vésperas de findar a gestão Piva, o Troféu Paraná de Engenharia de Engenheiro do Ano foi conferido a Carlos Alberto (Beto) Richa, recém-eleito prefeito de Curitiba. Os Destaques foram: arquiteto Lineu Borges de Macedo, Projeto; engenheiro civil Raul Ozorio de Almeida, Construção; professor Camil Gemael, Ensino; engenheiro agrônomo Jorge Miguel Samek, Política; e formando Eduardo Patza, Acadêmico.
Ao longo de uma carreira profissional de 39 anos, Gilberto Piva enriqueceu seu currículo com um substancial rol de obras que compõe um acervo técnico de 60.000 m² em pontes e viadutos, 130.000 m² em edificações, 300.000 m² em pavimentação e 100.000 m² adicionais em pavimentação em concreto.
Piva formou-se em Engenharia Civil em 1977, pela UFPR, depois de cursar Edificações pela Escola Técnica Federal, depois Cefet, hoje Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Começou sua vida profissional como estagiário da Prefeitura de Curitiba, foi técnico em edificações em empresas construtoras, assumindo o seu primeiro cargo como engenheiro civil em 1977. A partir de 1981, atuou em várias funções na Construtora Marna, entre as quais supervisor de obras e supervisor comercial, concomitantemente com as de diretor comercial e de responsável técnico pela Tengel (Técnica e Empreendimentos de Engenharia Ltda), da qual é diretor até hoje.
Em 1987, passou a lecionar no Curso de Engenharia Civil da PUCPR. Publicou vários trabalhos técnicos. No IEP, ocupou vários cargos até ser presidente em duas gestões. Foi também secretário da Abenc-PR (Associação Brasileira de Engenheiros Civis) e conselheiro pela mesma instituição. Participou da Comissão de Construção Civil do Coind (Conselho Consultivo da Política Industrial e Comercial do Paraná).
Foi Conselheiro do Crea-PR, assumindo a presidência daquele conselho regional em 1990 e 2011. Destacou-se ainda como membro do Conselho do Litoral pelo Crea-PR e do Conselho de Desenvolvimento da PUCPR, presidente da Comissão de Obras Públicas do Sinduscon-PR, diretor do mesmo sindicato e vice-presidente do Seconci (Serviço Social da Indústria da Construção Civil). Foi diretor de Edificações e 1º vice-presidente da Apeop-PR (Associação Paranaense de Empresas de Obras Públicas do Paraná), que presidiu de 1999 a 2002. Na Câmara Estadual da Indústria da Construção (CBIC), exerceu os cargos de conselheiro, vice-presidente e diretor. Na gestão 2009-2011, foi 1º vice-presidente do CREA-PR.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.
Assista ao depoimento do Eng. Gilberto Piva no vídeo comemorativo aos 85 anos do IEP.
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Presidente do IEP na Gestão de 1997 a 2001
PROPOSTAS PARA CURITIBA
O debate de temas importantes para o futuro de Curitiba foi uma das marcas registradas dos quatro anos de gestão do engenheiro Volmir Selig à frente do IEP: dois mandatos consecutivos, de 1997 a 2001. Eleito dia 14 de janeiro de 1997 em chapa de consenso, que recebeu o nome do professor Luiz Carlos Pereira Tourinho, reuniu as correntes mais representativas da Engenharia paranaense.
Na posse, em 25 de fevereiro, com a presença do prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, quando o Brasil vivia a primeira década de sua nova Constituição, Selig manifestou sua esperança de que “as reformas constitucionais não nos deixem na frustração, porque elas são a base para se acabar com os desmandos e a deficiência do governo em gerir as coisas públicas (…) Os exemplos do passado nos ensinam que não basta administrar a tecnologia, melhorar os métodos de construção e dos recursos humanos disponíveis. É preciso desenferrujar a administração deste país e direcionar seus objetivos maiores em sentido do desenvolvimento, da geração de empregos, da solução dos problemas sociais e, principalmente, da moralização da aplicação dos recursos públicos”.
Na diretoria do primeiro mandato: Walfrido Victorino Ávila, 1º vice-presidente; Carlos Roberto Fabro, 2º vice; Luz Mitsuaki Sato, 1º secretário; Carlos Afonso Infante da Câmara Teixeira, 2º secretário; João Enéas Ramos de Sá, 1º tesoureiro; Cleber Humphreys, 2º tesoureiro. Na do segundo, cuja eleição foi em 14 de janeiro de 1999, também com chapa única, e a posse, em 24 de fevereiro, Gilberto Piva assumiu a 1ª vice-presidência; Cleber Humphreys ficou como 1º tesoureiro, em razão do falecimento, em outubro de 1998, do engenheiro João Eneas Ramos de Sá; e Nelson Leal Junior foi chamado para a 2ª tesouraria.
A pauta dos grandes debates começou pela nova Lei de Zoneamento e Uso do Solo, que a Prefeitura estava propondo e que iria à análise da Câmara de Vereadores. O IEP apresentou uma série de sugestões, assim como propôs, meses depois, veto à construção de garagens no subsolo de edifícios, “que acarretam problemas estruturais, custos mais elevados e alto consumo de energia para a drenagem do subsolo durante a vida útil do prédio”. A postura pela definição de estacionamentos e de garagens em edifícios de habitação coletiva acima do nível do meio-fio foi transformada em projeto de lei na Câmara Municipal apresentado pelo vereador Antônio Borges dos Reis.
Outra proposta do IEP foi a construção, ao longo das vias públicas, de galerias de uso múltiplo que poderiam abrigar todas as tubulações de energia elétrica, telefonia, gás, águas pluviais, rede de esgotos, organizando tudo e evitando constantes obras de abertura de calçadas e pavimentos. Mudanças no Plano Diretor de Curitiba, com abordagem metropolitana, o novo Código de Posturas, o metrô, o Solo Criado e a adoção do potencial construtivo e vários outros projetos para a Curitiba do futuro, a questão da água no século 21, o Anel de Integração das rodovias paranaenses e obras importantes para o litoral, como a recuperação das praias de Matinhos e de Pontal, também figuraram com frequência nas preocupações do IEP. Selig, como representante do Instituto, integrou o Conselho do Litoral, quando foram criadas as atuais diretrizes do planejamento da região.
O Instituto foi, ainda, uma das entidades promotoras do Acordo de Cooperação Técnica relativo à acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências e idosas, iniciativa do Ministério Público do Paraná e integrada pela Câmara Municipal, Prefeitura e Sinduscon. E passou a integrar o quadro de sócios do Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento), ao lado da Copel, Universidade Federal do Paraná, Associação Comercial e Federação das Indústrias.
No âmbito interno, o processo de educação continuada dos associados prosseguiu com bastante ênfase, com quase duas centenas de cursos, que registraram a presença de mais de cinco mil profissionais, permitindo o seu acesso às mais recentes tecnologias construtivas, serviços e produtos, e novos cursos de especialização em nível de pós-graduação. Numa só noite, em maio de 1999, foi registrado um número recorde de participantes de cursos, seminários e palestras, com 350 presenças distribuídas em cinco espaços – auditório, três salas de aula e o Bar da Amizade, no 15º andar, que também cumpria sua função de abrigar eventos. Uma novidade foi o primeiro curso de preparo de calouros para ingresso na universidade, com 240 participantes, em parceria com o Setor de Tecnologia da UFPR, cujo diretor, e associado do IEP, Ivo Brand, foi o mentor.
Em abril de 1998, colocando em prática um dos itens de seu programa de trabalho – a valorização dos profissionais e das entidades de classe – Volmir Selig criou o Espaço das Associações, um andar inteiro no edifício-sede, o terceiro, com cinco salas de trabalho, cada uma destinada a duas entidades, uma de reuniões e um miniauditório -, cuja coordenação foi entregue à Feapar (Federação das Entidades de Engenharia do Paraná). O Espaço foi compartilhado pelo Inapar (Instituto de Engenharia de Avaliações e Perícias), Instituto Paranaense de Engenharia Legal e de Avaliações, Abenc (Associação Brasileira de Engenheiros Civis), associações dos Geólogos, de Engenheiros Mecânicos, de Engenheiros Cartográficos, de Engenheiros Eletricistas, de Engenheiros de Segurança, Associação Paranaense de Impermeabilização e Associação Sul Brasileira da Construção Metálica.
Outra iniciativa que movimentou o IEP nos anos seguintes foi a implantação do Espaço da Mulher, um fórum permanente de palestras, debates e ações objetivando aperfeiçoar a qualidade do dia-a-dia das associadas e esposas de associados. Palestrantes de renome foram convidadas a apresentar temas de interesse, uma delas a vice-governadora do Paraná na gestão de Jaime Lerner, Emília Belinatti. Também as atividades culturais foram incrementadas, com a montagem de várias exposições de artes plásticas de associados, familiares e convidados, no saguão térreo, coordenadas pelo arquiteto Lineu Borges de Macedo.
O Bar da Amizade, no topo do edifício-sede, ponto de encontro tradicional dos associados, foi inteiramente revitalizado, recebendo teto em gesso, nova iluminação, cortinas e mobiliário, transformando-se em mais uma opção para eventos. Ali, aos sábados, Selig introduziu o bufê de feijoada, sempre atraindo levas de associados e suas famílias. Os jantares-dançantes prosseguiram com sorteio de viagens e outros prêmios e um deles foi a Noite Brasil 500 Anos, em homenagem aos cinco séculos do descobrimento. Para os sócios, ainda, cursos de inglês e espanhol, um plano para a aquisição de telefone celular digital e um convênio com a Associação Comercial do Paraná para usufruir dos serviços prestados por aquela entidade.
O Troféu Paraná de Engenharia foi conferido, em 1997, ao ex-ministro, ex-presidente do Instituto e reitor da PUCPR Euro Brandão; 1998, ao prefeito Cássio Taniguchi, com a festa de encerramento da Semana de Engenharia sendo realizada nos salões do Clube Curitibano; em 1999, ao ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, representado na solenidade, no Clube Concórdia, por seu pai, o professor e também engenheiro Eurico Dacheux de Macedo.
Nessa edição do Troféu, Selig inovou e criou mais cinco prêmios – os Destaques. Os escolhidos foram Alberto Accioly Veiga Filho, Destaque na Construção Civil; Bernardo Guiss, em Obras Públicas; Augusto Canto Neto, no Serviço Público; Ivo Brand, no Ensino da Engenharia; e Antonio Borges dos Reis, na Política. Duas presenças especiais na solenidade: a do presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, Henrique Ludovice, e o presidente da WFEO/FMOI (Federação Mundial de Organização de Engenheiros, com sede em Madri, Espanha), José Medem Sanjuán, cuja visita mereceu placa comemorativa na sede do IEP.
Em 2000, outro ex-ministro, e também ex-prefeito de Curitiba, Ivo Arzua Pereira, foi agraciado com o Troféu, entregue no encerramento da Semana da Engenharia, na Sociedade Thalia. Como Destaques, foram premiados os engenheiros Dante Bianco, Construção Civil; Cássio Bittencourt Macedo, Obras Públicas; Carlos Afonso Teixeira de Freitas, Serviço Público; Ney Fernando Perracini de Azevedo, Ensino de Engenharia; e Luciano Pizzatto, Política.
Gaúcho de Passo Fundo, onde nasceu em 11 de setembro de 1946, Volmir Selig viveu em Curitiba desde os 20 anos, formando-se engenheiro civil pela UFPR na turma de 1972. Iniciou suas atividades profissionais na Sanepar no ano seguinte, mas logo deixou a empresa para ser diretor técnico da Construtora Vaticano. Desde então exerceu atividades na área da construção civil, sendo responsável, como sócio da P.P.C. Construtora de Obras Ltda., pela implantação das duas primeiras etapas do projeto Ferrovila, executadas em parceria com a Cohab/Curitiba e o antigo Banco Bamerindus.
Foi fundador, sócio e diretor de Engenharia da Héstia Construções e Empreendimentos Ltda, empresa derivada da cisão da Previse Construções e Empreendimentos Ltda. Em seu currículo constam aproximadamente 400 edifícios construídos com um total de 10.000 apartamentos, onde reside uma população aproximada de 30.000 pessoas, maior do que 40% dos municípios do Paraná.
Selig participou ativamente da atividade classista desde 1975, a começar pelo Sinduscon/PR (Sindicato da Indústria da Construção), onde ocupou vários cargos na diretoria. Em duas gestões não consecutivas, foi presidente da Ademi (Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário), da qual foi um dos fundadores, tendo organizado a Ademilar – Administradora de Consórcio S/A, primeira empresa nacional de consórcio imobiliário com capital de empresas de construção civil.
Faleceu aos 67 anos, em 9 de junho de 2014, em decorrência de complicações cardíacas.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.
Assista ao depoimento do Eng. Volmir Selig no vídeo comemorativo aos 85 anos do IEP:
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Presidente do IEP nas Gestões de 1973 a 1987 e 1993 a 1995
OITO MANDATOS NA PRESIDÊNCIA
Engenheiro, professor e general de brigada da reserva Luiz Carlos Pereira Tourinho, filho do fundador da entidade Plínio Alves Monteiro Tourinho. Foram sete gestões consecutivas, entre 1973 e 1987, e a oitava, no biênio 1993-1995, depois de três períodos administrativos do engenheiro Ney Fernando Perracini de Azevedo.
Tourinho foi indicado para concorrer à presidência pelo seu antecessor, Cássio Bittencourt Macedo, que preferiu abrir mão da prerrogativa da reeleição para se dedicar às atividades profissionais e empresariais. Exatos 682 votantes sufragaram seu nome na Assembleia Geral do dia 15 de janeiro de 1973. A posse foi no 47º aniversário do IEP, dia 6 de fevereiro.
Na diretoria, que praticamente repetiria para o segundo mandato, formaram também: Ney Simas Pimpão, 1º vice-presidente; Cláudio José Antunes; 2º vice; Ney Fernando Perracini de Azevedo, 1º secretário; Rubens Curi, 2º secretário; João Enéas Ramos, de Sá, 1º tesoureiro; e João Bley do Amaral, 2º tesoureiro. As mudanças foram José Mário Lírio Reis, como 1º tesoureiro, e João Enéas, como 2º tesoureiro.
Nas duas gestões seguintes (1977-1979 e 1979-1981), Luiz Carlos Pereira Tourinho formou a diretoria com Paulo Munhoz da Rocha, 1º vice-presidente; Jeferson Weigert Wanderley, 2º vice; Ney Fernando Perracini de Azevedo, 1º secretário; Shido Ogura, 2º secretário; João Eneas Ramos de Sá, 1º tesoureiro; e Bernardino Campos Filho, 2º tesoureiro.
Concorrendo sempre em chapa única, com apenas uma exceção, em 1983, Tourinho cumpriria mais três mandatos consecutivos: 1981-1983, com eleição dia 12 de janeiro, na companhia de Renato Meister, 1º vice-presidente; Inaldo Ayres Vieira, 2º vice; Ney Perracini de Azevedo, 1º secretário; Eliseu Lacerda, 2º secretário; João Enéas Ramos de Sá, 1º tesoureiro; e Djalma Costa Palmeira, 2º tesoureiro; no de 1983-1985, que reuniu o número recorde de eleitores, até então – 1.027, em 10 de janeiro, Ney Simas Pimpão volta à 1º vice-presidência e Archimar Antonio Viana Amorim é o 2º vice; os demais cargos permanecem inalterados.
Nesse pleito, o professor Tourinho foi surpreendido pelo aparecimento de um candidato concorrente – Mário Fortes Braga, que havia ingressado como sócio do IEP em 29 de novembro de 1982, ou seja, poucos dias antes do prazo final para o registro das chapas. Tourinho obteve 879 votos (85,6%) contra 140 de Braga, sete nulos e um em branco.
Na gestão 1985-1987, uma novidade: duas mulheres participam, pela primeira vez da diretoria. Ney Fernando Perracini de Azevedo sobe à 1a vice-presidência, Afonso Celso Frega Beraldi é 2º vice; Maria Aparecida Garcez Beckert, 1º secretário; Gilberto Piva, 2º secretário; João Enéas Ramos de Sá, 1º tesoureiro; e Tamara Lepca Maia, 2º tesoureiro.
Meses depois de assumir pela primeira vez, Tourinho aprovou em assembleia realizada dia 12 de novembro autorização para a hipoteca de bens patrimoniais do IEP, visando à operação financeira que possibilitasse recursos para a conclusão da sede. Ao mesmo tempo, obteve do governador em exercício João Mansur – que assumiria interinamente em razão da morte de Parigot de Souza, até a eleição, pela Assembleia Legislativa, de Emílio Gomes e Jayme Canet Junior, governador e vice –, a sanção da lei estadual nº 6.431, de 19/7/73, que autorizava o Poder Executivo a anuir no contrato de hipoteca, uma vez que, na doação do terreno, o Estado havia incluído uma cláusula de inalienabilidade do imóvel.
Foi, então, contratado um empréstimo de um milhão de cruzeiros junto à Caixa Econômica Federal do Paraná, com juros de 8,65% ao ano, para pagamento em 10 anos, o que assegurou o acabamento da obra, com revestimento dos pisos e dos sanitários, esquadrias do 7º ao 16º andares, pintura interna e externa e a aquisição dos dois elevadores, instalados em meados de 1975. A quitação foi possível com recursos próprios do Instituto, o aluguel de 12 pavimentos e de duas lojas, além de uma contribuição voluntária de cinco cruzeiros por associado, inclusive remidos, destinada à regularização de débitos junto à Previdência Social. A última parcela do empréstimo foi paga em outubro de 1985.
A inauguração do edifício-sede, que passaria a ser chamar Edifício Plínio Alves Monteiro Tourinho, marcou o cinquentenário do IEP: no dia 4 de fevereiro de 1976, às 19h, foi descerrada a fita simbólica, seguindo-se sessão solene e abertura de exposição técnica; no domingo, dia 6, foi celebrada pela manhã, missa em ação de graças na igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, com as festividades sendo encerradas com jantar de confraternização no Clube Concórdia. O ano de 1976 foi pródigo em exposições, cursos e palestras que seriam, dali em diante, uma das marcas registradas do Instituto. Em parceria com a Aliança Francesa de Curitiba e a Associação Brasileira dos Estagiários na França, foi montada uma exposição sobre o metrô de Paris.
Em março de 1975, o IEP anunciou sua intenção de alugar vários pavimentos do prédio e que “na seleção de inquilinos será dada prioridade a entidades de classe, escritórios de engenharia e a empresa relacionadas com a profissão”. Dez pavimentos acabaram sendo locados ao Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE), que instalou uma recepção no térreo, o que obrigou o IEP a separar o acesso às suas dependências, com um gradil; ao fundo do espaço, antes das escadas, “as gravuras das duas primeiras obras de engenharia imperial – a Graciosa e a Ferrovia de Paranaguá”, como consta de um relatório de gestão.
Os jantares festivos para associados ganharam ênfase sob a presidência de Luiz Carlos Pereira Tourinho, inclusive com versões temáticas. Tourinho criou, também, os almoços e jantares “do papo”, reuniões informais de associados por adesão em diferentes restaurantes da cidade, e abrigou a Boatinha criada pelo Daep (Diretório Acadêmico de Engenharia do Paraná), que passou a ser gerida pelo recém fundado Departamento Universitário do Instituto.
Outra herança do Daep foi a Revista Técnica: com a reforma universitária decretada pelo governo federal, os diretórios acadêmicos foram extintos. O acadêmico Ivo Mendes Lima, último presidente do Diretório naquela fase (e primeiro diretor universitário do Instituto) transferiu a revista para o IEP, no final da gestão de Cássio Bittencourt Macedo. A primeira edição sob a chancela do Instituto foi lançada por Tourinho em dezembro de 1973, com a coordenação do professor Ney Perracini de Azevedo. No total, foram para o prelo 39 números.
Também foram reeditadas novas versões do famoso Chá Dançante de Engenharia, que marcou época nas décadas de 1940 e 1950, ainda hoje lembrado com muita saudade pelos mais antigos. Os encontros dos sábados pela manhã no Bar da Amizade foram consolidados, as atividades esportivas, incrementadas, deu-se forma definitiva à galeria de ex-presidentes e uma biblioteca foi instalada na sede.
O IEP, na gestão de Tourinho, em 1975, batalhou pela criação da regional do Paraná da Rede Ferroviária Federal, com gestões junto ao ministro dos Transportes, Dirceu Araújo Nogueira; em março do mesmo ano, o diretor geral da RFFSA, general Milton Gonçalves, visitou o IEP para discutir a questão, que acabou se concretizando.
Em 1980, o IEP sediou o II Congresso Latinoamericano sobre Métodos Computacionais para a Engenharia e o IV Simpósio sobre Sistemas Computacionais para a Engenharia Civil. Em outra oportunidade, trouxe de São Petersburgo, Rússia, para uma palestra, o professor de Transmissão de Energia Elétrica Georgy Nokolaevitch Aleksandrov, com a colaboração do associado Gregório Bussyguin. Aliás, ao longo de suas oito gestões o IEP sempre foi pródigo em eventos técnicos de todos os matizes, sempre com auditório lotado. Em 1982, Tourinho promoveu um debate com o governador recém-eleito José Richa sobre as grandes questões da Engenharia, da situação funcional de engenheiros servidores do Estado e de prestigiamento às empresas paranaenses. Em 1984, conquistou para Curitiba o 7º Enco (Encontro Nacional da Construção), realizado de 15 a 19 de julho.
Em 6 de outubro de 1982, foi comemorado o centenário de nascimento do fundador do Instituto de Engenharia, Plínio Alves Monteiro Tourinho, em evento conjunto do IEP, Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, UFPR, Crea-PR, Sindicato de Engenheiros e Academia Paranaense de Letras.
O professor Luiz Carlos Pereira Tourinho, que nasceu em Curitiba, em 19 de dezembro de 1913, cursou a Escola Militar do Realengo e a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, ambas no Rio de Janeiro. Diplomou-se engenheiro civil em 1938, pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná. Foi diretor geral do Departamento de Estradas de Rodagem no governo Bento Munhoz da Rocha Neto, autor do plano rodoviário do Paraná, introdutor da aerofotogrametria no estudo de estradas e iniciador da pavimentação asfáltica no Paraná. Participou da Comissão de Estradas de Rodagem Paraná-Santa Catarina, foi engenheiro-chefe na exploração e construção da rodovia Curitiba-Joinville, entre várias outras, construiu quartéis e coordenou o estudo de viabilidade econômica da malha ferroviária PR/SC.
Foi diretor técnico da Copel, assessor do Instituto Brasileiro do Café, interventor do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária, diretor da Escola de Engenharia e chefe do Departamento de Transportes do curso de Engenharia Civil da UFPR, onde lecionou em vários cursos, tendo sido paraninfo e patrono de 15 turmas de engenheiros, além de instrutor-chefe no CPOR.
Tourinho foi deputado federal pelo Paraná na legislatura 1955-1959, presidente do antigo Partido Social Progressista, candidato a governador do estado e a prefeito de Curitiba. Escritor e historiador, presidiu por longo tempo o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e foi membro da Academia Paranaense de Letras. Foi conselheiro federal junto ao Confea e vice-presidente da Febrae – Federação Brasileira de Associações de Engenheiros. Em 1991, foi um dos quatro engenheiros brasileiros homenageados com a primeira Medalha do Mérito do Sistema Confea/ Creas, pelos relevantes serviços prestados à Engenharia, mesmo motivo que o levou a ser escolhido o primeiro Engenheiro do Ano, honraria instituída pelo IEP em 1995, recebendo o Troféu Paraná de Engenharia.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.
Presidente da Gestão 1969 – 1971
O EDIFÍCIO-SEDE CHEGA AO TOPO
O biênio administrativo comandado pelo engenheiro Paulo Augusto Wendler foi decisivo para o futuro do IEP, pois, no período, foi concluída toda a estrutura do 4º ao 15º pavimentos, inclusive a laje de cobertura, a caixa d’água superior e os poços dos elevadores.
Em sua gestão, foi incorporado ao patrimônio do Instituto uma quadra de terreno em Guaratuba, doada pela Prefeitura local, evento que mereceu almoço de confraternização de associados naquele balneário paranaense, com a presença do prefeito e de outras autoridades.
Wendler conduziu uma série de jantares e outros eventos festivos, sempre atraindo para o recinto do IEP as famílias dos associados, e promoveu uma série de cursos e palestras, que também marcaram a Semana do Engenheiro de 1970. E iniciou os contatos para que Curitiba recebesse a VII Convenção Nacional de Engenheiros, em parceria com a Febrae (Federação Brasileira de Associações de Engenheiros), que seria concretizada na gestão seguinte, de Cássio Bittencourt Macedo.
As primeiras providências para a VII Convenção foram delegadas à uma comissão organizadora composta dos engenheiros Harro Olavo Müller, Vicente Montanha, Luiz Renato de Abreu Mäder, Mario De Mari, João Dernísio Puppi e Elgson Ribeiro Gomes.
Nascido em Curitiba, em 20 de maio de 1922, o engenheiro civil e professor Paulo Augusto Wendler demonstrou desde a infância a sua aptidão para cálculos. Tanto é verdade que diplomou-se pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná, em 1946, mantendo o primeiro lugar em sua turma durante os cinco anos de curso. Tal distinção nos estudos foi reconhecida pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia que, de imediato, lhe outorgou o Prêmio Lysimaco Ferreira da Costa, em 5 de dezembro de 1951. Anos mais tarde, diplomou-se pela Escola Superior de Guerra no Rio de Janeiro.
Dotado de profundo conhecimento na área de cálculo estrutural, Paulo Augusto Wendler exerceu o magistério lecionando na Escola de Oficiais Especialistas de Infantaria de Guarda da Aeronáutica. Também foi professor titular da disciplina de Resistência dos Materiais na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Paraná, tendo ali lecionado desde a sua graduação até atingir a idade da aposentadoria compulsória.
Vários projetos estruturais tiveram a sua assinatura, como a cobertura do Teatro Guaíra, o Teatro da Reitoria, a Igreja Matriz de Cascavel, o Hospital de Clínicas e o Centro Politécnico da UFPR. Em 30 de Março de 1995, recebeu da Câmara Municipal o Prêmio Cidade de Curitiba pelos relevantes serviços prestados à comunidade curitibana.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.