Presidente das Gestões de 2009 a 2013
NOVOS AVANÇOS INSTITUCIONAIS
Quando os ponteiros do relógio marcaram 18 horas do dia 30 de janeiro de 2009, prazo limite de registro das chapas que disputariam o comando da gestão 2009-2011, consolidou-se uma certeza: aquele seria o pleito mais disputado na história do Instituto de Engenharia do Paraná. Quatro chapas haviam sido registradas – “IEP, a Nossa Casa”, “O IEP de Todos”, “IEP Independente” e “Inovação e Tradição”, respectivamente encabeçadas pelos engenheiros Antônio Cezar Carvalho Benoliel, Isis Ribas Busse, Jaime Sunye Neto e Roberto Gregório da Silva Junior.
Fato parecido só em duas ocasiões anteriores: em março de 1947, quando Venevérito da Cunha derrotou dois adversários, Oswaldo Pilotto, que concorria à reeleição, e Paulo Aguiar e, em janeiro de 1971, quando a vitória de Cássio Bittencourt Macedo impediu um segundo mandato consecutivo de Paulo Augusto Wendler e um novo do ex-presidente Eliasib Gonçalves Ennes. Naquela eleição de 1947, a disputa entre quatro nomes foi a para 1a e 2a secretarias, num tempo em que cada cargo era submetido em separado aos eleitores. Em 1928, na sucessão de João Moreira Garcez, quando da escolha do segundo presidente, José Niepce da Silva, a 1a secretária também foi disputada por quatro candidatos e a segunda, por cinco.
Na abertura das urnas, ao final do processo de votação, em 12 de março, Jaime Sunye Neto, da chapa “IEP Independente”, foi eleito presidente com 256 votos, superando, pela ordem, Roberto Gregório da Silva Junior, 199 votos; Antônio Cezar Carvalho Benoliel, 64 votos; e Isis Ribas Busse, 44 votos. Também foram eleitos quatro membros titulares e um suplente do Conselho Deliberativo.
Sunye assumiu na noite de 30 de março, na companhia de Nivaldo Almeida Neto, vice-presidente; Celso Pasqual, vice-presidente administrativo; José Rodolfo de Lacerda, vice-presidente administrativo adjunto; Alexandre Mattar Sobrinho, vice-presidente financeiro; Celso Fabrício de Melo Junior, vice-presidente financeiro adjunto; Raul Ozorio de Almeida, vice-presidente técnico; e Shido Ogura, vice-presidente técnico adjunto.
No discurso de posse, Sunye destacou a “herança duplamente bendita” recebida de seus dois antecessores imediatos – Gilberto Piva e Luiz Cláudio Mehl. Para ele, Piva, “através de um Planejamento Estratégico, soube direcionar o IEP para uma trajetória de renovação e crescimento”. Sobre Mehl, afirmou: “Nos seus dois mandatos desenvolveu o IEP de forma sem paralelo, nos levando a novo patamar como entidade de Engenharia”.
Mais tarde, ao avaliar para este livro o trabalho desenvolvido, disse que “Piva continuou ajudando durante minha gestão e foi o principal responsável pela negociação com o diretor geral da Itaipu Binacional, Jorge Miguel Samek, do apoio para terminarmos o Centro de Eventos. Como presidente em exercício do Crea-PR, trouxe o CredCrea, instituição financeira para atender profissionais, estudantes e empresas da área tecnológica, para se instalar no IEP”. E Mehl “também seguiu colaborando na construção do Conepe (Congregação Nacional das Entidades Pioneiras da Engenharia) – citada mais adiante neste capítulo – e foi o grande responsável pelo Projeto País, um marco de trabalho coletivo das entidades de Engenharia”.
Ainda no discurso de posse, Sunye enfatizou que o IEP “continuará independente de grupos ou partidos, proativo em seu objetivo de influenciar o desenvolvimento do Paraná, parceiro das entidades estaduais e nacionais e nas áreas governamentais e privadas, pois acreditamos que é a colaboração entre o governo, a iniciativa privada e organizações não governamentais que mais contribui para o desenvolvimento das sociedades. Será sempre a casa dos associados, antigos e novos, dos profissionais da área tecnológica, mas, sobretudo, se manterá como a Casa da Engenharia do Paraná”.
Depois da parte formal da cerimônia, no auditório do IEP, autoridades e convidados presentes foram recepcionados no Espaço da Tecnologia, onde também foi inaugurado um painel de autoria do conselheiro e artista plástico Marcelo Araújo Brandão, com 18 quadros de diferentes dimensões e formatos, todos em tinta acrílica sobre tela e areia, com imagens de importantes obras dos diversos segmentos da Engenharia paranaense.
Dois anos depois, ao apresentar o relatório de atividades da gestão, a nova diretoria contabilizava uma série de conquistas, como a retomada das visitas técnicas – ao Porto de Itapoá (SC), para navios de grande porte e exclusivo para movimentação de contêineres; à Hidrelétrica de Mauá, no rio Tibagi, entre Telêmaco Borba e Ortigueira, obra conjunta da Copel e da Eletrosul; à fábrica de cimentos Itambé, em Balsa Nova, com sua produção de 1,5 milhão de toneladas/ano; à Gerdau Aços Finos, unidade Guaíra, em Araucária, o que permitiu acompanhar todas as fases de fabricação do aço; e às obras do edifício Universe Life Square, o mais alto de Curitiba, com 44 andares -, e a consolidação do Banco de Ideias como uma verdadeira fábrica de projetos e indutor de debates importantes.
A pauta de debates da gestão foi aberta com uma discussão conjunta com a Ferroeste sobre a ampliação da ferrovia entre Guarapuava e Cascavel e prosseguiu abordando os Portos do Paraná, em duas sessões, uma no IEP e outra em Paranaguá, quando foi apresentado, pelo Banco de Ideias, a proposta de extensão do Porto de Paranaguá pela ilha Rasa da Cotinga, que poderia resultar, a médio prazo, na criação de um Hub Porto. Em reunião em Brasília, o IEP ofereceu à direção geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) seus estudos na área de Logística de Transportes. Em audiência pública sobre transporte metropolitano, na Assembleia Legislativa, Sunye apresentou estudo de viabilidade do chamado Expresso Metropolitano, que utilizaria a malha ferroviária existente e a linha de transmissão de energia da Copel.
Projetos para o futuro do Paraná – como restauração da baía de Guaratuba, hidrovia do rio Ivaí, porto de Paranaguá e nova pista do aeroporto Afonso Pena – foram levados como contribuição do Instituto ao governador Orlando Pessutti, que recebeu em audiência o presidente Jaime Sunye Neto, o ex-governador Emílio Gomes, um dos coordenadores do Banco de Ideias, e o ex-presidente e membro do Conselho Consultivo Gilberto Piva. “As propostas do Banco de Ideias, liderado pelo incansável governador Emílio Gomes, sensibilizaram os governos federal, estadual e muitos municipais. Entre elas, o projeto para melhoria da Ferroeste”, relembra Sunye.
Baseadas nessas propostas, e em conjunto com o Crea-PR, Sindicato de Engenheiros, Sindicato da Construção Pesada e Fiep, o IEP desenvolveu o Plano Estadual de Logística e Transportes (Pelt), um diagnóstico dos quatro modais de transporte – rodoviário, ferroviário, aeroviário e hidroviário, com a indicação de quais obras seriam necessárias em casa caso. “Um primeiro passo de um planejamento organizado da Logística de Transporte para o nosso Estado”.
O metrô de Curitiba, prós e contras, e o porto de Paranaguá na visão dos candidatos ao governo do Paraná também mereceram destaque, assim como o transporte ferroviário no Paraná e a questão da Mobilidade Urbana, amplamente discutida entre órgãos municipais e o Banco de Ideias.
No final de 2009, foi criado, por proposição do IEP, o Fórum de Entidades de Engenharia e Arquitetura do Paraná, com o objetivo de discutir os grandes temas de interesse estadual e de projetos a serem somados ao planejamento das cidades. Entre eles, a questão da mobilidade urbana diante da realização, em Curitiba, de jogos da Copa do Mundo de Futebol em 2014. Nesse mesmo ano, o Instituto participou em Brasília do seminário sobre a Hidrovia Paraná-Tietê; ofereceu um projeto piloto de assentamento às famílias vítimas do terremoto no Haiti; e realizou em sua sede o seminário de apresentação do Istec (Ibero American Science and Technology Education Consortium), organização educacional internacional composta por mais de 100 instituições de educação, pesquisa e organismos multilaterais. Outra iniciativa, através do Banco de Ideias, foi o Projeto Açungui de abastecimento de água para Curitiba nos próximos 50 anos.
CONEPE E PROJETO PAÍS
Em meados do primeiro ano da gestão Sunye, dois importantes projetos nacionais começaram a ser gestados com a participação efetiva do IEP, que já havia sido convidado a integrar
o Cden (Colégio de Entidades Nacionais) do Confea. Um deles, o fortalecimento das entidades profissionais, cujos primeiros passos foram um workshop, em Brasília, das entidades precursoras do Sistema Confea-Creas – pela ordem de fundação, Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, Instituto de Engenharia, de São Paulo, Clube de Engenharia de Pernambuco, Instituto de Engenharia do Paraná, Sociedade Mineira de Engenheiros e Sociedade de Engenheiros do Rio Grande do Sul.
Depois de rodadas de discussões, foi criada, em fevereiro de 2010, a Conepe (Congregação Nacional das Entidades Pioneiras da Engenharia). O ato foi realizado em Brasília, durante o Encontro das Lideranças da Engenharia promovido pelo Confea.
A Conepe teria papel importante na montagem do segundo projeto. Denominado de “Projeto País – Governança e Gestão do Sistema Brasileiro de Obras Infraestruturais” e desenvolvido em conjunto com o Sistema Confea-Creas e a Febrae (Federação Brasileira das Associações de Engenheiros), visava a formatar um pacote de ações de políticas públicas para ser oferecido como subsídio aos candidatos à Presidência da República. A proposta inicial do evento havia sido formulada pelo ex-presidente do IEP, Luiz Cláudio Mehl, na qualidade de membro do Conselho Superior da Febrae.
Em junho de 2010, as principais lideranças da Engenharia brasileira, reunidas no IEP, aprovaram um documento contendo um conjunto de ideias distribuídas em 10 itens – Educação, Gestão de Obras, Inclusão Digital, Área Jurídica, Agências Reguladoras, Valorização do Planejamento, Papel da Sociedade Organizada, Mudanças Institucionais, Reforma Política e Reforma Tributária”.
“Projeto País” teve uma série de palestras, como a do presidente do Confea, Marcos Túlio de Melo; do presidente do Instituto de Engenharia, de São Paulo e coordenador da Conepe, Aluízio de Barros Fagundes; do ex-secretário do Planejamento do Paraná e doutor em Administração Pública Belmiro Valverde Jobim Castor; do ex-ministro de Minas e Energia Francisco Gomide; e do empresário Rodrigo Rocha Loures, presidente da Fiep.
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PRIMEIRA ELEIÇÃO PELA INTERNET
Destaca Sunye na análise de suas gestões: “Começamos imediatamente a trabalhar a atualização do Planejamento Estratégico, com a ajuda do Irídio Johansen de Moura, já que as fortes mudanças ocorridas nas duas gestões anteriores alteraram nossa realidade. Isso deu um novo direcionamento ao IEP, priorizando e abrindo novas áreas de atuação. Como consequência, propusemos imediatamente a eleição pela internet, como forma de aumentar a participação dos associados e, com a ajuda do vice-presidente administrativo, o engenheiro/advogado Nelson Luiz Gomez, iniciamos os estudos para um novo modelo de estatuto que descentralizava a gestão excessivamente presidencialista, integrava o trabalho dos poderes do IEP e facilitava a cooperação com outras entidades do Estado. Para marcar a entidade de engenharia mais antiga do Paraná, recuperamos a celebração do aniversário do IEP com festividades significativas”.
“Uma área que incrementamos foi a da Responsabilidade Sócio Ambiental. Quem assumiu o encargo foi a Luciana Choma. Além da parceria do curso pré-vestibular Creação, lançamos o Banco Socioambiental de Materiais, o prêmio Engenheira do Ano, incrementamos a parceria com as escolas, organizando eventos de xadrez escolar, firmamos uma forte parceria com o Conselho de Responsabilidade Social da Fiep (Federação das Indústrias), este com a fundamental ajuda do engenheiro Mario De Mari”.
A renovação do terço do Conselho Deliberativo e do total do Conselho Fiscal, em 2010, marcou a primeira eleição pela internet no âmbito do IEP. Inicialmente agendada para 15 de março, com a votação eletrônica iniciando três dias antes da presencial, foi realizada somente em 10 de maio, em razão de querelas jurídicas motivadas por ação cautelar impetrada por alguns candidatos. A partir de então, o voto on-line passou a ser rotineiro para todos os demais pleitos no IEP.
Outra novidade foi a criação do Conselho Político, com a finalidade de propor e orientar as ações estratégicas do IEP no tocante a questões de Engenharia e o interesse público”. Instalado dia 31 de maio de 2010, sua coordenação foi entregue ao engenheiro Roberto Gregório da Silva Junior. Um dos primeiros temas tratados nos debates do Conselho foi a anunciada criação, pelo governo do estado, da Agência Reguladora do Paraná, com emissão de um documento oficial depois encaminhado ao governador.
Em agosto de 2010, o IEP aprovou seu Código de Ética, cujas discussões haviam iniciado no primeiro semestre, num trabalho dos engenheiros Aristides Athayde Cordeiro, Mauro Fortes Carneiro e Niromar Rezende. Também foi procedida a adequação do Regimento Interno do Instituto. Nas atividades sociais, culturais e esportivas, o IEP introduziu as festas juninas, sempre muito animadas no Centro de Eventos, com sorteio de prêmios, e realizou um Super Mercado de Pulgas para vender, trocar ou expor itens usados, colecionáveis, artesanais e raros, afora as tradicionais exposições de quadros no saguão de entrada e da roda de samba.
O xadrez também foi bastante movimentado, com Campeonato Aberto por Equipes, campeonato paranaense por equipes e etapas do circuito Escolar de Xadrez, todos com vários desdobramentos, modalidades e categorias, além da seletiva de Curitiba para o Campeonato Paranaense de Menores, em Foz do Iguaçu. Destaque para o ITT IEP 2009 (Internation Title Tournament), evento raro em Curitiba, com a participação de mestres internacionais e candidatos a mestre, e o Torneio de Xadrez Guilherme Braga Sobrinho, que homenageou o destacado homem público paranaense, que como presidente da Fundepar (Fundação Educacional do Paraná) incentivou a prática do xadrez nas escolas.
No desenvolvimento de ações voltadas aos associados, a gestão 2009-2011 criou um seguro de responsabilidade civil profissional; ampliou os serviços da Uniodonto (hoje Dental Uni), que passaram para o Plano Superior Mais; garantiu medicamentos a preço de custo para associados com plano de saúde; firmou contrato com a Plus Santé Emergências Médicas e agregou o Plano Unimed Flex ao já existente, além de permitir o acesso de associados ao Sinam (Sistema Nacional de Atendimento Médico), gerido pela Associação Médica do Paraná e que possibilita descontos em consultas e exames. Foi também criado um banco de talentos para associados, com o objetivo de recolocar no mercado profissionais que estavam afastados da profissão. Nas duas Semanas de Engenharia, além da tradicional série de palestras técnicas, foram realizados concursos de reportagens e de fotografias.
Na Semana da Engenharia, destaca Sunye, a premiação do Engenheiro do Ano voltou a celebrar os grandes técnicos. O Engenheiro do Ano de 2009 foi Venevérito da Cunha, ex-presidente do IEP em 1947-1948, e aos 93 anos um dos mais respeitados e qualificados profissionais do cálculo estrutural. Nos salões do Estação Convention Center, o presidente Sunye qualificou a noite de 12 de dezembro como “momento rico e especial para a Engenharia paranaense e brasileira”. Na premiação dos Destaques, foram contemplados: Brasil Pinheiro Machado, Energia; Paulo Müller de Aguiar, Transportes; Fernando Xavier Ferreira, Telecomunicações; Francisco Borsari Neto, Responsabilidade Social; Tácito Miguel Fieker, Tecnologia e Inovação; Pedro Lagos Marques Filho, Ensino; Judas Tadeu Grassi Mendes, Agronomia; e Antonio Fonseca dos Santos, Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Em 2010, ainda no Estação, na noite de 11 de dezembro, o Troféu de Engenheiro do Ano foi para Paulo Procopiak de Aguiar, ex-presidente da Copel e ex-secretário nacional adjunto de Energia. Nos Destaques: Mauro Fortes Carneiro, Transportes; Demétrios Lambros, Energia; Ronald Martin Dauscha, Tecnologia e Inovação; Nicolau Kluppel, Meio Ambiente; Gilberto Geraldo Garbi, Telecomunicações; Florindo Dalberto, Agronomia; Rubens Oswaldo Sezesniak, Responsabilidade Social; Moacir Hissayassu Inouê, Estruturas; e um prêmio “in memorian”, a Armando Martins Pereira, professor e pesquisador na área de pavimentação, falecido em agosto de 2010.
UMA REELEIÇÃO TRANQUILA
No processo para eleição do Conselho Diretor, gestão 2011-2013, apenas uma chapa foi inscrita: a “União pelo IEP”, liderada pelo presidente Jaime Sunye Neto que, então, partia para a reeleição. O pleito foi dia 14 de janeiro, data em que também foi eleito o novo terço do Conselho Deliberativo. Com Sunye formaram na diretoria empossada dia 28 de março: Cássio José Ribas Macedo, vice-presidente; Nelson Luiz Gomez, vice-presidente administrativo; Celso Pasqual, vice-presidente administrativo adjunto; Alexandre Mattar Sobrinho, vice-presidente financeiro; Celso Fabrício de Melo Junior, vice-presidente financeiro adjunto; Raul Munhoz Neto, vice-presidente técnico; e Henrique Alberto Mehl, vice-presidente técnico adjunto.
Como novidade, a criação de diretorias de apoio: Esportes e Relacionamento Universitário, vinculadas à vice-presidência administrativa; Banco de Ideias, Revista Técnica e Cursos a distância, à vice-presidência técnica; e Área Comercial, Novos Negócios e Responsabilidade Social, à vice-presidência financeira.
Pouco mais de um mês antes, na noite 7 de fevereiro, uma segunda-feira na qual eram comemorados os 85 anos de fundação do Instituto, foi relançada a Revista Técnica do IEP, criada décadas atrás pelo Diretório Acadêmico de Engenharia do Paraná, que a transferiu para o Instituto quando da Reforma Universitária que o extinguiu. Reeditada a partir de 1973, na gestão do professor Luiz Carlos Pereira Tourinho, teve 39 edições nessa fase e estava desativada havia 19 anos.
Na avaliação de Sunye, “a volta da Revista Técnica representou um imenso esforço humano e também financeiro e uma grande equipe liderada pelo professor doutor Alexandre Guetter foi responsável pelos ótimos resultados”. Além de nova série de visitas técnicas de grupos de associados – fábrica de motores do grupo Fiat, em Campo Largo; à implantação da fábrica de retroescavadeiras da Caterpilar, também em Campo Largo; à Usipar – Usina de Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil, em Almirante Tamandaré; às instalações da Indústria Mecânica Hubner, que produz em Araucária componentes metálicos para os mais diversos ramos de atividades; à Tetrapack e Fundição Hubner, em Ponta Grossa; à Refinaria Presidente Vargas, em Araucária; à Positivo Informática, em Curitiba; à Panatlantica Catarinense, em Joinville; à Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba; à Usina Governador Parigot de Souza, em Antonina -, o IEP prosseguiu na discussão de temas importantes, como metrô de Curitiba, obras de infraestrutura para o estado, manejo de resíduos sólidos urbanos e participou, junto com o Crea-PR, de um programa de apoio ao governo do estado na fiscalização e vistoria de 2.200 escolas, identificando os problemas existentes.
Os principais processos de melhoria dos acessos ao aeroporto internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, foram discutidos em seminário realizado pelo IEP, com uma série de entidades e órgãos públicos, tendo em vista a Copa da Fifa 2014. Com a parceria da UFPR e da Fiep, o IEP levou ao ministro dos Transportes, Paulo Passos, a proposta de criação de um Banco de Projetos para viabilizar obras de infraestrutura. Através do Banco de Ideias, foram elaborados estudos para a recuperação da praia de Matinhos, no litoral do Paraná. Também foi criada a Quinta-Debate, com objetivo de informar e orientar os profissionais paranaenses em assuntos para valorização da carreira, mediante palestras de especialistas.
O Mestrado Profissional em Desenvolvimento de Tecnologia abriu sua quarta turma e foi firmado novo convênio com o Lactec para a quinta. Na Semana de Engenharia de 2011, cuja pauta versou sobre construção civil, transportes, telecomunicações, meio ambiente e energia, a abertura tratou de um tema bastante polêmico e atual – “A fraude do aquecimento global: hora de trazer a ciência de volta”, apresentado pelo geólogo Geraldo Luís Lino, autor de livro sobre o assunto.
Em convênio com o Instituto IDD, instalado no edifício-sede, o IEP inaugurou ali, em outubro de 2011, sua biblioteca, de uso comum de seus associados e de alunos do IDD. O IEP abrigou, em agosto, o Circuito Pré-Olímpico Feminino de Xadrez e, em setembro, a prova de xadrez dos Jogos Universitários Paranaenses.
Foi também firmado acordo de cooperação com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná para o lançamento da Web Escola de Formação Continuada em Engenharia IEP/Sesi. Outro destaque foi o papel do IEP como gerenciador do X SenGeF – Seminário de Atualização em Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas Aplicados à Engenharia Florestal, realizado em Curitiba entre 15 e 18 de outubro de 2012, em parceria com a UFPR/Departamento de Ciências Florestais, com grande sucesso e participação de especialistas.
Sunye lembra ainda o papel da Engenova – Agência de Inovação e Engenharia do Paraná, inicialmente sob o comando de Nivaldo Almeida Neto e depois com Ramiro Wahrhaftig, primeiro na parceria do Mestrado Tecnológico com o Lactec e depois abrindo novas perspectivas e atividades.
No âmbito interno, foi dado prosseguimento às obras de melhorias do edifício-sede: “Sob a responsabilidade do Pasqual (Celso Pasqual, vice-presidente administrativo adjunto), investimos R$ 1 milhão nos quatro anos. Com projeto da Maria Isabel Bittencourt, doado pela Jaguaré, regularizamos o edifício junto aos bombeiros, liberamos o alvará, renovamos e locamos vários andares, mudamos o modelo de ocupação buscando uma sinergia maior entre os ocupantes”, recorda Sunye.
Foram propostas à apreciação e discussão dos conselhos Deliberativo e Consultivo alterações nos Estatutos do IEP. Entre as mudanças a serem votadas, está a ampliação da diretoria para até 15 membros, criação de novas categorias de sócios e a introdução de medidas para o aprimoramento do processo de gestão do Instituto.
Na premiação de 2011 do Troféu Paraná de Engenharia, o Engenheiro do Ano eleito foi Brasil Pinheiro Machado, com 50 anos de atuação em projeto, execução e gerenciamento de empreendimentos hidráulicos e hidrelétricos. Os Destaques foram: Carlos Henrique Mariano, Ensino; Gustavo Ribas Curcio, Meio Ambiente; José Renato Taborda Ribas, Tecnologia e Inovação; Manoel Coelho, Arquitetura; Luiz Antonio Corrêa Lucchesi, Agricultura; Newton Sady Busetti, Energia; Ramon Andres Doria, Responsabilidade Social; Ricardo Luiz Araújo, Telecomunicações; Roberto Gregório da Silva Junior, Transportes; Wilson Picheth Gheur, Estruturas; e Rubens Meister, “In Memorian”.
Em abril de 2012, foi instituído o Troféu IEP Mulher, destinado a valorizar a atuação feminina e servir de estímulo às profissionais que optam pela carreira nas ciências exatas. A primeira homenageada foi a engenheira química Adriana Carneiro, por sua contribuição socioambiental e pelo espírito empreendedor. Ela é especialista em gerenciamento ambiental na indústria e mestre em engenharia de recursos hídricos e ambientais.
No segundo semestre de 2012, o IEP dá sequência à elaboração do seu Planejamento Estratégico que vai balizar as ações até o final da década. A fase inicial dos trabalhos, em 2010, contou com a participação de membros dos quatro Conselhos do IEP, ex-diretores e funcionários e a contribuição, mediante preenchimento de questionários, de conselheiros do Crea-PR e de representantes de diversas entidades ligadas à Engenharia. A Missão definida é a de “Promover a Engenharia e integrar, capacitar e valorizar os profissionais”. Os valores, Ética, Independência, Inovação, Profissionalismo e Sustentabilidade.
O Comitê de Planejamento Estratégico é formado pelos engenheiros Euclésio Manoel Finatti e Luiz Maurício F. M. de Albuquerque e Raul Munhoz Neto, responsáveis pela definição dos Planos de Ação e pelos cinco estágios das Estratégias: Promoção da capacitação técnica; União, no IEP, das entidades do setor; Implementação de novas modalidades de prestação de serviços aos associados; Ampliação diversificada do quadro associativo; e Implementação de política de cobrança de anuidades.
Em 2012, o Engenheiro Mário De Mari foi eleito como Engenheiro do Ano, recebendo o Troféu Paranaense de Engenharia ao lado dos seguintes profissionais destaque: Tecnologia e Inovação, Julio Felix; Estruturas, Shido Ogura; Energia, Lindolfo Zimmer; Ensino, José Marques Filho; Arquitetura, Jaime Lerner; Responsabilidade Social, Rafael Érico Kalluf Pussoli; Agronomia, Anibal de Moraes; Meio Ambiente, Eduardo Felga Gobbi; Recursos Hídricos, Marta Regina von Borstel Sugai; Transportes, Paulinho Dalmaz; In Memorian, Pedro Viriato Parigot de Souza. A entrega da homenagem foi durante o encerramento da Semana da Engenharia, no Círculo Militar do Paraná.
“A principal razão do sucesso da gestão – enfatiza Sunye – foi a colaboração da diretoria, uma das mais participativas e ativas da história do IEP, e do trabalho conjunto com os Conselhos. Na segunda posse, agradeci e enfatizei a importância do engenheiro Nivaldo Almeida que, mais do que um vice, foi um copresidente e poderia dizer o mesmo dos engenheiros Raul Ozório de
Almeida e Raul Munhoz Neto, que lideraram nossa recuperação na área técnica, uma prioridade absoluta em nossa gestão. Também fiz um agradecimento similar ao Nelson Luiz Gomez. Tudo foi possível, também, pelo trabalho incansável e transparente do Alexandre Mattar e do Celso Melo, que criaram uma estrutura financeira que garantiu o financiamento necessário e permitiu que o IEP mantivesse superávit nas gestões seguintes”. E arremata: “Mantivemos o boletim informativo (Jornal do IEP), integramos os bancos de dados, melhoramos a comunicação pela internet, fundamental na estratégia de facilitar a participação dos associados. Seguimos o processo de profissionalização dos colaboradores iniciado pelo Luiz Cláudio Mehl, com seleção feita por empresa externa, melhorias nas condições de trabalho, especialmente oferecendo a Unimed para todos os funcionários”.
Jaime Sunye Neto, paranaense de Curitiba, onde nasceu em 2 de maio de 1957, é engenheiro civil pela UFPR, turma de 1979. Foi professor da Universidade do Contestado, é vice-presidente da Associação Comercial do Paraná e foi superintendente da Sude (Superintendência de Desenvolvimento Educacional do Paraná), antiga Fundepar.
Como enxadrista, foi medalha de ouro na Olimpíada de Xadrez em Manila 92 (única medalha conseguida pelo Brasil em uma Olimpíada de Xadrez); obteve o título de Grande Mestre Internacional em 1986 e previamente o de Mestre Internacional em 1979. É o enxadrista, juntamente com o Grande Mestre Giovanni Portilho Vescovi, que mais vezes foi campeão brasileiro, conquistando sete vezes o título; venceu mais de 30 torneios internacionais.
Como dirigente, foi presidente da Confederação Brasileira de Xadrez (1988 a 1992), presidente do Conselho de Jogadores da Federação Internacional de Xadrez/Fide (1988 a 1994), presidente continental para as Américas e vice-presidente da Fide (1994 a 1998), presidente da Comissão de Desenvolvimento da Fide, no mesmo período, e superintendente do Centro de Excelência de Xadrez.
Sunye é o maior incentivador brasileiro do xadrez escolar, tendo organizado o primeiro Seminário Internacional de Xadrez nas Escolas em Curitiba, em 1993. Organizou, ainda, 14 campeonatos mundiais de xadrez, um congresso da Fide (Curitiba, 1993) e mais de uma centena de torneios Pan Americanos, Latino Americanos e Sul Americanos.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.
Assista ao depoimento do Eng. Jaime Sunye Neto no vídeo comemorativo aos 85 anos do IEP:
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