Presidente das Gestões de 2005 a 2009
CENTRO DE EVENTOS E CENÁRIO BRASIL
A empreitada de agregar um centro de eventos ao corpo do edifício-sede do IEP parecia fazer reviver aqueles tempos difíceis dos meados do século 20, quando um grupo de ousados pioneiros liderados pelo presidente Carlos Luís Lück cravou as primeiras estacas e começou a erguer o que é hoje o edifício Plínio Alves Monteiro Tourinho, com seus 16 pavimentos, no centro de Curitiba. Da mesma forma, a exemplo dos bônus e ações de então, na noite dos 80 anos do Instituto e de 30 da inauguração de sua sede, em 6 de fevereiro de 2006, foi lançado um plano de subscrição de cotas, no valor de R$ 500 cada uma, destinadas a bancar parte da obra. O presidente Luiz Cláudio Mehl abriu a lista de participação.
Mehl havia assumido a presidência exatamente um ano antes, ao lado de José Alfredo Brenner, 1º vice-presidente; Roberto Gregório da Silva Junior, 2º vice; Cleber Humphreys, 1º secretário; Isis Ribas Busse, 2º secretário; Nelson Luiz Gomez, 1º tesoureiro; e Jaime Sunye Neto, 2º tesoureiro. O grupo formou na chapa “Independente”, cujo candidato à presidência foi escolhido após um processo de prévias, que incluiu outros postulantes, para enfrentar a chapa “IEP 80 Anos”, liderada por Carlos Roberto Fabro, 1º vice da gestão Piva, mas não considerada como da situação em razão de algumas divergências internas.
A posse, dia 21 de fevereiro, foi talvez a mais concorrida na história do IEP, com mais de 600 convidados lotando um dos auditórios e o átrio do Cietep (Centro Integrado de Empresários e Trabalhadores das Indústrias do Estado do Paraná, do Sistema Fiep), no bairro Jardim Botânico. Entre os presentes, o vice-governador e secretário da Agricultura Orlando Pessutti e o prefeito Beto Richa. Um dos pontos de trabalho da nova gestão seria preparar, em grande estilo, a festa dos 80 anos, com uma série de realizações. Uma delas foi o Centro de Eventos, chamado Espaço da Tecnologia.
O projeto do Centro de Eventos, de autoria do arquiteto Paulo Ritter de Oliveira, devidamente abençoado pelo autor do projeto original do edifício-sede, Rubens Meister, foi apresentado na noite do 80º aniversário do Instituto. Previa o prolongamento do primeiro pavimento até os fundos do terreno, sobre o estacionamento, área que, em tempos idos, locado pelo IEP, havia abrigado uma empresa agro-industrial. Seria um espaço multiuso de 720m², que se somariam aos 300 m² do salão nobre já existente, construção em lajes pré-moldadas e estrutura metálica. Em maio de 2006, o secretário municipal de Urbanismo de Curitiba, Luiz Fernando Jamur, fez a entrega à diretoria do alvará de licença da obra, que foi iniciada dia 1º de novembro.
A festa da cumeeira – geralmente realizada quando a estrutura para a cobertura é concluída e, segundo a crença, tem o dom de proporcionar boa sorte para o futuro – foi dia 13 de setembro de 2008, com homenagem aos trabalhadores. A inauguração aconteceu ao final da segunda gestão de Mehl, dia 5 de março, com entrega de diplomas a todos os profissionais e empresas que colaboraram ao longo da obra (a relação está no anexo deste livro) e a surpresa ficou por conta de uma apresentação de grupo de teatro de sombras, simulando operários na construção, e do descerramento de um painel retratando, na forma de recortes de imagens em metal, a evolução da engenharia paranaense e as oito décadas do IEP, de autoria da artista plástica Maria Luiza Almeida Scheleder. Na fachada do prédio, um painel em granito, projeto do arquiteto Manoel Coelho, com a marca-símbolo do IEP. O antigo salão nobre, revitalizado e agregado ao Centro de Eventos, passou a abrigar o Museu da Engenharia e a galeria de ex-presidentes.
“O Espaço da Tecnologia é uma realização de todos nós”, resumiu, na solenidade, Luiz Cláudio Mehl. “Ponto de encontro da juventude, do profissional e daqueles da melhor idade. É a morada do conhecimento (…) É também uma fonte de renda adicional para nos garantir independência financeira”.
No início da primeira gestão (2005-2007), foram criados sete núcleos concentradores de atividades e projetos, em substituição às diretorias de apoio – Político-Estratégico, Relações Institucionais, Técnico, Patrimônio e Eventos, Comunicação, Secretaria e Financeiro -, coordenados pelos membros da diretoria. No organograma de cada núcleo, uma série de comitês. Ao mesmo tempo, foi criado um grupo de assessoramento superior, formado pelo ex-governador Emílio Hoffmann Gomes, o ex-ministro Francisco Luiz Sibut Gomide, o ex-vice-governador Ary Veloso Queiroz, o ex-secretário estadual da Previdência Renato Follador Junior e o empresário José Alberto Pereira Ribeiro, presidente da Aneor (Associação Nacional de Empresas de Obras Rodoviárias).
A queda de uma ponte sobre a represa Capivari-Cachoeira, na BR-116, a 70 quilômetros de Curitiba, na noite de 25 de janeiro de 2005, mobilizou os diversos segmentos da sociedade organizada paranaense, tendo o IEP promovido, logo depois, um debate público sobre o sistema rodoviário brasileiro, junto com o Crea-PR, Sindicato de Engenheiros, Setor de Tecnologia da UFPR e Ministério dos Transportes. “A Engenharia não pode se omitir diante dos graves problemas do setor de infraestrutura e é a Engenharia que está mais habilitada a dar uma resposta”, disse Luiz Cláudio Mehl no evento, que seria o primeiro de uma longa série, que culminaria com uma ampla abordagem sob a marca de Cenário Brasil.
Várias parcerias foram logo implantadas: com a Universidade Tuiuti do Paraná e o Instituto Tuiuti de Desenvolvimento, com apoio da Abenc-PR, para a criação do Fórum Permanente Multidisciplinar das Cidades, que levou o debate sobre Plano Diretor e Gestão Municipal a vários municípios, começando por Ponta Grossa. Com a PUCPR e a FAE Business School, para capacitação de profissionais; com o Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), beneficiando associados interessados em maiores conhecimentos em gestão; com o Isae/FGV foi iniciado um programa nas áreas de pesquisa, consultoria e ensino.
Mehl lançou também o programa IEP Internacional, abrindo a possibilidade de cursos e viagens técnicas de associados ao exterior, através de convênio com empresa especializada; firmou termo de cooperação com o Instituto de Engenheiros Civis da Inglaterra (foi recebido em Londres pelo diretor geral, Tom Foulks), que conferia acesso aos associados a todas atividades da entidade britânica, inclusive à ampla e histórica biblioteca; e com a Ordem dos Engenheiros de Portugal, cujo presidente, Fernando Ferreira Santo, veio a Curitiba. Outra conquista foi a de que os sócios do IEP poderiam usufruir os serviços da Mútua/Caixa de Assistência aos Profissionais do Sistema Confea-Creas na qualidade de sócios institucionais.
Ainda no âmbito interno, firmou convênio com a Ecco-Salva, de emergências médicas, com a Uniodonto, para assistência odontológica, e com um cartão de descontos em hotéis, restaurantes, cursos e vários outros segmentos. O Mensageiro do IEP, a partir do nº 610, de janeiro de 2006, foi transformado em Jornal do IEP. Nos editoriais, sempre a preocupação com a valorização do engenheiro e da Engenharia brasileira.
Um dos eventos dessa gestão foi o I Seminário Nacional de Engenharia de Cemitérios, focado na questão ambiental, com 16 palestras e mesas de debates, no câmpus do Jardim Botânico da UFPR.
80 anos do IEP começaram a ser comemorados na noite do aniversário – 6 de fevereiro de 2006 – e prosseguiram pelos meses seguintes. Naquela solenidade, o presidente Luiz Cláudio Mehl, trigésimo engenheiro a ocupar o cargo nas oito décadas, seus pares de diretoria e conselheiros prestaram homenagem aos ex-presidentes, entregando-lhes medalha comemorativa. Sete deles estiveram presentes: Venevérito da Cunha, Eliasib Gonçalves Ennes, Mário De Mari, Cássio Bittencourt Macedo, Ney Fernando Perracini de Azevedo, Ivo Mendes Lima e Volmir Selig; quatro não puderam comparecer por motivos diversos, que justificaram: Ivo Arzua Pereira, Rubens Meister, Véspero Mendes e Gilberto Piva. Dezoito já falecidos foram representados por familiares.
Em junho, por proposição do deputado estadual Rafael Valdomiro Greca de Macedo, a Assembleia Legislativa realizou sessão especial para reverenciar a vitoriosa trajetória do IEP. O presidente da Casa, deputado Hermas Brandão, entregou a Mehl uma placa alusiva à data. Greca lembrou a história paralela entre a Universidade do Paraná e o IEP, falou dos tempos pioneiros, das grandes obras de engenharia realizadas por paranaenses e fez uma projeção do futuro: “O Brasil da terra extensa, do sol intenso, do povo trabalhador, pode se tornar a mais escolhida das nações da terra, gerando prosperidade, se compreender que as bioenergias, o biodiesel, o bicarbonato verde, o etanol verde, o biogás são o caminho do futuro. Precisamos de bioengenheiros. Que busquem a nova engenharia, da cogeração de energia renovável, a engenharia do desenvolvimento sustentável, capaz de evitar o aquecimento global, e até a destruição da vida na Terra”.
Já o presidente Luiz Cláudio Mehl, depois de abordar os cenários históricos das oito décadas, disse que “a Engenharia e a Arquitetura serão elementos para promover paz, justiça social, harmonizar soluções tecnológicas com preservação ambiental para produzir desenvolvimento econômico. E o IEP será o instrumento, porque sobreviveu a esses tempos. Nós fizemos parte da história”. E teceu críticas ao excesso de diagnósticos e pouca ação prática por parte dos governos. “Temos exercitado a política da emergência. Não há a prática da Engenharia pelos nossos administradores. A grande maioria deles é despreparada, foram recrutados por interesses político-partidários e o aprendizado demora e custa muito. Há lentidão no processo e concentração de atividades nos períodos eleitorais, o que eleva os custos e preços dos serviços”.
A Câmara Municipal de Curitiba também outorgou diploma de louvor pelos 80 anos do IEP, proposição do vereador Luiz Felipe Braga Côrtes, e o Setor de Tecnologia da UFPR realizou, no final do ano, sessão especial comemorativa, na qual o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior entregou ao presidente Luiz Cláudio Mehl o Prêmio Plínio Alves Monteiro Tourinho, a mais alta comenda conferida por aquele Setor da Universidade, na época dirigido pelo professor Mauro Lacerda Santos Filho.
Outra grande marca da passagem dos 80 anos foi a elaboração pelo IEP do documento “Cenários Paraná – Brasil”, fruto do trabalho de vários meses de uma equipe de destacados associados coordenada pelo engenheiro e 1º tesoureiro Nelson Luiz Gomez. Entregue a autoridades, parlamentares e aos candidatos às eleições de governador em 2006 – Osmar Dias, Rubens Bueno, Flávio Arns e Roberto Requião – e também ao prefeito Beto Richa, “Cenários” foi definido pelo presidente Mehl não como um plano de governo, “mas um conjunto de sugestões e diretrizes como contribuição da Engenharia paranaense ao desenvolvimento de um programa de trabalho para o Paraná dos próximos anos”. “Cenários” abordou 14 áreas: Educação, Geopolítica, Indústria, Informática, informação e conhecimento, Meio Ambiente, Mobilização Social, Saúde, Telecomunicações, Transportes, Turismo, lazer, cultura e esporte, Agronegócio, Energia, Administração Pública e Habitação.
O bom ano de comemorações chegaria ao final com dois grandes fatos: a apresentação, pelo Banco de Ideias do IEP do estudo para a implantação de um trem de alta velocidade entre Curitiba e São Paulo. O Banco de Ideias, instituído na gestão Piva, é formado por um grupo de veteranos engenheiros associados do IEP, que se reúnem todas as quartas-feiras e trabalham de forma voluntária. O estudo do trem, que prevê uma linha dupla de 360 quilômetros – 120 no Paraná e 240 em São Paulo -, que seriam cumpridos em cerca de duas horas de viagem, foi coordenado pelo engenheiro Jurimar Cavichiolo. Mais tarde, o assunto foi levado ao Instituto de Engenharia, de São Paulo, para debates, e apresentado ao secretário executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos, que pouco mais de três anos depois assumiria como ministro, com boa receptividade.
O segundo, foi a criação, no aniversário do IEP, 6 de fevereiro de 2007, da Engenova (Agência de Inovação e Engenharia do Paraná), com o objetivo principal de promover o desenvolvimento econômico e tecnológico no âmbito da Engenharia, mediante uma agenda de cursos, seminários, estudos, pesquisas, serviços científicos e tecnológicos. “A Engenova potencializará e dará maior sinergia estratégica às operações institucionais do IEP e de outras entidades da Engenharia nas áreas de educação continuada, incubadora de empreendimentos, promoção da inovação e de negócios tecnológicos”, destacou, na ocasião, o 2º vice-presidente do Instituto e coordenador do Núcleo de Programas, Roberto Gregório da Silva Junior.
Ao final do primeiro ano da primeira gestão de Luiz Cláudio Mehl, o Troféu Paraná de Engenharia foi destinado ao engenheiro civil Nelson Luiz de Sousa Pinto e os Destaques foram: o arquiteto Paulo Ritter de Oliveira, em Projeto, e os engenheiros José Alberto Pereira Ribeiro, em Construção; Paulo Roberto Chamecki, em Ensino; Marcelo Almeida, em Política; o Destaque Acadêmico foi para Flávio de Andrade Neto. A festa de encerramento da Semana de Engenharia foi no Capri Eventos.
Já no encerramento de 2006, o ex-presidente Gilberto Piva foi eleito Engenheiro do Ano e os Destaques foram Jeferson Luiz Andrade, Projeto; Ludzer Auke van der Meer, Construção; Marcos José Tozzi, Ensino; Jefferson Roberto Gomes, Inovação Tecnológica, que substituiu o de Política; e Ticiano Augusto Callai Bragatto, Acadêmico. O cenário dessa noite festiva foi o Estação Convention Center.
NOVO ESTATUTO E GRANDES TEMAS EM DEBATE
A segunda gestão Mehl começou sob a égide do novo Estatuto, aprovado em setembro de 2006, que substituiu o que vigorava desde 31 de julho de 1962, aprovado no decorrer da presidência de Ivo Arzua Pereira. O primeiro Estatuto do IEP foi concebido oito meses e meio depois da fundação, entrando em funcionamento em 20 de outubro de 1926. Em 1934, sofreu a primeira grande modificação, foi substancialmente atualizado em 1962 e recebeu, anos mais tarde, alguns ajustes em artigos isolados.
Quando a gestão Piva decidiu modernizá-los em função dos novos tempos e também em obediência ao novo Código Civil, enfrentou obstáculos na questão de quórum (o exigido era metade mais um dos associados) e o assunto foi postergado. Em fevereiro de 2005, já sob nova direção, o IEP retomou os trabalhos, agora sob a coordenação do engenheiro Lindolfo Zimmer, que propôs alguns ajustes na proposição. A solução encontrada para contornar a questão do quórum foi convocar, em janeiro de 2006, uma Assembleia Geral Extraordinária com quatro convocações: a primeira, dia 27, com quórum mínimo de metade mais um dos associados; a segunda, dia 6 de fevereiro, com um terço de presenças; a terceira, dia 14 de fevereiro, com um quarto; e a quarta, em 22 de fevereiro, com um décimo dos associados, etapa que ficou aberta até 28 de março. Nessa data, uma Nota Extraordinária da Presidência do IEP estendeu o prazo da quarta convocação “pelo período necessário para que se obtenha o quórum mínimo previsto no atual Estatuto”.
Enquanto coletavam-se novas assinaturas, o Conselho Consultivo do IEP, formado pelos ex-presidentes, aprovou, excepcionalmente, a antecipação das eleições e a posse da nova diretoria de acordo com os preceitos estabelecidos no documento em votação. Ao se atingir o quórum mínimo, a assembleia foi encerrada.
Entre as novidades do novo Estatuto está a criação do Conselho Fiscal (na verdade uma re- criação, pois, durante 12 anos, entre 1951 e 1963, existiu um Conselho Fiscal, fruto de uma adaptação estatutária na gestão Carlos Luiz Lück), composto de três membros titulares e três suplentes, com mandato de três anos, e a transformação da Diretoria em Conselho Diretor, com oito membros: presidente, vice-presidente, vice-presidentes administrativo, financeiro, técnico e seus respectivos adjuntos. Ao contrário do anterior, quando não havia limite de mandatos, o presidente só poderia, a partir de então, concorrer a apenas uma reeleição. Assim, quatro conselhos compõem a administração do IEP: Consultivo, Deliberativo, Fiscal e Diretor; nenhum dos membros é remunerado.
Dentro das novas regras, no dia 6 de fevereiro de 2007 foram empossados os membros do novo Conselho Diretor, do recém-criado Conselho Fiscal e do novo terço do Deliberativo. No Conselho Diretor 2007-2009, com a nova nomenclatura: Luiz Cláudio Mehl, presidente; Jaime Sunye Neto, vice-presidente; Isis Ribas Busse, vice-presidente administrativo; Cássio José Ribas de Macedo, vice-presidente administrativo adjunto; Cândido Raimundo Mendes Pinto, vice-presidente financeiro; José Carlos Wescher, vice-presidente financeiro adjunto; Marcelo Araújo Brandão, vice-presidente técnico; Elenice Camargo Roginski Mendes Santos, vice-presidente técnico-adjunto.
No Conselho Fiscal, Cleber Humphreys, Elma Nery de Lima Romanó e Walfrido Victorino Ávila (titulares), Miguel Augusto Queiroz Schunemann, Antonio Raul Macedo Loyola e José Rodolfo de Lacerda (suplentes).
Na mesma cerimônia, foi também empossado o Conselho Diretor da Engenova: Roberto Gregório da Silva Junior, presidente, José Alfredo Brenner e Ney Fernando Perracini de Azevedo, vice-presidentes.
Mehl anunciou, no discurso de posse, a promoção de parcerias com o poder público e a iniciativa privada para dar suporte ao trabalho da Engenova, a conclusão do Centro de Eventos, um programa de responsabilidade social e um amplo painel de debates sobre a infraestrutura necessária ao Brasil. O primeiro passo foi dado logo a seguir: um protocolo de cooperação institucional com a Academia Nacional de Engenharia (ANE), que inclui ação conjunta em visitas técnicas, pesquisas e estudos, participação em eventos, troca de informações e conhecimentos por meio digital, capacitação em recursos humanos, entre outros.
Em abril, o IEP deu a largada ao seu anunciado painel de debates, que recebeu o nome de “Cem pioneiro a caminho do centenário Brasil”, que contou com a parceria do Crea-PR, UFPR, da Universidade Positivo e do jornal Gazeta do Povo. A comissão organizadora foi formada por Jaime Sunye Neto, Marcelo Araujo Brandão, Cássio José Ribas Macedo e a gerente de operações Valdirene Plantes Maoski. Começou com o tema Brasil, o Peso dos Transportes – Um debate sobre as rodovias brasileiras; seguiu com Portos e Hidrovias, em maio; Aeroportos e Ferrovias, em junho; Energia, em agosto; Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, também em agosto; e Educação, Ciência e Tecnologia, em setembro. Ao todo, 42 palestras, cujos pontos principais foram consolidados no livro “Cenário Brasil – Considerações e recomendações sobre temas estratégicos da realidade brasileira”, lançado na Semana da Engenharia, em dezembro, e encaminhado a lideranças políticas e empresariais paranaenses.
Em setembro, último mês dos debates, Curitiba transformou-se numa espécie de capital mundial da Engenharia, ao receber dirigentes e representantes das mais importantes entidades globais do segmento em torno do seminário sobre “Tendências Mundiais da Engenharia”, promovido pela Abenc (Associação Brasileira de Engenheiros Civis) e o IEP.
Em maio de 2008, o IEP decidiu realizar, em Foz do Iguaçu, um evento paralelo ao Fórum Global de Energias Renováveis (Gref 2008), uma promoção da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), com organização da Eletrobrás e da Itaipu Binacional. Chamou-o de “Renergia – da Terra, do Ar, do Sol e da Água”, com um temário que incluiu etanol, biocombustíveis, energia solar, energia eólica, estoques de biomassa de florestas naturais, comercialização de energia, carro elétrico, hidrogênio como combustível, edifícios sustentáveis, crédito de carbono, Pequenas Centrais Hidrelétricas, entre vários outros.
Para o evento, foram parceiros do IEP a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), local das atividades, Sistema Confea-Creas, Sistema Fiep, Itaipu e Unioeste. Ao final, IEP e FPTI firmaram convênio de cooperação mútua e o IEP e a ANE lançaram a “Conclamação de Itaipu”, externando a preocupação com a dimensão do problema da fome e da miséria em determinadas regiões do planeta. “Renergia” transformou-se em novo capítulo do livro “Cenário Brasil”, que ganhou reedição em português e em inglês.
Trens de alta velocidade, metrôs e PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) foram temas de um novo seminário do IEP, “Trilhas do Futuro”, em agosto, com a participação do secretário nacional de Políticas de Transporte do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato; dos presidentes da ANE, Paulo Boncovski; da Aneor, José Alberto Pereira Ribeiro; do Ippuc, Clever Almeida; de dirigentes de Câmaras de Comércio, empresários chineses e cônsules.
Em setembro, foi a vez do seminário “Edificar com Atitudes Sustentáveis”, em parceria com a Ubifrance (Agência Francesa para o Desenvolvimento Internacional de Empresas), Embaixada da França, Câmara de Comércio Brasil-França, UFPR, PUCPR, Sinduscon e Sistema Confea-Creas.
E o programa da administração foi sendo concretizado: a Incubadora, que criou a figura da empresa associada, aquela que mesmo não atuando fisicamente no espaço da IE²P poderia usufruir de todos os serviços administrativos e do apoio tecnológico, ampliou o número de empresas e participou de projetos inovadores; o Mestrado IEP-Lactec recebeu conceito 4 (o maior é 5) da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), do Ministério da Educação. O Banco de Ideias ofereceu projeto para a construção do porto Atlântico Sul no Paraná e o IEP também participou do Comitê Cidadania e Voto Consciente, criado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), assim como firmou com o Sistema Fiep parceria para estimular a política ética.
No âmbito esportivo, o xadrez mereceu amplo destaque, inclusive com a realização do Campeonato Mundial de Xadrez da Engenharia, em Curitiba, aproveitando a presença, no país, de engenheiros enxadristas participantes do Congresso Mundial de Engenheiros, em Brasília. Foi promovido, também, um Festival de Xadrez, com uma série de desdobramentos. No social, foi criado o Movimento IEP Mulher, com atividades de lazer e de valorização das associadas e de esposas de associados, e instituída a IEP Hour, um encontro descontraído, com boa música ao vivo, todas às quartas-feiras, a partir das 19h no espaço renovado do 13º andar.
As duas versões do Troféu Paraná de Engenharia desta gestão, nas semanas de Engenharia de 2007 e 2008, sofreram algumas modificações. Em 2007, o Engenheiro do Ano foi Álvaro José Cabrini Junior, presidente do Crea-PR; pela primeira vez, os Destaques, com novas premiações, não foram exclusivos de profissionais; o de Projetos ficou com o Expo Unimed Curitiba, da Universidade Positivo, recebido pelo diretor comercial do empreendimento, Leonardo Vieri; de Transportes, com o Estudo do trem de alta velocidade Curitiba – São Paulo, entregue ao coordenador Jurimar Cavichiolo; de Comunicação, à Gazeta do Povo/RPC – Rede Paranaense de Comunicação, representado pelo chefe de redação Oscar Rocker Neto; de Urbanismo, à Linha Verde, entregue ao presidente do Ippuc, Augusto Canto Neto; de Energia, Borys Wictor Dagostim Horbatiuk; Tecnologia e Inovação, Bernardo Gayas; Responsabilidade Social, Mário De Mari; Responsabilidade Ambiental, Cícero Bley Junior; Acadêmico, Alan Belleti. O evento teve lugar no Clube Concórdia.
Em 2008, com a solenidade de premiação no Estação Convention Center, o Engenheiro do Ano foi o ex-governador Emílio Hoffmann Gomes e os Destaques: Energia, Raul Munhoz Neto; Tecnologia, Mauro Lacerda Santos Filho; Meio Ambiente, Carlos Vellozo Roderjan; Transportes, David José de Castro Gouvêa; Sustentabilidade, Domingos Bongestabs; e Acadêmico, Habib Georges Jarrouge Neto.
Luiz Cláudio Mehl é engenheiro civil e pós-graduado em Gestão e Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná. Empresário da construção civil e presidente da Filhos de Henrique Mehl S/A Indústria e Comércio, empresa com presença no Estado do Paraná há mais de 100 anos. Exerceu cargos na área de Urbanismo da Prefeitura de Curitiba (como o de diretor geral, hoje equivalente a secretário municipal) e aperfeiçoou seus conhecimentos de Administração Pública nas prefeituras de Nova Iorque, São Francisco, Los Angeles e Charlotte (Carolina do Norte), nos Estados Unidos. Foi diretor de diversas associações representativas de classe, como Ademi-PR, Sinduscon-PR, fundador da Apeop-PR, Universidade Livre da Construção e CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). É associado do IEP desde 1971.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.
Assista ao depoimento do Eng. Luiz Cláudio Mehl no vídeo comemorativo aos 85 anos do IEP.
.