Presidente IEP na Gestão 1959 a 1961
A OCUPAÇÃO DAS PRIMEIRAS SALAS
Um dos maiores homens públicos que o Paraná já teve. Na opinião, praticamente unânime, de seus contemporâneos, assim foi o engenheiro e professor Pedro Viriato Parigot de Souza, que presidiu o IEP no biênio 1959-1961 e foi governador do Paraná entre novembro de 1971 e julho de 1973.
A gestão de Parigot de Souza no IEP representou um avanço na construção da sede. Para obter recursos, realizou entre os sócios uma campanha de antecipação de anuidades visando à remissão e concretizou o arrendamento da parte dos fundos do terreno (uma faixa de 17×30 metros) à Cia Hoepner Agrícola e Comercial. Com isso, pode reorganizar os serviços de mão de obra, que haviam sido parcialmente paralisados, e implantar uma série de acabamentos, inclusive com colocação de vidros e divisórias.
Algumas salas foram preparadas para abrigar as atividades do Instituto, enquanto o barracão que servia como sede provisória foi colocado abaixo. A mudança foi concretizada em 27 de outubro de 1960, com festa de confraternização no terceiro andar. Foi iniciada a pavimentação da entrada de veículos. O ex-presidente Eliasib Gonçalves Ennes era o diretor responsável pelas obras e, em seu relatório, Parigot destaca a colaboração ativa de engenheiros como Nelson Logullo, Hugo Peretti, Rubens Meister, Venevérito da Cunha e Herbert Wiegand Leyser.
Seus pares de diretoria foram Frederico Brambilla, vice-presidente; Ivo Arzua Pereira, 1º secretário; Luiz Armando Garcez, 2º secretário; Ernesto Sperandio, tesoureiro; Durval Eduardo Pacheco de Carvalho, orador; e Omar Sabbag, redator. Sabbag foi prefeito de Curitiba de 1967 a 1971.
Ao longo de seu mandato, o professor Parigot defendeu a regulamentação da profissão de arquiteto, promoveu uma viagem técnica de 30 engenheiros à Bolívia, grupo liderado por Mário De Mari, e reivindicou que os vencimentos dos engenheiros funcionários públicos estaduais fossem equiparados aos promotores. Projeto de lei nesse sentido foi apresentado em 1959 na Assembleia Legislativa pelo deputado Eurico Batista Rosas, associado do IEP. Aprovado, foi vetado pelo governador, baseado em parecer de sua assessoria que o considerou inconstitucional, pois a medida só poderia ser de iniciativa do Executivo.
Parigot de Souza nasceu em Curitiba em 26 de fevereiro de 1916 e se diplomou pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná, em 1937. Fez curso de especialização em Hidráulica e Hidrologia na França e estágios em vários países da Europa, Estados Unidos e Japão. Professor em sua especialidade na UFPR, lecionou até ser indicado vice-governador, em 1970, na chapa de Haroldo Leon Peres, no governo do presidente Emílio Garrastazu Médici.
Exerceu cargos públicos desde 1940, quando, por concurso, ingressou na Secretaria de Viação e Obras Públicas e no Departamento Nacional de Portos, Rios e Canais, onde acompanhou obras importantes, como o cais de atracação do Porto de Paranaguá e a regularização do rio Iguaçu. Foi autor de muitos projetos nessa área. Dedicou-se, a seguir, ao campo da energia elétrica. Presidiu a Copel de 1961 a 1970, construindo grandes usinas, como Salto Osório, Foz do Chopim, Salto Grande do Iguaçu e Capivari-Cachoeira, que hoje leva seu nome. Criou na UFPR o Centro de Pesquisas Hidráulicas, que produz, até hoje, modelos reduzidos de usinas e pesquisas na área.
Em novembro de 1971, com a renúncia do governador Leon Perez, acusado de corrupção, Parigot de Souza assumiu o governo do Estado, legando ao Paraná um plano de desenvolvimento e um programa de atração de investimentos. Com câncer, que tratava desde 1969, morreu precocemente aos 57 anos, em 11 de julho de 1973. Poucos meses antes, havia sido eleito “Engenheiro do Ano de 1972” pelo Instituto de Engenharia de São Paulo.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.