Presidente IEP da Gestão 2013 a 2015
POLÍTICAS PÚBLICAS EM PAUTA
Neto de fundador da entidade e filho de presidente, que também foi destacado líder classista e Secretario de Estado, o engenheiro Cássio José Ribas Macedo, 32º presidente do Instituto de Engenharia, pautou sua gestão por intervenções no edifício-sede Plínio Alves Monteiro Tourinho: entre elas, a modernização dos dois elevadores que estavam em operação desde a inauguração do prédio, há 40 anos, renovação de ambientes e a conclusão do Espaço de Eventos.
Cássio José Ribas Macedo foi empossado na presidência em 28 de março de 2013, tendo na diretoria os seguintes nomes: Luiz Hélio Friedrich, vice-presidente; Suely Teresinha Vivan Taniguchi, vice-presidente administrativo; Hirotoshi Taminato, vice-presidente administrativo adjunto; Luiz Eduardo Veiga Lopes, vice-presidente financeiro; José Orlando Pereira, vice-presidente financeiro adjunto; Sérgio Luiz Sottomaior Pereira, vice-presidente técnico; Nelson do Canto Oliveira Saks, vice-presidente técnico adjunto.
Em seu discurso de posse, que foi presidida pelo coordenador do Conselho Consultivo, o ex-presidente Gilberto Piva, Cássio discorreu sobre a necessidade de adequar o IEP aos mais modernos padrões de gestão e também estimular a participação dos associados. “Vamos oferecer mais oportunidades de envolvimento, seja sob a motivação técnica e profissional ou pela atração oferecida através dos serviços e eventos de lazer, como o Bar da Amizade, que voltará já no início de abril”. Vice-presidente na gestão de Jaime Sunye Neto, mas tendo se lançado candidato à presidência em chapa independente – a “Sou + IEP, Tradição, Ousadia e Transparência” -, Cássio José venceu as eleições com 317 votos contra 234 dados à adversária, “O IEP ainda melhor”, encabeçada pelo engenheiro eletricista Nelson Luiz Gomez.
Durante a campanha eleitoral e em seu plano de trabalho, Cássio destacou a construção de “uma imagem de respeito e dignidade (do IEP), que merece e deve ser preservada através de esforços contínuos”. Reconhecidas e fortalecidas devem ser as conquistas obtidas até hoje pelo IEP, que se mostram de grande aceitação pelo associado, como, por exemplo, o plano de saúde, consórcio e todas as demais, uma vez que é bem sabido que a realização profissional só é amplamente atingida quando as necessidades básicas do profissional estão solidamente asseguradas”.
“Por outro lado – ressaltou -, a situação atual exige uma presença mais efetiva de nossa entidade junto à sociedade, especialmente na formulação de políticas públicas e sua condução. Além disso, os profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia têm sistematicamente perdido espaço político e profissional. Empresas tradicionais desapareceram, muitos profissionais são mal remunerados ou desviados de suas funções. Tanto a formação profissional e as entidades de classe estão cada vez mais fragmentadas, enfraquecendo de forma vil este segmento”.
“Este contexto demanda que o IEP esteja mais orientado para as expectativas dos sócios e para os desafios contemporâneos através de inovação contínua, especialmente as de cunho social, econômico e ambiental. Cássio propunha uma atuação mais presente, mais efetiva, e principalmente mais integradora e transparente, propiciando um quadro associativo ainda maior, mais jovem e mais representativo, capaz de influenciar de forma indelével e positiva os destinos de nosso querido Estado do Paraná. Por isso, o nosso IEP, com esmero ético, deve fortalecer sua representação associativa, modernizar sua gestão, contribuir com a valorização profissional, propiciar oportunidades de networking e marcar presença nas grandes questões de interesse da sociedade”.
Um dos primeiros passos da nova gestão foi materializar a meta de participar ativamente da formulação das políticas públicas, mediante a realização de encontro para discutir a infraestrutura e a logística do Paraná. O IEP colocou na ocasião sua preocupação com a falta de propostas para melhorias no porto de Paranaguá, bem como dos acessos para escoamento das safras de grãos. O principal objetivo do encontro foi identificar prioridades e estabelecer um plano de trabalho para que o Instituto, em conjunto com outras entidades, desenvolvesse ações em parceria com os Poderes Públicos para alcançar bons resultados. Sem os investimentos necessários, na opinião do IEP, e sem a execução de obras em tempo hábil e de forma técnica e responsável, o desenvolvimento do Paraná poderá ser seriamente prejudicado.
Na sequência, outro grande tema em debate: o metrô de Curitiba, em junho de 2013, com a presença de representantes da Prefeitura. O encontro serviu para coletar subsídios para que o Instituto pudesse acompanhar as discussões técnicas sobre o assunto. Os prós e contras de cada método construtivo e o modelo de Parceria Público Privada foram alguns dos pontos que mais geraram debates. O metrô teria novas discussões, em parceria com o Crea-PR e o Sindicato de Engenheiros, e voltaria à pauta já em janeiro de 2014, para debate sobre a minuta do edital de licitação da obra. Cássio destacou na ocasião que “não é mais o momento de sugerir alterações no projeto, mas de cuidar para que a obra seja conduzida da melhor forma possível para a cidade.
Outro tema de alto interesse – os contratos de concessões públicas – também motivou as atenções do IEP, que em agosto de 2013 promoveu palestra em parceria com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar). O foco do evento foram os aspectos econômicos e jurídicos dos contratos de concessão para subsidiar a formação de um grupo de estudos sobre o assunto.
Em outubro, o IEP reuniu especialistas em seminário para discutir perspectivas técnicas e soluções para melhorar a acessibilidade, inclusão e autonomia de pessoas com necessidades especiais. O encontro também avaliou a situação nacional de Pesquisa e Desenvolvimento no setor bem como a produção e a comercialização de soluções em Tecnologia da Automação. Os resultados do evento foram levados ao prefeito Gustavo Fruet e ao Ippuc. Na ocasião, Cássio José reivindicou da Prefeitura maior atenção com relação às calçadas de Curitiba, “que constituem verdadeiros obstáculos para a mobilidade de pessoas com necessidades especiais, limitando seu direito de livre acesso e comprometendo a segurança”.
Na mesma linha, em 2013, agosto, o IEP realizou, em parceria com a ABRAPCH, o 1º Encontro Nacional sobre o Futuro das PCHs, com palestras de especialistas e a presença de mais de 200 profissionais. Cássio destacou que “o incentivo à produção de energia limpa e sustentável é de extrema importância para o futuro do país”; o presidente da ABRAPCH, a associação brasileira do segmento, Ivo Pugnaloni, falou sobre o enorme potencial das Pequenas Centrais Hidrelétricas, “que não pode ser deixado para trás”. Cursos sobre Barragens de Concreto e sobre Mecânica das Rochas, ambos em parceria com o Comitê Brasileiro de Barragens, palestra sobre o método construtivo Hi-Tech, tecnologia que usa placas de isopor para preenchimento de paredes, pisos e lajes, garantindo conforto térmico e acústico, deram sequência aos eventos técnicos, que teriam novo realce durante a 19a Semana de Engenharia, em dezembro, com mesa redonda sobre os limites do mar territorial paranaense, tema que ganhou corpo após a descoberta do pré-sal. Na ocasião, foram apresentados os resultados dos estudos que indicam a definição dos limites através de paralelos e meridianos como a mais adequada, com base em critérios internacionais. Hoje, a lei estabelece que a divisão, no mar, “corresponde a linhas imaginárias que partem da costa, em ângulo reto, até o fim do mar brasileiro. Um desenho que prejudica o Paraná e o Piauí. Nesses estados as linhas imaginárias se fecham a uma distância bem próxima da costa e, nos demais estados, elas se expandem, aumentando seu potencial para exploração de recursos naturais”.
Entre outros itens técnicos da pauta, a Semana contou também com a realização do 19º Congresso Brasileiro de Engenheiros Civis, com palestras de alta relevância para os profissionais.
Em 2013, o IEP deu nova modelagem às homenagens da Semana, outorgando apenas três troféus: o Troféu Paraná de Engenharia ao engenheiro Adelino Alves da Silva, quase centenário, pelo conjunto de sua obra profissional; o de Engenheiro Destaque, a Hélio Rotemberg, presidente do Grupo Positivo; e o In Memorian, conferido ao engenheiro Roberto Saraiva Ozorio, que foi recebido pelo seu filho Raul Ozorio de Almeida.
2014 começou sob a égide da Copa do Mundo da Fifa e o atraso de várias obras, algumas não concretizadas, foi motivo de preocupação do IEP, manifestada ao prefeito da cidade. Representantes do Instituto participaram de visitas de inspeção técnica à Arena da Baixada, que foi palco de quatro partidas. E não faltou torcida pela seleção brasileira nos dias de jogos, quando um telão foi instalado no 1º andar, reunindo muitos associados.
Depois da reunião sobre o metrô, em janeiro, o presidente Cássio José Macedo participou, em fevereiro, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, de uma audiência pública proposta pelo deputado Elton Welter para discutir projeto de lei para proteção de mananciais de abastecimento público de água no Paraná. Entre os presentes, representantes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Emater. Logo a seguir, o IEP promoveu, em parceria com o Instituto IDD, o 1º Seminário Paranaense de Obras Civis, que abordou quatro temas: Gerenciamento, Tecnologia, Estrutura e Infraestrutura. Em março, o Espaço de Eventos foi o cenário da 83a Reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Transporte Urbano e Trânsito, promoção da Associação Brasileira de Transportes Públicos, com apoio do IEP e da Urbs. Ainda com o IDD, foi realizado um workshop internacional de Engenharia Civil.
Na pauta de palestras técnicas: Cabeamento subterrâneo, com Fiep, Copel, Associação Comercial do Paraná e sindicatos do setor produtivo, Novas tecnologias em concreto armado, com o Inbec, Concreto protendido, Construções verdes, Estruturas metálicas, Hidrelétrica de Belo Monte, Turbinas hidráulicas, Construções sustentáveis, Andaimes inteligentes, curso de Excel para engenheiros, mesa redondas sobre a contribuição da engenharia para a redução do custo do seguro de acidentes em obras, seminário sobre como desenvolver parques eólicos, convênio para a oitava turma do mestrado profissional em Desenvolvimento de Tecnologia, convênio com os Institutos Lactec, qualificados com um dos maiores centros de excelência do país. Para Cássio, “aqui, a inovação está presente em cada projeto, em cada serviço que prestamos. Isso é ser inovador”.
As visitas técnicas foram incrementadas ao longo da gestão: Votorantim Cimentos, em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), maior da América Latina e a maior do mundo em número de fornos; PCH Novo Horizonte, pequena central hidrelétrica às margens do rio Capivari, em Campina Grande do Sul (RMC), com barragem de 22 metros de altura e capacidade instalada de 23 MW; Ponte estaiada Anita Garibaldi, de Laguna, Santa Catarina, com quase três quilômetros de extensão, a primeira no gênero em curva no país; Obras de alargamento do viaduto da avenida Marechal Floriano Peixoto sobre a linha férrea, no Boqueirão, em Curitiba, integrante do PAC da Copa; Porto de Paranaguá; ampliação do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais; Centro de controle operacional da Urbs, que administra as câmeras instaladas na cidade; Petrofisa, linha de produção de postes e tubos de fibra de vidro em
Mandirituba, uma das líderes do mercado mundial; Lactec, um dos mais respeitados centros de pesquisas técnicas do país; Viaduto estaiado da avenida Comendador Franco/das Torres, em Curitiba; Hidrelétricas de Salto Caxias e do Baixo Iguaçu, em Capitão Leônidas Marques; Laboratórios da Fugro In Situ Geotecnia, em Pinhais (RMC), empresa de origem holandesa de investigação geotécnica e controle de qualidade de fundações, pavimentos e obras em terra e em águas rasas e profundas.
Com o objetivo de aproximar os associados de autoridades e personalidades da vida paranaense, de maneira informal, e proporcionar um diálogo aberto entre as partes, Cássio criou o “Papo sem pauta”. Os encontros foram realizados preferencialmente aos sábados, no Bar da Amizade, ao longo de vários meses. Um dos convidados foi o engenheiro e deputado federal Eduardo Francisco Sciarra, que discorreu sobre sua atuação parlamentar, principalmente como integrante da Frente Parlamentar em Defesa da Infraestrutura Nacional e da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara Federal. Com Joel Krüger, presidente do Crea-PR, foram abordados temas como infraestrutura, mobilidade urbana, fiscalização e preparativos de Curitiba para a Copa do Mundo. Questões sobre rodovias e portos foram tratadas no “Papo sem pauta” que reuniu o secretário estadual de Infraestrutura e Logística do Paraná, José Richa Filho, e o superintendente do Porto de Paranaguá, Luiz Henrique Tessutti Dividino. Sempre com expressiva participação de associados, outro encontro foi com o engenheiro civil Marco Antônio Marino, professor titular do Departamento de Construção Civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Marino, que é mestre e doutor em estruturas, abordou aspectos de sua vida profissional, não somente na área acadêmica, mas também no desenvolvimento de estudos comparativos entre programas computacionais para projetos de estruturas de edifícios e flambagem de pilares de concreto armado.
A Engenharia Geotécnica no Pré-Sal foi a palestra magna de abertura da Semana de Engenharia de 2014, ministrada pelo presidente do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, Francis Bogossian. Seguiram-se temas como Empreendedorismo de alto impacto, Startups e você!, Manufatura Aditiva/Impressão em 3D, Amarras do Setor Elétrico, Contribuição da Engenharia para o Moderno Agronegócio, Perícia e Engenharia Diagnóstica, mesa redonda sobre Energia limpa e eficiente.
O Troféu Paraná de Engenharia foi outorgado a José Alberto Pereira Ribeiro, paranaense que preside a Aneor (Associação Nacional de Obras Rodoviárias); o de Destaque, ao engenheiro aeronáutico Odilon Antônio Camargo do Amarante, principal autor do Atlas de Potencial Eólico Brasileiro; e a homenagem In Memorian foi prestada ao engenheiro e arquiteto Elgson Ribeiro Gomes, representado por sua irmã Elthy Ribeiro Gomes.
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CONCLUSÃO DO CENTRO DE EVENTOS
Cássio incluiu no rol de realizações de sua gestão obras e serviços importantes como a modernização dos elevadores, que receberam novos motores, renovação das cabines e do visual externo; climatização das salas do 11º andar e do salão nobre; reforma do salão do primeiro pavimento; transformou o quarto piso, destinado a salas de aula, em ambiente moderno, seguro e confortável, inclusive com instalações sanitárias para pessoas com deficiências, o que também aconteceu no lobby do salão nobre, que recebeu climatização; legalizou a situação do edifício-sede junto ao Corpo de Bombeiros e à Prefeitura; criou a newsletter do IEP, para maior interação com os associados, cujo número ampliou significativamente.
De fundamental importância foi a conclusão do Centro de Eventos, com capacidade para até 500 pessoas conforme a configuração do evento, cuja primeira etapa foi implantada em 2006. O ambiente de 750 m² de construção, com projeto da arquiteta Cassiana Salvatti, recebeu iluminação a LED, revestimentos de paredes e teto com proteção acústica, banheiros adequados e copa, com ambiente climatizado e também um camarim com entrada pela garagem, para o ingresso de autoridades e artistas.
Para as obras, obteve o patrocínio da Itaipu Binacional (que contribuiu com 60% dos custos do primeiro andar, sendo o restante de recursos próprios do IEP), cujo presidente, Jorge Miguel Samek, esteve presente à inauguração, sendo homenageado com diploma de benemérito. O primeiro evento do espaço já modernizado – e o último da gestão Cássio – foi uma palestra com o juiz Sérgio Moro, com a presença de 550 pessoas.
Cássio José Ribas Macedo é engenheiro civil pela UFPR, turma de 1975. No início da vida profissional, foi engenheiro de produção de um dos trechos da PR-170 (Guarapuava-Usina Foz do Areia). A partir de 1978, como um dos sócios fundadores da Engenho Construções, foi responsável técnico por dezenas de instalações de agências para os bancos Itaú, Unibanco, Banespa, Habitasul, Auxiliar e BCN, no Paraná e em Santa Catarina. Construiu obras para a Texaco, Petrobrás, Esso, Casas Pernambucanas e Hermes Macedo e diversas residências particulares. Também executou várias obras públicas.
Em 1982, de volta à Construção Pesada, foi engenheiro responsável técnico pela restauração do trecho Ortigueira-Rio Preto da BR-376 e de outras obras no Paraná e em Santa Catarina. Em 1988, foi co-responsável técnico pelo consórcio DM-Cesbe-Sinoda na execução das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Segredo, a segunda maior da Copel.
No Crea-PR, como representante do IEP, foi conselheiro em várias gestões; no IEP, foi vice-presidente e presidente do Departamento Universitário, em 1974-1975; vice-presidente adjunto de 2007 a 2009 e vice-presidente de 2011 a 2013, quando se elegeu para a presidência.
Como o avô, Raul Azevedo Macedo, que foi sócio fundador do Rotary Clube em Paranaguá, e o pai, Cássio Bittencourt Macedo, que participou da criação do Rotary Clube Curitiba Leste, Cássio também tem ativa participação na vida rotária: foi fundador e presidente do Rotary Clube Curitiba Cinquentenário.
E no 90º aniversário do IEP, em fevereiro de 2016, quando seu retrato foi inaugurado na galeria de presidentes do Instituto, Cássio fez as contas: o fato ocorria exatos 45 anos depois da posse de seu pai na presidência do IEP; assim como 45 anos antes daquele 1971, seu avô fora um dos fundadores da entidade.
*Texto extraído do Livro Um Pioneiro A Caminho do Centenário, por Júlio Zaruch.